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2016-11-22

OS MORTOS SE COMUNICAM COM OS VIVOS?


OS MORTOS SE COMUNICAM COM OS VIVOS?
I Sam. 28:3-22

Autor: Pr Flávio da Cunha Guimarães

TEXTO BÍBLICO DIFÍCIL DE INTERPRETAÇÃO
Imagem do Google. Disponível em:https://www.google.com.br/search?q=imagens+gratis+de+covas+de+cemiterio&newwindow=1&espv=2&biw=1517&bih=654&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjD6f6LlL3QAhUFkJAKHXyzDoQQ7AkIWA&dpr=0.9. Acessada em: 22/11/2016

Difícil de ser interpretado, visto que, se trata da suposta comunicação entre mortos e vivos, vivos e mortos. Afinal de conta, há comunicação entre os mortos e vivos? Se há, como se dá essa comunicação? Se não há comunicação, os médiuns, pais e mães de santos se comunicam com quem? Seria uma farsa? Seriam enganados por espíritos malignos para enganarem os que os procuram? Para os espíritas kardecistas, kibamdistas, umbandistas, macumbeiros e até mesmo para alguns teólogos cristãos, afirmam que é possível a suposta comunicação entre os mortos e os vivos. Já para os teólogos cristãos mais conservadores e das igrejas históricas, afirmam que não há possibilidade de comunicação, o que veremos as duas vertentes neste post. E o que a Bíblia diz sobre tal assunto? Antes de respondermos tais perguntas e considerações dos dois pontos de vistas, vamos fazer uma exposição do texto, em estudo, para depois abordamos com detalhes as duas linhas de interpretações, seus argumentos e darmos o nosso parecer.

Começando com o (V.3), diz que Samuel estava morto, morte esta que é relatada em (I Sam. 25:1). A língua hebraica em (גׇּוַע - gãwa´), Harris, 2008, p. 254 (1) afirma que Samuel estava morto literalmente. Samuel significa “Ouvir de Deus ou Nome de Deus”. Ele fora profeta, sacerdote, juiz e governador de Israel. Exerceu as quatro funções, as mesmas que o Senhor Jesus Cristo exerce. Foi Ele quem ungiu o rei Saul, mas o reprovou como tal, mandado pelo o Senhor Jeová, após a desobediência do rei a Deus e ungiu a Davi, como o Senhor Todo Poderoso ordenou, como rei sucessor de Saul. Samuel fora conselheiro espiritual do rei Saul. Isso explica, mas não justifica, a atitude do rei em recorrer a uma médium, ou como algumas versões bíblicas chamam-na de Pitonisa, para trazer o espírito de Samuel dentre os mortos para aconselhá-lo quanto a guerra contra os filisteus. Todavia, tal atitude do rei Saul contrariava o que o próprio rei havia feito antes. Contrariava as convicções de Samuel. A própria Bíblia e o Próprio Deus como vemos em (Lev. 19:31; 20:6,27; Deut. 18:11). O rei havia mandado exterminar todos os feiticeiros ou médiuns da terra de Israel baseado na Lei mosaica, como vemos em (I Sam. 28:3,9). Isso caracteriza o quanto o rei era inconstante, explica o seu caráter, loucura e a sua contradição em suas atitudes, mas não justifica tal iniciativa do rei. O que parece ser tão comum ainda em nossos dias quando se trata de alguns seguimentos de nossa sociedade, a começar pelos políticos, pastores e religiosos, incoerência é o que não falta nas lideranças e nas pessoas em geral!

DIANTE DA GUERRA IMINENTE

Diante de uma guerra iminente, dizem os (V.4-5) que o rei estava com medo e seu coração estremeceu. O medo era tão grande que ficou em uma situação angustiante e o coração tremia com taquicardia. O comportamento do rei foi totalmente diferente de quando andava na presença de Deus, pois era um homem de grande coragem como relata (I Sam. 11:6-11). Por que o rei Saul teve tanto medo? O homem com medo já está derrotado antes da derrota. O medo não era só devido ao exército inimigo, mas principalmente porque se achava sem o Espírito de Deus, (I Sam. 16:14). O Espírito do Senhor se retirou dele, além do peso de consciência em reconhecer os pecados cometidos, não só contra Deus, mas também contra Davi, querendo mata-lo. Saul sem o amparo espiritual do Senhor e sem os conselhos de Samuel, resolve consultar a Deus, (V.6), mas o Senhor Deus não o respondeu nem por sonhos, nem por Urim, nem por Tumim e nem pelos profetas. (Quanto a não responder por sonhos, Urim, Tumim e profetas, escreveremos um post específico para tratarmos desse tema). A situação de Saul era claramente embaraçosa diante do silêncio de Deus. Qualquer pessoa deveria ficar estremecida diante do silêncio do Senhor Deus. O silêncio de Deus para com Saul era porque Saul já havia desprezado os preceitos do Senhor e abandonado Deus. Já havia afastado o Senhor de seu coração, de sua vida e de seus projetos, muito antes desse episódio mediante as suas desobediências e precipitação. O que não tem sido diferente nos dias atuais. A maioria das pessoas ignoram a existência de Deus e que Ele está no comando de tudo. As pessoas querem governar as suas próprias vidas, em seu egocentrismo, individualismo e ignorando a todos, inclusive o Senhor Deus, sem dar satisfação a ninguém e muito menos a Jeová, sem saberem que no juízo final darão satisfação ao Senhor, querendo ou não em que poderá resultar em uma condenação eterna.

O SILÊNCIO DE DEUS

Por que Deus estava em silêncio em relação a Saul? Deus tem prazer em responder a todos os que O buscam? Nem sempre! Deus não responde quando o homem está sendo julgado por Ele, que era o caso de Saul. O rei Saul rejeitou e estava rejeitando a vontade do Senhor revelada anteriormente a ele pelo próprio Samuel. Já que Saul não se importou em obedecer a Deus no que já sabia, o Senhor não estava disposto a dar-lhe mais conhecimento, visto que não valorizava-o. O rei já sabia da vontade de Deus que não queria que ele perseguisse e matasse a Davi como ele estava obstinado, (I Sam. 24:16-20; 26:21). O rei desconsiderou o que sabia sobre à vontade de Deus quanto a ele e a Davi. Se queremos Deus nos guiando, devemos seguir a orientação que Ele nos dá. David Guzik diz que: “Quando rejeitamos a Palavra do Senhor, ainda podemos ser confortados pelo fato de que Ele está nos falando. À medida que continuamos a rejeitar a Sua Palavra, Ele deixará de falar conosco-e perderemos até esse conforto” (2), (tradução do Google). Diante do medo, (V.5), da ansiedade, da angústia e do silêncio de Deus, o rei Saul solicitou que o indicasse uma médium (V.7); médium essa que tinha influência Cananéia, com certeza, para trazer o espírito de Samuel para se aconselhar com ele. Saul com tal atitude demonstrou ser um homem fraco, um tanto louco, mau e que ponto chegou por causa de seu desespero e angústia. Assim ele pecou tanto, ao ponto de abandonar o Senhor, e o Deus Todo Poderoso silenciou-se para com ele.

O TÉRMINO DE UMA ERA

Com a morte de Samuel, o profeta-sacerdote terminou uma era espiritual elevada do povo de Deus. Espiritualidade avançada e elevada como resultado de uma vida do próprio Samuel com Deus. De excelência moral, de justiça, de fidelidade aos preceitos do Senhor. Com a confirmação e a reafirmação dos pactos com Deus. Uma nação sólida espiritual, material e em segurança. Um período de paz, se não total, pelo menos mais paz do que em outros períodos, como resultado dessa vida com Deus. Os Inimigos foram vencidos e subjugados no tempo de Samuel. Com a morte de Samuel, o grande líder em todos os sentidos, o povo descambou para a idolatria e a imoralidade. Saul que havia expulsado os bruxos, os feiticeiros, os encantadores, os mágicos e matando-os, não por convicção que tinha com Deus, mas por orientação espiritual de Samuel como seu conselheiro, ao final de seu reinado vai buscar ajuda exatamente a uma pitonisa ou médium. Pitonisa não é o nome da mulher que o rei Saul procurou, mas a função ou a profissão que ela exercia. Mulher supostamente adivinhadora das coisas relativas aos mortos. Júnior, (1961), Dicionário Bíblico, p. 94, diz que En-Dor é o nome de uma cidade da tribo de Manassés, onde ela morava o que (Jos. 17:11) relata, que significa no hebraico fonte de dor, (3). O que é e que ponto chega a vida daqueles que não tem uma profunda experiência com Deus? Os medianitas e os filisteus mediante a permissão de Deus se levantaram contra Saul e seu exército para guerrearem. Saul por não cumprir ordens de Deus dada por Samuel, em (I Sam. 15:22-23) em relação aos amalequitas, foi desqualificado e reprovado para a função, daí o medo tomou conta de seu coração (I Sam. 28:5); Angustiado (I Sam. 28:15), Perturbado (I Sam. 28:21) e sabendo que perderia a guerra, recorre e vai em busca de resposta por meios reprovados por Samuel, pela Palavra do Senhor e pelo o Senhor Deus, ao encontro com uma feiticeira que exercia a função de necromancia. Isso demonstra o desespero de um rei sem Deus. O que não é diferente em nossos dias. Quantas pessoas sem Deus e desesperadas, diante de um relacionamento conjugal precipitado, manchado por traições e vinganças, sem a aprovação de Iavé, e, portanto em crise. Diante de ente queridos mergulhados nos vícios, nas drogas, na bebida e na criminalidade, tem procurado ajuda em meios mais perigosos que se possa imaginar. Quando o meio mais seguro, para qualquer pessoa, é uma vida com o Senhor, o que o rei Saul não buscou e é o que a maioria hoje não o faz!

O QUE É NECROMANCIA?

Necromancia é o mesmo que médium, Piton, no masculino mago, adivinho; e Pitonisa no feminino. D’Agustini diz que, “Os gregos davam o nome de Pitonisas a todas as mulheres que tinham a profissão de adivinhas, porque o deus da adivinhação, Apolo, era cognominado de Pítio, quer por haver matado a serpente-dragão Píton, quer por ter estabelecido o seu oráculo em Delfos, cidade primitivamente chamada Pito. A Pitonisa era a sacerdotisa do oráculo de Delfos” (4). Existe a ideia também defendida por Champlin que Piton era uma divindade solar do Egito antigo como centro religioso da cidade armazém do mesmo nome que os hebreus reconstruíram no tempo de Ramsés (5). Não importa a origem do nome se é grego e egípcio, mas o significado. Pitonosa é a pessoa que pretende evocar os mortos para deles obter o conhecimento do futuro, que no grego é (νεκρός – nekrós) “Corpo morto, sem vida” e μαντεύομαι - (manteúomai) “Adivinho, vidente, revelar” (6). Necromancia, portanto, é a suposta arte de adivinhar e querer prever pela invocação dos mortos; o que é condenado por Deus nos textos seguintes: (Deut. 18:9-12; II Reis 21:6; I Cron. 10:13; Is. 8:19; Is. 19:3-4). A Palavra hebraica (נׇחַשׁ – nãhash), fala de Adivinhação, ler sorte, encantamento, feitiçaria, presságio, agoureiro e ocultismo (7), o que Deus proíbe tal prática conforme, (Lev. 19:26). Práticas essas condenadas também em (II Reis. 17:17; 21:6; II Cron. 33:6; Deut. 18:10). As palavras hebraicas (קׇסַם – qãsam), que denota a prática da adivinhação, da feitiçaria era tratada com desdém em (Deut. 18:10,14; Num. 22:7; 23:23; Jos. 13:22) e em (Is. 44:25), e os adivinhos recebiam a maldição divina. Já a palavra hebraica (קֶסֶם - qesem), que significa adivinhar ao atirar flechas ao chão, consultar os terafins e as imagens dos antepassados mortos que são reprovadas pelo o Senhor conforme os textos acima e também em (Ez. 21:21-22, 27-28). Práticas essas que em (I Sam. 15:22-23), usando a palavra hebraica (קֶסֶם – qesem) é pecado grave para Deus (8).

FUNÇÕES E ENTIDADES CO-RELACIONADAS A NECROMANCIA

As palavras a seguir, como (1) – MEDIUNIDADE está relacionada ao espiritismo e quer afirmar que a pessoa pode servir de intermediária entre os vivos e os espíritos dos mortos. Que invoca os espíritos familiares, o que Deus condena em (Deut. 18:11; I Sm. 28:3-9; I Cron. 10:13; II Rs. 21:6; Is. 8:19). (2) – FEITICEIRO é aquela pessoa que pratica a bruxaria, o que faz feitiços, mago, encantador e sedutor. Que usa objetos, amuletos, material adorado como ídolo pelos selvagens e ignorantes. Deus condena a prática da feitiçaria também em (Ex. 22:18; Ap. 22:15). (3) – BRUXO é o mesmo que mago. A pessoa que faz bruxaria e é mandingueiro. (4) – PAI OU MÃE DE SANTOS é o chefe, a chefe do terreiro de candomblé ou de macumbaria que incorpora o guia. O que dá instruções, orientações e prevê o futuro dos seguidores. Daremos uma relação de funções relacionadas a mediunidade, a magia negra, a bruxaria, adivinhação e crendices, sem no entanto, entrarmos em detalhes, pois o espaço não permite. Se o leitor quiser fazer uma pesquisa sobre essas funções e crendices fique à vontade, que são: (5) – MANDINGUEIRO(A). (6) – VODU. (7) – PRETO VELHO. (8) – CARTOMANCIA. (9) – DESPACHO. (10) – ENCANTADOR(A). (11) – MÁGICO. (12) – MAGIA NEGRA. (13) – AGOUREIRO(A). (14) – ASTROLOGIA. (15) – ENCANTADOR(A). (16) – PROGNOSTIGADORES. (17) – ADIVINHAÇÃO. (18) – TALISMÃ. (19) – AMULETOS. (20) – PÉ DE COELHO. (21) – DENTES DE ANIMAIS. (22) – FERRADURA. (23) – FIGA. (24) – FITA DO SENHOR DO BOM FIM. (25) – PATUÁ. (26) – SAPO. (27) – SAPO COM A BOCA COSTURADA. (28) – SAPO ENTERRADO. (29) – CARRANCA. (30) – TARÔ. (31) – JOGO DE BÚZIOS. (32) – NUMEROLOGIA. (33) – HORÓSCOPOS. (34) – CABEÇA DE BOI EM PORTEIRA. (35) – CABEÇA DE PORCO ENTERRADA. (36) – GALHO DE ARRUDA. (37) – GATO PRETO. (38) – VASSOURA DE CABO PARA BAIXO ATRÁS DA PORTA. (39) – VARRER A CASA À NOITE EXPULSA A TRANQUILIDADE. (40) – NÚMERO 13. (41) – CHINELO OU SAPATO COM A SOLA VIRADA PARA CIMA. (42) – APONTAR ESTRELA COM O DEDO FAZ NASCER VERRUGA. (43) - MULHER QUE TEM O SEGUNDO DEDO DO PÉ MAIOR QUE O PRIMEIRO E QUE CORTA O CABELO DO MARIDO MANDARÁ NELE. (44) – CORTAR CABELO NA SEXTA-FEIRA SANTA NÃO CRESCE MAIS. (45) – SAL NO FOGO. (46) – PASSAR DEBAIXO DO ARCO-ÍRIS VIRA MULA-SEM-CABEÇA. (47) – BANHO DE SAL GROSSO PARA DESCARREGO. (48) – PASSAR DEBAIXO DA ESCADA TRAZ MÁ SORTE. (49) – HIDROMANCIA. (50) – SORTILÉGIO. (51) – BELOMANCIA. E (52) – INCENSO AROMÁTICO é usado para defumação de descarrego para limpeza de ambiente contra os espíritos maus, o que é praticado também pelo catolicismo e até no meio evangélico o sal grosso.

O POVO DE ISRAEL PRATICAVA A...

1 – NECROMANCIA. A necromancia é literalmente aquela pessoa que entrevista os mortos, Deut. 18:11. 2 – ADIVINHAÇÃO. A adivinhação em hebraico (נׇחַשׁ - nãhash) significa ler sorte, presságio, encantamento, feitiçaria, agouro que está relacionada ao ocultismo (9), (HARRIS, 2008, P. 953-954). Uma outra palavra hebraico que tem sentido semelhante é (קֶסֶם – qesem) que além de adivinhação, feitiçaria, bruxaria significa oráculo. Práticas que são proibidas pelo o Senhor em (Deut. 18:10) (10), (HARRIS, 2008, P. 1355). Oráculo quer dizer resposta de um deus a quem o consultava. Divindade que responde a consultas e orienta os fiéis como o oráculo de Delfos. 3 – ASTROMANCIA. A astromancia está relacionada a adivinhação por meio da astrologia, em particular o horoscopo através da posição dos planetas etc. o que nos diz em (Is. 47:13; II Reis 17:16; 21:3; 23:5; Dn 2:27; At. 19:19). De todas as nações no tempo do Antigo Testamento, só Israel foi ensinado a não praticar, a não seguir, a não temer os que exerciam a astromancia (Is. 44: 25; Jr. 10:2). 4 – HEPATOCOSPIA. É a arte de adivinhar por meio de inspeção do fígado das vítimas (Ez. 21:21). Cada parte do fígado tinha seu significado. O deus a quem ofereciam o animal em sacrifício, revelasse sua vontade pela forma que se daria ao fígado, órgão que consideravam como o centro da vida da vítima. 5 – QUEROMANTIA. É a arte de examinar as marcas da palma das mãos, muito usada pelas ciganas. 6 – RABDOMANCIA. É a tentativa de adivinhação através de varinhas mágicas, o que descreve (Os. 4:12). 7 – SONHOS. Em hebraico é a palavra (חֲלוֹם – hãlom) que pode ser usado em duas categorias: (1) os sonhos comuns em que todos tem enquanto dormem e que podem ser assustadores (Jó 7:14) e são transitórios (Jó 20:8 e Is. 29:7-8) (11). É claro que os autores bíblicos não defenderam teorias de significado psíquico ou religioso desses sonhos. (2) Mas teve os sonhos que Deus quis revelar informações à humanidade. Daí o perigo de os falsos profetas usarem para proveito próprio e mentirem para agradarem os seus monarcas. Mas pode ser dito também que “Refere-se em Is. 65.4 ao costume adivinhar, dormindo junto às sepulturas dos antepassados, os quais consideravam como deificados. Julgavam o que sonhavam como revelação desses mortos” (12), (Orlando Boyer, Pequena Enciclopédia Bíblica, P.22). Daí a importância de se conhecer o que diz Deut. 13:1-4). 8 – TERAFIM. É a imagem de escultura usada para adivinhar (Gen. 31:19; Juiz. 17:5; I Sam. 15:23; 19:13,16; II Reis 23: 24; Ez. 21:21; Zac. 10:2). Jacó mandou os familiares jogarem fora os terafins (Gen. 35:2-4). 9 – FILHOS OFERECIDOS EM SACRIFÍCIO A MOLOQUE. Os judeus ofereciam os filhos em holocausto, senão em massa, pelos menos reis e alguns do povo como relata (II Reis 3:27; Lev. 18:21; 20:3; Deut. 18:10). Essas 9 práticas faziam parte da vida do povo de Israel, chamado de povo de Deus. Práticas essas que Deus abominava e ainda abomina, que é tão comum e real em nossos dias entre o povo.

OS VIVOS SE COMUNICAM COM OS MORTOS?

Sim, para os que creem que essa comunicação acontece naturalmente. Não, para os que creem que a comunicação não existe; todavia alguns teólogos dizem que, Deus neste caso, concedeu uma exceção para estabelecer a sentença de Saul. No entanto, Saul já estava sentenciado por Deus e Samuel antes da morte de Samuel (I Sam. 15:23). Há os que creem que não há comunicação com os mortos, que o caso em estudo foi uma manifestação demoníaca. É o que vamos abordar especificamente daqui para frente.

OS QUE CREEM QUE SIM

Os judeus e os rabinos criam que Deus permitiu o espírito de Samuel vir para falar a Saul, o que os pais da igreja como Justino Mártir, Orígenes e Agostinho entendiam que fora assim. Outros pais da igreja, porém, discordavam dessa interpretação tais como Tertuliano, Jerônimo, os Reformistas Calvino e Lutero que o que aparecera não foi o espírito de Samuel. Criam eles que o que apareceu foi um fantasma ou o Diabo. Mas como entender que o Diabo seria capaz de profetizar o que iria acontecer, pois é essa a pretensão dos necromantes ou médiuns, porque se estava profetizando pretensa verdade, logo a visão tinha sido dada por Deus. É o que os necromantes e médiuns querem confirmar. Em (I Sam. 28:12) diz que Saul não viu o suposto Samuel, não conversou com os deuses que subiram da terra. Foi a médium que viu e conversou com os deuses que apareceram. Para o Pr Antônio Neves de Mesquita apesar de os mortos não voltarem a esta vida (Heb. 9:27), todavia Deus pode ter enviado o espírito de Samuel, “não para provar a necromancia, mas para condená-la [...]; por outro lado, Samuel veio para dar a Saul a sua sentença ditada por Deus mesmo, tendo em vista as suas muitas rebeldias” (13). Guzik levanta quatro possibilidades mais sugeridas para esta questão: 1 – Que alguns acreditam que esta era uma alucinação da médium, o que não faz sentido visto que não explica o porquê a médium ficou tão assustada. Não explica também o porquê Saul viu o espírito de Samuel, o porquê Samuel falou a Saul e não a médium. 2 – Outros acreditam que este era um engano da médium, o que não justifica pelas mesmas razões acima. 3 – Tem aqueles que acreditam que esta era uma personificação demoníaca na forma de Samuel. Que é possível que a médium, com os seus poderes ocultistas, convocou o espírito demoníaco que a enganou tanto quanto a Saul. Suposição também inadequada visto que não fala dos motivos, diz Guzik. E que vantagem teria Satanás com as palavras de Samuel a Saul? 4 – E há aqueles que acreditam que esta era uma aparição genuína, ainda que estranha de Samuel a médium e ao rei Saul. Concluiu Guzik que esta é a melhor explicação do episódio porque tem o apoio da reação da médium, que ela vê mais do que esperava. Que tem o apoio pelo que o espírito de Samuel disse a médium e ao rei, visto que tem o caso em que Moisés e Elias apareceram com Jesus Cristo em sua transfiguração, como vemos em (Mat. 17:3). Ele cita Clarke que pensa da mesma forma (14). Hipótese esta que é deficiente, visto que não há provas de que o rei Saul tenha falado com o suposto espírito de Samuel, mas a médium que falou a Saul, o que o espírito dizia. Para isso ela foi procurada para ser a intermediária entre o espirito e Saul. O espírito falar diretamente ao rei foge do padrão daqueles dias e dos dias atuais. O que fica claro nos diálogos que abordaremos a seguir.

OS DIÁLOGOS

O PRIMEIRO DIÁLOGO: O diálogo se dá, em primeiro plano, com a bruxa a partir do (V. 8-11). No (V.8) o rei Saul diz a médium que invoque o espírito de quem ele indicará. No (V.9) ela lhe diz do perigo de vida que estava correndo ao fazer isso, pois Saul era o exterminador de bruxos (Êx. 22:18). No (V.10) Saul jurou pelo SENHOR que nada de mal lhe aconteceria. Como que um homem aprofundado nas obras das trevas, da maldade querendo tirar a vida do próprio genro, Davi, poderia tomar o nome do Senhor em sua boca e jurar por Ele de forma tão solene? Estava tomando o nome de Deus em vão (Êx. 20:7). Garantiu a ela que nenhum mal lhe aconteceria da parte dele, mas não podia garanti-la do castigo eterno. Que ponto chegou o rei de Israel! De exterminador de bruxos ao se servir dos serviços deles. Quão profunda a sua crise, a queda em sua vida espiritual e seu relacionamento com Deus! Como isso afetou a sua mente! Ele não estava em suas faculdades mentais normais! Por que uma vez Saul rejeitando as verdades sobre Deus, isso contribuiria para que caísse em práticas mais tolas de seus dias. O que está descrito demonstra o quanto o rei Saul era inconstante! A sua loucura e o seu caráter! O quanto era fraco, louco e perverso! A sua extrema loucura o fez imaginar que o espírito de um grande e bondoso homem de Deus seria capaz de profetizar pela boca de uma bruxa a ele! Que ela teria poder de traze-lo dos mortos a vida pelos seus encantamentos! Em meio aos seus pecados, depressão e influência demoníaca, Saul esquecera que Samuel se tornara seu adversário quando ele pecou (I Sam. 13:13-14 e 15:22-29). O rei estava em completa desobediência ao SENHOR e em profunda escuridão espiritual! Tudo indica que foi a última vez que Saul pronunciou o nome do SENHOR.

O SEGUNDO DIÁLOGO: O diálogo se dá, em segundo plano, com a médium, o espírito em forma de deuses que em hebraico é (אְֶﬥׅהׅהים – ‘elõhim) (15) e o rei Saul (V.12-19). Diz que a bruxa ao ver Samuel gritou em alta voz e perguntou para Saul: “Por que me tens enganado?” Ao que o rei lhe pergunta: “que vês?” A médium responde que via deuses subindo da terra. O Rei lhe pergunta: “como é a sua figura?” Ela diz que “Vem subindo um homem ancião, e está envolto numa capa”. Entendendo o rei Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e prostrou”. Diálogo que continua até o (V. 22) o que nos interessa no texto. O diálogo entre o suposto espírito de Samuel e Saul foi feito através da médium, sem a evidência de que realmente era Samuel. A descrição que a pitonisa dá de Samuel é muito vaga. Seria incoerente, Deus não falar através de sonhos, nem através de Urim (Luz ou Revelação); Tumim (Perfeição ou verdade), e nem pelos profetas (V.6), mas agora falaria através de um morto e através de uma bruxa, o que o Senhor condenara séculos antes. A causa da morte de Saul conforme (I Cron. 10:13-14) foi por consultar a necromante e não só o abandonar a Deus. Como vemos em (I Sam. 28:14). Por que a médium ficara tão chocada? 1 – Porque a sua atividade era uma fraude. 2 – Porque as suas atividade no reino espiritual eram meros truques. 3 – Porque estava acostumada com a presença de espíritos demoníacos. 4 – A médium é surpreendida porque ela sabia que estava praticando o ofício na presença do mesmo rei que expulsou e mandou matar os médiuns e espíritas de Israel, o que ela só descobriu que era o rei Saul quando os espíritos apareceram. 5 – Porque ela teve medo, e com razão, visto que o rei estava bem ao lado dela.

A FARSA

Algumas razões que demonstram a farsa ou fraude e que o que manifestou não foi o espírito de Samuel, mas espíritos demoníacos. Onde está a farsa? 1ª – A médium deduziu induzida por Saul que o espírito que subia da terra era o de Samuel (V.11). 2ª Farsa: Saul pediu um espírito, apareceram vários espíritos que a cartomante os chamou de deuses. 3ª Farsa: Ela disse o que o rei queria ouvir. 4ª – Vem subindo um ancião envolto em uma capa, o que a médium por certo tinha conhecimento dos hábitos de Samuel e o rei Saul o conhecia muito bem. 5ª – Saul quem entendeu que era Samuel e se inclinou diante do espírito, e não a bruxa. Saul estava com a mente totalmente confusa. 6ª – Se fosse Samuel que tivesse aparecido, ele viria do alto e não debaixo. Quem vem debaixo, vem das trevas. O espírito de Samuel estava em luz. 6ª – Saul já havia sido reprovado por Deus (15:23), daí o silêncio de Deus para com ele (28:6). 7ª – “Não se pode entender que Samuel, um homem santo durante toda a sua vida pudesse, depois de morto, prestar-se a obedecer a pitonisa – mulher abominável -, cometendo um pecado tão claramente proibido por Deus (Ex. 22: 18; Lv. 20:27; Dt. 18:19-22; Is. 47:13)” (16), (Bíblia Apologética, p. 314. 8ª – Não há como entender que Deus proibira a feitiçaria e o consultar os mortos, para depois permitir uma feiticeira trazer o espírito de Samuel para dar uma sentença (Tg 1:17).

OS QUE CREEM QUE FOI UMA MANIFESTAÇÃO DEMONÍACA

Há os que creem que a bruxa ao invocar o espírito de S

amuel, o que apareceu não foi o espírito do mesmo, mas um espírito maligno e que falou em nome de Samuel. Quando a médium disse que via deuses subindo da terra, só podia ser demônios disfarçados por espírito de Samuel ou adivinhadores (II Cor. 11:13-14; Mar. 5:9 e Luc. 8:30). O Diabo tem poder permitido pelo o Senhor para transfigurar-se em anjo de luz (I Sam. 16:23 e II Cor. 11:13-14). A Bíblia é clara em (Luc. 16:19-31 e Heb. 9:27) em afirmar que os mortos não se comunicam com os vivos. Diz Fonseca, 2005, Bíblia Apologética... p. 314 que “De acordo com Deuteronômio 18.20-22, as profecias devem ser julgadas. E essas do falso Samuel não resistem ao exame. São ambíguas, imprecisas e infundadas. Vejamos: Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (28.19), mas se matou (31.4), indo parar nas mãos dos homens de Jabes Giliades (31.11-13). Não morreram todos os seus filhos – ‘tu e teus filhos estareis’ (v.19) – como insinua a obscura profecia. Pelo menos três ficaram vivos: Is-Bosete (II Sam. 2.8-10), Armoni e Mefibosete (II Sam. 21.8). E apenas três morreram (31.6; 1 Cr 10.2-6). As Escrituras declaram que as palavras de Samuel nunca caíram por terra (3.19)” (17). Diz John Gill que a mulher pitonisa tinha o espirito de adivinho que ela conversou com o Diabo e que Saul não podia obter resposta de Deus, visto que estava mergulhado em seus pecados e não havia arrependido deles e pedido perdão. Que era obra das trevas feita nas trevas da noite e que nada mais era do que arte negra. Que tais pessoas fingem ter poder de trazer o espírito de uma pessoa morta. Que era loucura de Saul achar, pensar que o espírito de um grande homem de Deus e bondoso, estaria na boca de uma bruxa e se deixaria sair de seu repouso dos mortos por encantamentos, aparecendo para um já condenado pelo o Senhor (18).

SURPRESA:

Imagem do Google. Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+pessoa+admirada&newwindow=1&espv=2&biw=1517&bih=654&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwiFuZDJrL3QAhWKFZAKHRVQCG0Q7AkINQ&dpr=0.9#imgrc=_. Acessada em: 22/11/2016

A médium assustou e gritou em alta voz, não pelo o que viu. Diz o (v.13) que ela viu deuses subindo da terra, mas pelo temor diante das consequências que poderia ser morta, pois estava ao lado do rei que procurou exterminar os bruxos. A surpresa da pitonisa, não foi só com o que ela viu, deuses subindo da terra, mas a descoberta que quem pedira para trazer a Samuel era o rei Saul a quem ela temia a morte. Ela pergunta para ele: “Por que me enganaste?” (12). Foi o rei Saul quem entendeu que era o espírito de Samuel, daí se curvou e reverenciou como se fosse Samuel. Se fosse Samuel ele teria aparecido de cima e não subido da terra. Não podemos admitir que uma bruxa tinha o poder dado pelo Diabo para trazer a terra o espírito de alguém que estava no seio de Abraão. Não dá para aceitar que Deus enviaria o espírito de Samuel para dar uma sentença ao rei se ele já estava sentenciado por Samuel enquanto em vida e por Deus. Deus jamais permitiria a vinda de Samuel pelo poder de uma bruxa e através de encantamentos. Nem o verdadeiro Samuel permitiria tal adoração de Saul e homenagem a ele, encurvando-se diante dele. Essa aparição era diabólica em forma de Samuel e imitando-o. A própria Bíblia já prevê espíritos enganadores que apareceriam em várias formas fingindo ser anjos de luz e almas de mortos. Quando o espírito enganador perguntou por que me inquietaste e me fizeste subir? Isto torna claro que esse espírito não era o de Samuel. O espírito de Samuel estava em repouso no seio de Abraão, no estado de felicidade no Céu, não no poder de homens e de demônios para inquietá-lo. Para John Gill quem respondeu a Saul foi um espírito maligno, um espírito de mentira como ficou provado acima. O Diabo queria representar a Samuel através do fingimento (V. 17). Se fosse o espírito verdadeiro de Samuel ele teria falado a Saul de todos os seus pecados cometidos como a matança dos sacerdotes em Nobe (I Sam. 22:11,16 e 18); de sua cruel perseguição a Davi e de maneira especial de seu pecado horrível de pedir conselhos a uma bruxa (V.18) (19), (tradução do Google). Se fosse o verdadeiro espírito do profeta Samuel teria chamado o rei Saul a uma mudança de vida, de conduta mediante o arrependimento dos pecados e a conversão, principalmente para com Davi, mas só falou de sua morte sem nenhuma esperança. O (V.19) é de uma importância tremenda. O espírito enganador disse para o rei Saul que Ele e os filhos estariam, no dia seguinte com Samuel onde ele estava. Uma das duas coisas (1) Ou Saul com todos os seus pecados de abominação ao Senhor, inclusive o suicídio estaria no seio de Abraão, salvo com Samuel, (2) Ou Samuel, o grande homem de Deus, estava no Inferno para onde o rei Saul iria. Percebe a incoerência? Diz que todos os filhos do rei Saul morreria com ele, mas como vimos acima não morreram. O espírito enganador profetizou de maneira generalizada. Um dia Saul com os seus filhos morreriam, como todos nós. MUDANÇAS: Muito se havia mudado entre o encontro de Saul com o Profeta Samuel (I Sam. 9:22-24), em que foi oferecido um banquete por Samuel para o sucesso de Saul, agora o encontro com a pitonisa que oferece-lhe um banquete para a sua derrota e dias depois a sua morte, (V. 24-25).

ARGUMENTOS LÓGICOS E FILOSÓFICOS:

Usaremos o argumento do Dr. Russell P. Shedd, que está na Bíblia Vida Nova, P. 323-326 do Antigo Testamento na íntegra, que são esclarecedores que diz:

“1) Argumento Gramatical (6)... o Senhor... não lhe respondeu. O verbo hebraico é completo e categórico [...] Deus não lhe respondeu; não lhe responde e não lhe responderá nunca. O fata é confirmado pela frase: ‘... Saul... interrogara e consultara uma necromante e não ao Senhor...’ (1 Cr 10:13-14)”.

2) Argumento Exegético (6): Nem por Urim – revelação sacerdotal (ver 14:18); nem por sonhos – revelação pessoal; nem por profetas – revelação inspiracional da parte de Deus. Fosse Samuel o veículo transmissor, seria o próprio Deus respondendo, pois Samuel não podia falar senão pela inspiração. E, não foi o Senhor quem falou, não foi Samuel.

3) Argumento Ontológico: Deus se identifica como Deus dos vivos: de Abraão, de Isaque, de Jacó, etc. (Ex. 3:15; Mt. 22:32). Nenhum deles perdeu a sua personalidade, integridade, ou superego. Seria Samuel o único a poluir-se, indo contra a natureza do seu ser, contra Deus (6) e contra a doutrina que ele mesmo pregara (15:23), quando em vida nunca o fez? Impossível.

4) Argumento Escatológico: O pecado de Samuel tornar-se-ia mais grave ainda, por ter ele estado no ‘seio de Abraão’ e tendo recebido uma revelação superior e um conhecimento mais exato das causas encobertas, e, por não tê-las considerado, nem obedecido às ordens de Deus (Lc. 16:17-31). Mas Samuel nunca desobedeceu a Deus (12:3-4).

5) Argumento Doutrinário: Consultar os ‘espíritos familiares’ é condenado pela Bíblia inteira (ver 28:3). Fossem os espíritos de pessoas, e Deus teria regulamentado a matéria, mas como não são, Deus o proibiu. Aceitando a profecia do pseudo-Samuel, cria-se uma nova doutrina, que é a revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas (corrompidas, profanadas). E nesse caso, para serem aceitas as afirmações proféticas, como verdades divinas é necessário que sejam de absoluta precisão; o que não acontece no caso presente (Veja como são precisas as profecias a respeito de Cristo: Zc 9:9 e Jo 12:15; Sl 22:18 e Jo 19:24; Sl 69: 21 e Jo 19:28-29; Ex 12:46; Nm 9:12; Sl 34:20 e Jo 19:36; Zc 12:10; Jo 19:37; etc).

6) Argumento Profético (Dt 18:22): As profecias devem ser julgadas (1 Co 14:29). E essas, do pseudo-Samuel, não resistem ao exame. São ambíguas e imprecisas, justamente como as dos oráculos sibilinos e délficos. Vejamos: a) Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (28:19: A profecia é de estilo e sugeria que Saul viria a ser supliciado pelos filisteus. Mas o fato é que Saul se suicidou (31:4), e veio parar nas mãos dos homens de Jabes-Giliade (31:11-13). Saul apenas passou pelas mãos dos filisteus. Infelizmente, o pseudo-Samuel não podia prever esse detalhe. (Vajam como são precisos os detalhes acima, a respeito da pessoa de Cristo). b) Não morreram todos os filhos de Saul (‘... tu e teus filhos’, 28:19), como insinua essa outra profecia obscura: Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Is-Bosete (2 Sm 2:8-10), Armoni e Mefibosete (2 Sa 21:8). Apenas três morreram, como anotam clara e objetivamente as passagens seguintes: 1 Sm 31:26 e 1 Cr 10:2,6. c) Saul não morreu no dia seguinte (‘... manhã... estareis comigo’, 28:19): Esta é uma profecia do tipo délfico, ambígua. Saul morreu cerca de dezoito dias depois (ver nota de 30:1,10,13,17; 2 Sm 1:3). Citar em sua defesa Gn 30:33 e Êx. 13:14 e afirmar que a palavra hebraica mahar, ‘amanhã’ aqui, é de sentido indefinido, é torcer o hebraico e a sua exegese, pois todos vão morrer, mesmo, em ‘algum dia’ no futuro: isto não é novidade. d) Saul não foi para o mesmo lugar de Samuel (‘... estareis comigo’, 28:19). Outra profecia délfica. Interpretar o ‘comigo’ por simples ‘além’ (Sheol), é tergiversar. Samuel estava no ‘seio de Abraão’, sentia isso e sabia da diferença que existia entre um salvo e um perdido. Jesus também o sabia, e não disse ao ladrão na cruz: ‘... hoje estarás comigo no ‘além’ (sheol), mas sim, no ‘paraíso’. Logo, Samuel não podia ter dito a Saul, que este estaria no mesmo lugar que ele: no ‘seio de Abraão’. Se Samuel tivesse desobedecido a Deus (28:19, passaria para o inferno, para estar com Saul? Ou então, Saul, ainda que transgredindo à palavra de Deus e consultando à necromante (1 Cr 10:13), passou para o paraíso, para estar com Samuel? Inacreditável.

Solução: - Quem respondeu a Saul? Sugerimos a seguinte possível explicação. A Bíblia fala de certos ‘espíritos’, sua natureza e seu poder (Êx. 7:11,22; 8:7; At. 16:16-18; 2 Co. 11:14-15; Ef. 6:12). São os anjos maus. Do mesmo modo fala de anjos que acampam ao nosso redor e nos guardam (Sl 34:7; Mt. 18:10; Lc. 15:10 etc.). São os anjos bons. São dois, os ‘secretários’ (senão mais) que nos acompanham durante a vida toda; um bom e outro mau. Anotam tudo e sabem tudo a nosso respeito. Depois da morte, o anjo bom leva o nosso relatório-livro, diante de Deus, pelo qual seremos julgados (Ap 20:12). Por sua vez, o anjo mau assume a nossa identidade e representa-nos no mundo, através dos médiuns, onde revela o nosso relatório com acerto e ‘autoridade’. É por isso que Paulo fala da luta que temos contra ‘as forças espirituais do mal’ (Ef. 6:12). E é pela mesma razão que Deus proíbe consulta aos ‘mortos’ (Is. 8:19-20), porque estes são falsos (Dt 18:10-14). Caso fossem espíritos humanos, provavelmente, Deus não proibiria a sua consulta, apenas regularia o assunto para evitar abusos. Deus, porém, proíbe o que é dissimulação e falsidade” (20).

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Como ficou claro no exposto acima, tudo não passa de uma tremenda enganação! Samuel como homem de Deus que era, ao morrer estava com o Senhor; de maneira que se foi ele quem apareceu, viria de cima e não de baixo. O que se levanta de baixo da terra são os espíritos das trevas. Concluímos, pois que, as manifestações espiritas em que os espíritos que se incorporam como sendo de mortos e parentes, são na verdade espíritos demoníacos. Se assim não fosse Deus não proibiria, pois é uma forma de se enganar os indoutos. Se assim não fosse, o Apóstolo Paulo não escreveria em (Ef. 6:11-12), que a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais. Não advertiria a igreja em Corinto (2 Cor. 11:13-14). Conforme (1 Sam. 16:23) Saul já ficava possesso de espírito mal muito antes desta consulta a médium. Logo, quem falou a ele é o espírito demoníaco e não o de Samuel.

"Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus", (Deut. 18:10-13,

CITAÇÕES

(1) – HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 P. P.254.

(2) – GUZIK, David. Comentário de I Samuel Capítulo 28:3-22. E-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge, Tradução do Google.

(3) – JÚNIOR, Almir dos Santos Gonçalves. Dicionário Bíblico Crescer. 2ª Ed. Ed. Geográfica, Rio de Janeiro, 1961, 298 p, p. 94.

(4) – Autor: D'AGOSTINI, Marcus Vinicius Ferreira. Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/pitonisa/. Acessado em: 10/11/2016.

(5) – CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. Vol. V. 9ª Ed. Ed. Hagnos, 2008, São Paulo, 750 P, P. 286-287.

(6) – MOULTON, Harold K. Léxico Grego Analítico. Trad. Everton Aleva de Oliveira e Davi Miguel Manço. Ed. Cultura Cristã, 2007, São Paulo, 460 P. P. 287 e 289.

(7) - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 P. P.953-954.

(8) – Idem, p. 1354-1355.

(9) – Idem, p. 953-954.

(10) – Idem, P. 1355.

(11) – Idem, p. 473

(12) – BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p. p. 22.

(13) – MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo nos Livros de Samuel. 2ª Ed. Rio de Janeiro. Ed. JUERP, 1979, 196 p. 103.

(14) – GUZIK, David. Comentário de I Samuel 28:3-22. E-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge, Tradução do Google.

(15) – HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. Ed. Vida Nova, São Paulo, 2008, 1789 p, p. p. 68.

(16) – FONSECA, Antônio e demais editores. Bíblias Apologética de Estudos. 2ª Ed. Jundiaí, Ed. Instituto Cristão de Pesquisas, 2005, 1657 p. p. 314.

(17) – Idem, P. 314.

(18) – GILL, John. Comentário de I Samuel Capítulo 28:3-22. E-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge, Tradução do Google.

(19) – Idem.

(20) – SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Edição Revista e Atualizada no Brasil. Ed. S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. São Paulo, 1978, A T 929 p. 323-326.

BIBLIOGRAFIA

1 – BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. V. Ed. Hagnos, 9ª Edição, 2008, São Paulo, 1039 P, P. 136.

3 – D'AGOSTINI, Marcus Vinicius Ferreira. Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/pitonisa/. Acessado em: 10/11/2016.

4 – FONSECA, Antônio e demais editores. Bíblias Apologética de Estudos. 2ª Ed. Jundiaí, Ed. Instituto Cristão de Pesquisas, 2005, 1657 p.

4 - GUZIK, David. Comentário de Êxodo 2:1-10. E-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge, Tradução do Google.

5 – HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p.

6 – JÚNIOR, Almir dos Santos Gonçalves. Dicionário Bíblico Crescer. 2ª Ed. Ed. Geográfica, Rio de Janeiro, 1961, 298 p.

7 – JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

8 – MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo nos Livros de Samuel. 2ª Ed. Rio de Janeiro. Ed. JUERP, 1979, 196 P.

9 – MOULTON, Harold K. Léxico Grego Analítico. Trad. Everton Aleva de Oliveira e Davi Miguel Manço. Ed. Cultura Cristã, 2007, São Paulo, 460 p.

10 – SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Edição Revista e Atualizada no Brasil. Ed. S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. São Paulo, 1978, A T 929 p.