A Monografia escrita abaixo poderá ser copiada frases ou textos, desde que citada AUTORIA E FONTE, em conformidade com a ABNT, visto que há citações que envolvem direitos autorais.
O DOM DE LÍNGUAS NO MUNDO MODERNO A LUZ DE I AOS CORÍNTIOS 14
O DOM DE LÍNGUAS NO MUNDO MODERNO
A LUZ DE I AOS CORINTIOS 14
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22 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 181.
71 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 848-849.
21 – MOULTON, Harold K. Léxico Grego Analítico. Tradução de Davi Miguel Manço.1ª Ed. São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2007, 460 p.
26 – WWW.e-Sword.net, baixado conteúdo em 2008.
Flávio da Cunha Guimarães
O DOM DE LÍNGUAS NO MUNDO MODERNO A LUZ DE I AOS CORÍNTIOS 14
Centro Universitário Toledo
Araçatuba - SP
2011
Flávio da Cunha Guimarães
O DOM DE LÍNGUAS NO MUNDO MODERNO
A LUZ DE I AOS CORINTIOS 14
Artigo Exegético apresentado ao Curso de Especialização em Bíblia do Centro Universitário Toledo como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.
Orientação do Prof. Dr. José Adriano Filho
Centro Universitário Toledo
Araçatuba - SP
2011
Flávio da Cunha Guimarães
O DOM DE LÍNGUAS NO MUNDO MODERNO A LUZ DE I AOS CORINTIOS 14
Artigo Exegético apresentado ao Curso de Especialização em Bíblia do Centro Universitário Toledo como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.
Aprovado em _________ / __________ / ____________
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Prof. Dr. José Adriano Filho
UniToledo – Araçatuba – SP.
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Mis. José Martins Trigueiro Neto
UniToledo – Araçatuba – SP.
___________________________________
Prof. Dr. Joaquim J. M. Neto.
UniToledo – Araçatuba – SP.
Dedicatória:
Dedico este trabalho a minha família, esposa: Sílvia; as duas filhas: Quésia e Queila, a UNITOLEDO – Centro Universitário Toledo em Araçatuba – SP e a UNIFIL - Centro Universitário Filadélfia em Londrina – PR, nessa parceria abençoada e abençoadora; aos Mestres que nos incentivaram aos estudos, as pesquisas e aos colegas de turma como parceiros nessa jornada tão significativa em nossas vidas. A Deus e ao Senhor Jesus Cristo que nos deu condições, saúde e vida para que chegássemos ao final do curso colando grau. A Ele todo o louvor, a honra e a glória para todo e sempre.
Agradecimentos:
Queremos agradecer a Deus em primeiro lugar por nos dar saúde, vida, condições emocionais, materiais e espirituais para que chegássemos ao final do curso e pudéssemos alcançar esta vitória.
A família: A esposa – Sílvia Neli Garcia Guimarães; as filhas: Quésia Mara Garcia Guimarães e Queila Eurides Garcia Guimarães que apoiaram, incentivaram e compreenderam a nossa ausência enquanto dedicamos às aulas, as pesquisas, o tempo precioso que poderia ser dedicado à elas, mas não puderam desfrutar de nossa presença nesses momentos.
A Unifil em parceria com a UniToledo que nos proporcionou a oportunidade de cursarmos a Pós-Graduação em Teologia, mas também de reciclar, pesquisar e aprofundar o nosso conhecimento teológico nos garantindo o direito de concursos públicos ou exercermos atividades acadêmicas reconhecidos pelo MEC.
Aos mestres que não mediram esforços e sacrificaram tempo precioso que poderiam dedicar a família em lazer, se deslocando até Araçatuba SP para ministrarem em sala de aula o conteúdo programático e por isso que estamos concluindo este curso.
E por último queremos agradecer de coração e de maneira especial ao querido mestre José Adriano Filho como orientador na formulação da monografia para a colação de grau que muito nos ajudou. Nosso muito obrigado.
Epígrafe
“Mas procurai com zelo os maiores dons. Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo excelente... Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, e o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” 1. (I Cor. 12:31; 13:13 e 14: 1).
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1 - ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada – Versão Revisada da Tradução de Acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego. 3ª Impressão. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira – JUERP, 1991.
Resumo:
Os dons espirituais são legítimos, pois são bíblicos e dados pelo Espírito Santo. Tem como objetivo a capacitação dos salvos para o trabalho no Reino do Senhor. Precisam ser compreendidos como bênçãos dadas pelo Senhor Jesus para que sejamos bênçãos mutuamente no corpo de Cristo. Todavia, quando estudamos o capítulo quatorze da primeira epistola a igreja em Corinto, descobrimos que o dom de línguas era gerador de desagregação da comunidade de Cristo daquela cidade, quando na verdade o dom foi dado pelo o Senhor para agregar os crentes e trazer o crescimento do corpo de Cristo. Todavia, havia uma competição entre os que tinham os dons que cada qual defendia o seu dom como o melhor, o maior e o mais importante. O que motivava tal competição eram três razões: 1 – O agir de maneira carnal; 2 – Supervalorizar a sabedoria, a gnose humana que já estava se instalando na igreja; e, 3 – A falta de amor mútuo que é a essência da vida Cristã e com Deus. A situação chegou ao conhecimento do Apóstolo Paulo que o levou a escrever a epistola e separou o capítulo quatorze para tratar exclusivamente do dom de línguas, corrigindo e colocando normas para que os dons fossem úteis. Normas essas que resolveram os desvios de conduta de tal maneira que quando Paulo escreve a segunda epistola já não trata mais dos problemas dos dons. Dons esses que querem ressurgi-los em tempo moderno depois de séculos em que o dom de línguas esteve em silêncio, pois nem a história secular a partir do segundo século, nem a história das religiões, muito menos a história do Cristianismo confirmam a continuidade do dom de falar em línguas estrangeiras. O ressurgimento em tempo moderno tem gerado dificuldades tremendas quanto, não só a encontrar respaldo bíblico, doutrinário, teológico e principalmente quanto a língua original do Novo Testamento, o grego, que não dá base para tais movimentos, bem como tem gerado desconforto dentro do próprio meio pentecostal, em que há uma discriminação entre crentes carnais e incrédulos, por isso não foram batizados com o Espírito Santo, logo não falam em línguas. E os super crentes, santos, os super dotados de grande fé e santidade que foram batizados com o Espírito Santo, como evidência o falar em línguas, quando na verdade a evidência que indica que alguém tem o Espírito Santo está no fruto do Espírito Santo, (Gal. 5:22) e não o falar em línguas. O dom preferido de Paulo é o de profecia, que fica claro no primeiro versículo do capítulo quatorze de primeiro aos Coríntios.
PALAVRAS CHEVAS: Dons, Línguas, Batismo com o Espírito Santo, Profecia.
Sumário:
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10
2 TEXTO ORIGINAL EM GREGO ....................................................................................... 13
2.1 Tradução do Texto Original .............................................................................................. 16
2.2 Exegese de Primeiro aos Coríntios Capítulo 14 ................................................................... 19
3 ORIGEM DOS DONS ......................................................................................................... 25
3.1 Espírito Santo ou Demonismo? ............................................................................................ 25
4 DEFININDO OS DONS ..................................................................................................... 29
5 LÍNGUAS NA IGREJA EM CORINTO ............................................................................. 32
5.1 Regulamentação ................................................................................................................ 35
5.2 Edificação ......................................................................................................................... 35
5.3 Interpretação ..................................................................................................................... 36
5.4 Sinal Para os Descrentes .................................................................................................... 36
5.5 Importância Relativa dos Dons ......................................................................................... 37
5.6 Propósitos e Permanência dos dons ................................................................................... 37
6 TIPOS DE LÍNGUAS ......................................................................................................... 39
6.1 Variedades ao Falar em Línguas ......................................................................................... 39
7 LÍNGUAS EM PENTECOSTES ........................................................................................ 42
7.1 Primeira Manifestação no Novo Testamento ...................................................................... 45
7.2 Quatro Esclarecimentos .................................................................................................... 46
7.3 Segunda Manifestação na Casa de Cornélio ...................................................................... 47
7.4 Terceira Manifestação em Éfeso ........................................................................................ 48
7.5 Imposição de Mãos é Bíblico ............................................................................................ 52
8 LÍNGUAS NO LIVRO DE MARCOS ............................................................................... 54
9 SIGNIFICADO DAS LÍNGUAS NO NOVO TESTAMENTO ......................................... 55
10 INTERPRETAÇÃO DAS LÍNGUAS ............................................................................... 57
11 OS DONS CONTINUARAM ATÉ OS NOSSOS DIAS? .............................................. 59
11.1 Falar em Línguas na História .......................................................................................... 60
11.2 Período dos Pais da Igreja ............................................................................................ 61
11.3 Período de Niceno e Pós-Niceno 311-600 d C ............................................................. 61
11.4 Período da Idade Média 590-1517 ............................................................................... 62
11.5 Período Que Compreende Pós-Reforma 1648-1900 ..................................................... 62
11.6 Período Moderno e Pós-Moderno 1900 ....................................................................... 62
12 FUNDADORES DO MOVIMENTO PENTECOSTAL .................................................. 64
13 NATUREZA DO MOVIMENTO MODERNO DE LÍNGUAS ....................................... 65
13.1 Defensores do Movimento Moderno de Línguas ............................................................. 65
13.2 Características do Movimento Moderno de Línguas ....................................................... 65
13.3 Os Testemunhos ............................................................................................................ 66
13.4 Fiéis São Instruídos a Falarem em Línguas ..................................................................... 66
13.5 Qual o Idioma Falado no Pentecostalismo Moderno ....................................................... 67
14 RESTAURAÇÃO DOS DONS OU ABUSOS DOS DIAS ATUAIS? ............................ 68
15 FALANDO EM LÍNGUAS NO MOVIMENTO MODERNO ....................................... 69
15.1 Conclusões a Que Chegou Lane .................................................................................... 70
15.2 Champlin Avalia a Experiência de Lane .......................................................................... 72
15.3 Abusos no Uso Dos Dons ............................................................................................. 73
16 AMOR E LÍNGUAS ...................................................................................................... 75
17 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 79
CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 83
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 85
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1 INTRODUÇÃO:
Este trabalho se deu através da escolha do tema que é polêmico, O Dom de Línguas no Mundo Moderno a Luz de Primeira Epistola aos Coríntios Capítulo 14, que a partir do texto em grego se fez a tradução, a exegese, a análise, a pesquisa bibliográfica e a exposição de resultados. O que foi difícil devido as nossas limitações e as preocupações em não magoar ou ofender a quem quer que seja, por pensar de maneira diferente diante do resultado a que chegamos, mas tendo como objetivo tratar único e exclusivamente sobre o dom de línguas conforme primeira aos Coríntios Capítulo 14.
O assunto é polêmico e de difícil posicionamento, pois, corremos o risco de melindrar pessoas defensoras do batismo com o Espírito Santo como evidência o falar em línguas, o que é contestado por alguns teólogos e linguísticos, pois, nas línguas originais não há evidências que apoie o movimento moderno de línguas, mas carente de esclarecimento de dúvidas que pairam na mente de muitos cristãos sinceros, porém sem o conhecimento e domínio do conteúdo. Dúvidas que são evidentes através dos seguintes questionamentos: Por que o dom de línguas gerou tanta controvérsia na comunidade de Corinto a ponto de levar o Apóstolo Paulo a dedicar um capitulo inteiro sobre o assunto? Por que o dom de línguas ainda é polêmico em nossos dias? O dom de línguas defendido por alguns grupos religiosos se sustenta em I Cor. 14? O dom de línguas ainda é um dom para os nossos dias? O que é falar em línguas para o Apóstolo Paulo? O que a Bíblia diz sobre o dom de línguas? A língua falada em Atos e em Corinto é idioma estrangeiro, é extática, é um estado de êxtase ou hipnótico? Vem do Espírito Santo, do homem ou é demoníaco? Os dons continuaram até os nossos dias? Os dons foram para a igreja primitiva ou ainda são necessários para os dias atuais? São obra realmente do Espírito Santo ou de algum outro ser?
Buscamos as respostas no texto original grego, sua tradução e a exegese do capítulo quatorze da Epistola de Primeira aos Coríntios. O texto original, sua tradução e exegese apontam para que os dons espirituais verdadeiros têm sua origem no Espírito Santo em que há uma clara distinção para Paulo entre o dom de línguas e o de profecia que está muito além, muito acima dos demais dons, principalmente sobre o de línguas, quando ele destaca a utilidade de cada um. É preciso um estudo cuidadoso, pois as línguas poderão manifestar da parte do Espírito Santo; do espírito humano, da carnalidade; ou até mesmo uma ação satânica.
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Poderá ser línguas idiomas estrangeiros; línguas extáticas; línguas em estado de êxtase ou hipnótico, jamais de anjos, pois a linguística e a Bíblia não dão base para falar as línguas dos anjos. O estudo aponta para as línguas humanas que são idiomas desconhecidos, porque são estrangeiras.
Poderá ser línguas idiomas estrangeiros; línguas extáticas; línguas em estado de êxtase ou hipnótico, jamais de anjos, pois a linguística e a Bíblia não dão base para falar as línguas dos anjos. O estudo aponta para as línguas humanas que são idiomas desconhecidos, porque são estrangeiras.
Através de pesquisas buscamos comparar as línguas de I Cor. 14 com as línguas de Atos, do Novo Testamento e do Antigo Testamento, em todos os níveis, os originais apontam para idiomas estrangeiros. Entretanto, Paulo ao perceber que as línguas faladas em Corinto fugiam do padrão linguístico, ele escreve o capítulo quatorze para regulamentar o falar em línguas com a interpretação, e não havendo, ele recomenda que fiquem calados. Fica claro para Paulo que o falar em línguas só é possível se houver o intérprete; logo, a língua falada foi o idioma humano. Essa língua aconteceu só para aquele tempo ou ainda se fala em línguas em nossos dias? Vamos tratar disso no capitulo o dom de línguas ontem e hoje. As línguas em Atos e em Corinto são as mesmas? Que tipo de línguas eram faladas? Idiomas humanos desconhecidos? Sons inarticulados sem distinção? Ou idiomas angelicais? Em nossa pesquisa descobrimos que em Corinto havia uma variedade de línguas extáticas, êxtases ou até hipnóticas. Todavia, descobrimos que a língua no pentecostes foi idioma e que o Espírito Santo foi o intérprete para as dezessete nações presentes que ouviram em seu próprio dialeto. Já as línguas em Corinto não coadunavam com a língua em Atos, por isso que Paulo se põe a regulamentá-las, afirmando que a língua era para a edificação de todos; para tanto precisava de intérprete que deveria ser outra pessoa e não a que falava em línguas. As línguas que falavam eram um sinal para os descrentes, incrédulos, já a profecia era para os que creem.
O movimento falar em línguas ressurgiu em tempos modernos com Ricardo G. Spurling, Pastor Batista, em 1886, liderando um grupo avivalista e o falar em línguas. O movimento desenvolveu e cresceu rapidamente dentro das igrejas históricas. O fenômeno moderno tem como características o falar em línguas angelicais; são pessoas ingênuas, que creem sem investigar o que creem; idosas; que vivem a margem da sociedade; esquecidas pelas igrejas históricas; orgulhosas, sendo que esse perfil tem-se mudado nos últimos anos, pois os jovens e pessoas estudadas já fazem parte do movimento.
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Como o fiel começa a falar em línguas? Dizem os pesquisadores, até mesmo os defensores do movimento, que os crentes são instruídos a falarem em línguas e alguns falam por intuição. Terminamos a nossa pesquisa abordando o aspecto: O amor e as línguas, entendendo que o motivo da confusão na igreja em Corinto era a falta de amor. E onde há abundância de amor as línguas cessarão conforme nos diz (I Cor. 13:8).
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2 TEXTO GREGO:
1Co 14:1 Διώκετε τὴν ἀγάπην· ζηλοῦτε δὲ τὰ πνευματικά, μᾶλλον δὲ ἵνα προφητεύητε.
1Co 14:2 ὁ γὰρ λαλῶν γλώσσῃ οὐκ ἀνθρώποις λαλεῖ, ἀλλὰ τῷ Θεῷ· οὐδεὶς γὰρ ἀκούει, πνεύματι δὲ λαλεῖ μυστήρια·
1Co 14:3 ὁ δὲ προφητεύων ἀνθρώποις λαλεῖ οἰκοδομὴν καὶ παράκλησιν καὶ παραμυθίαν.
1Co 14:4 ὁ λαλῶν γλώσσῃ ἑαυτὸν οἰκοδομεῖ, ὁ δὲ προφητεύων ἐκκλησίαν οἰκοδομεῖ.
1Co 14:5 θέλω δὲ πάντας ὑμᾶς λαλεῖν γλώσσαις, μᾶλλον δὲ ἵνα προφητεύητε· μείζων γὰρ ὁ προφητεύων ἢ ὁ λαλῶν γλώσσαις, ἐκτὸς εἰ μὴ διερμηνεύῃ, ἵνα ἡ ἐκκλησία οἰκοδομὴν λάβῃ.
1Co 14:6 νυνὶ δέ, ἀδελφοί, ἐὰν ἔλθω πρὸς ὑμᾶς γλώσσαις λαλῶν, τί ὑμᾶς ὠφελήσω, ἐὰν μὴ ὑμῖν λαλήσω ἢ ἐν ἀποκαλύψει ἢ ἐν γνώσει ἢ ἐν προφητείᾳ ἢ ἐν διδαχῇ;
1Co 14:7 ὅμως τὰ ἄψυχα φωνὴν διδόντα, εἴτε αὐλὸς εἴτε κιθάρα, ἐὰν διαστολὴν τοῖς φθόγγοις μὴ δῷ, πῶς γνωσθήσεται τὸ αὐλούμενον ἢ τὸ κιθαριζόμενον;
1Co 14:8 καὶ γὰρ ἐὰν ἄδηλον φωνὴν σάλπιγξ δῷ, τίς παρασκευάσεται εἰς πόλεμον;
1Co 14:9 οὕτω καὶ ὑμεῖς διὰ τῆς γλώσσης ἐὰν μὴ εὔσημον λόγον δῶτε, πῶς γνωσθήσεται τὸ λαλούμενον; ἔσεσθε γὰρ εἰς ἀέρα λαλοῦντες.
1Co 14:10 τοσαῦτα, εἰ τύχοι, γένη φωνῶν ἐστὶν ἐν κόσμῳ, καὶ οὐδὲν αὐτῶν ἄφωνον.
1Co 14:11 ἐὰν οὖν μὴ εἰδῶ τὴν δύναμιν τῆς φωνῆς, ἔσομαι τῷ λαλοῦντι βάρβαρος καὶ ὁ λαλῶν ἐν ἐμοὶ βάρβαρος.
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1Co 14:12 οὕτω καὶ ὑμεῖς ἐπεὶ ζηλωταί ἐστε πνευμάτων, πρὸς τὴν οἰκοδομὴν τῆς ἐκκλησίας ζητεῖτε ἵνα περισσεύητε.
1Co 14:13 Διόπερ ὁ λαλῶν γλώσσῃ προσευχέσθω ἵνα διερμηνεύῃ.
1Co 14:14 ἐὰν γὰρ προσεύχωμαι γλώσσῃ, τὸ πνεῦμά μου προσεύχεται, ὁ δὲ νοῦς μου ἄκαρπός ἐστι.
1Co 14:15 τί οὖν ἐστι; προσεύξομαι τῷ πνεύματι, προσεύξομαι δὲ καὶ τῷ νοΐ· ψαλῶ τῷ πνεύματι, ψαλῶ δὲ καὶ τῷ νοΐ.
1Co 14:16 ἐπεὶ ἐὰν εὐλογήσῃς τῷ πνεύματι, ὁ ἀναπληρῶν τὸν τόπον τοῦ ἰδιώτου πῶς ἐρεῖ τὸ ἀμήν ἐπὶ τῇ σῇ εὐχαριστίᾳ; ἐπειδὴ τί λέγεις οὐκ οἶδε;
1Co 14:17 σὺ μὲν γὰρ καλῶς εὐχαριστεῖς, ἀλλ᾿ ὁ ἕτερος οὐκ οἰκοδομεῖται.
1Co 14:18 εὐχαριστῶ τῷ Θεῷ μου πάντων ὑμῶν μᾶλλον γλώσσαις λαλῶν·
1Co 14:19 ἀλλ᾿ ἐν ἐκκλησίᾳ θέλω πέντε λόγους διὰ τοῦ νοός μου λαλῆσαι, ἵνα καὶ ἄλλους κατηχήσω, ἢ μυρίους λόγους ἐν γλώσσῃ.
1Co 14:20 ᾿Αδελφοί, μὴ παιδία γίνεσθε ταῖς φρεσίν, ἀλλὰ τῇ κακίᾳ νηπιάζετε, ταῖς δὲ φρεσὶ τέλειοι γίνεσθε.
1Co 14:21 ἐν τῷ νόμῳ γέγραπται ὅτι ἐν ἑτερογλώσσοις καὶ ἐν χείλεσιν ἑτέροις λαλήσω τῷ λαῷ τούτῳ, καὶ οὐδ᾿ οὕτως εἰσακούσονταί μου, λέγει Κύριος.
1Co 14:22 ὥστε αἱ γλῶσσαι εἰς σημεῖόν εἰσιν οὐ τοῖς πιστεύουσιν, ἀλλὰ τοῖς ἀπίστοις· ἡ δὲ προφητεία οὐ τοῖς ἀπίστοις, ἀλλὰ τοῖς πιστεύουσιν.
1Co 14:23 ᾿Εὰν οὖν συνέλθῃ ἡ ἐκκλησία ὅλη ἐπὶ τὸ αὐτὸ καὶ πάντες γλώσσαις λαλῶσιν, εἰσέλθωσι δὲ ἰδιῶται ἢ ἄπιστοι, οὐκ ἐροῦσιν ὅτι μαίνεσθε;
1Co 14:24 ἐὰν δὲ πάντες προφητεύωσιν, εἰσέλθῃ δέ τις ἄπιστος ἢ ἰδιώτης, ἐλέγχεται ὑπὸ πάντων, ἀνακρίνεται ὑπὸ πάντων,
1Co 14:25 καὶ οὕτω τὰ κρυπτὰ τῆς καρδίας αὐτοῦ φανερὰ γίνεται· καὶ οὕτω πεσὼν ἐπὶ πρόσωπον προσκυνήσει τῷ Θεῷ, ἀπαγγέλλων ὅτι ὁ Θεὸς ὄντως ἐν ὑμῖν ἐστι.
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1Co 14:26 Τί οὖν ἐστιν, ἀδελφοί; ὅταν συνέρχησθε, ἕκαστος ὑμῶν ψαλμὸν ἔχει, διδαχὴν ἔχει, γλῶσσαν ἔχει, ἀποκάλυψιν ἔχει, ἑρμηνείαν ἔχει· πάντα πρὸς οἰκοδομὴν γινέσθω.
1Co 14:27 εἴτε γλώσσῃ τις λαλεῖ, κατὰ δύο ἢ τὸ πλεῖστον τρεῖς, καὶ ἀνὰ μέρος, καὶ εἷς διερμηνευέτω·
1Co 14:28 ἐὰν δὲ μὴ ᾖ διερμηνευτής, σιγάτω ἐν ἐκκλησίᾳ, ἑαυτῷ δὲ λαλείτω καὶ τῷ Θεῷ.
1Co 14:29 προφῆται δὲ δύο ἢ τρεῖς λαλείτωσαν, καὶ οἱ ἄλλοι διακρινέτωσαν·
1Co 14:30 ἐὰν δὲ ἄλλῳ ἀποκαλυφθῇ καθημένῳ, ὁ πρῶτος σιγάτω.
1Co 14:31 δύνασθε γὰρ καθ᾿ ἕνα πάντες προφητεύειν, ἵνα πάντες μανθάνωσι καὶ πάντες παρακαλῶνται·
1Co 14:32 καὶ πνεύματα προφητῶν προφήταις ὑποτάσσεται·
1Co 14:33 οὐ γάρ ἐστιν ἀκαταστασίας ὁ Θεὸς, ἀλλ᾿ εἰρήνης. ῾Ως ἐν πάσαις ταῖς ἐκκλησίαις τῶν ἁγίων,
1Co 14:34 αἱ γυναῖκες ὑμῶν ἐν ταῖς ἐκκλησίαις σιγάτωσαν· οὐ γὰρ ἐπιτέτραπται αὐταῖς λαλεῖν, ἀλλ᾿ ὑποτάσεσθαι, καθὼς καὶ ὁ νόμος λέγει.
1Co 14:35 εἰ δέ τι μαθεῖν θέλουσιν, ἐν οἴκῳ τοὺς ἰδίους ἄνδρας ἐπερωτάτωσαν· αἰσχρὸν γάρ ἐστι γυναιξὶν ἐν ἐκκλησίᾳ λαλεῖν.
1Co 14:36 ἢ ἀφ᾿ ὑμῶν ὁ λόγος τοῦ Θεοῦ ἐξῆλθεν, ἢ εἰς ὑμᾶς μόνους κατήντησεν;
1Co 14:37 Εἴ τις δοκεῖ προφήτης εἶναι ἢ πνευματικός, ἐπιγινωσκέτω ἃ γράφω ὑμῖν, ὅτι τοῦ Κυρίου εἰσὶν ἐντολαί·
1Co 14:38 εἰ δέ τις ἀγνοεῖ, ἀγνοείτω.
1Co 14:39 ῞Ωστε, ἀδελφοί, ζηλοῦτε τὸ προφητεύειν, καὶ τὸ λαλεῖν γλώσσαις μὴ κωλύετε·
1Co 14:40 πάντα εὐσχημόνως καὶ κατὰ τάξιν γινέσθω.
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2.1 TRADUÇÃO DO TEXTO ORIGINAL:
V. 1 – Segui o amor com fidelidade; e procurai com zelo ardente os dons espirituais, muitíssimo mais o de profetizar.
V. 2 – Porquanto o que fala em língua estrangeira, não diz aos homens, mas ao Deus verdadeiro face a face; porque ninguém o entende; mas em espírito ele fala para si mesmo em mistério.
V. 3 – Todavia, o que profetiza fala aos homens para a edificação, para o encorajamento, para a exortação e também para a consolação.
V. 4 – O que fala em língua estrangeira, ele fala para si mesmo, para a sua própria edificação, entretanto, o que profetiza vai edificando a igreja.
V. 5 – Eu quero também que todos vocês faleis em línguas, todavia muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é muito maior do que o que fala em línguas estrangeiras, a menos que também as interprete para que a igreja continue sendo edificada.
V. 6 – Além disso, irmãos, se eu vou ter convosco falando em línguas, que proveito vos terá, a não ser que eu vos falo ou por meio de revelação, ou através de ciência, ou por meio de profecia, ou através de doutrina?
V. 7 – Igualmente também as coisas inanimadas que emitem som, quer seja flauta, quer seja cítara, se não derem sons com distinção, como identificar os sons que é tocado na flauta ou na cítara?
V. 8 – Porque, se a trombeta der o som incerto, quem se preparará, estará pronto para a guerra?
V. 9 – Assim vós também, se com a língua não disserdes palavras compreensíveis, como se entenderá as coisas que se diz? Pois estareis como que falando em êxtase e ao vento.
V. 10 – Há, sem dúvida, um número muito grande de vozes no mundo; e nenhuma delas sem sentido.
V. 11 – Se eu, pois, desconheço o significado da voz, serei estrangeiro para aquele que fala; e ele que fala comigo será estrangeiro para mim.
V. 12 – Assim também vós, já que estão desejosos ardentemente por dons espirituais, procurais progredirem abundantemente neles para a edificação da igreja.
V. 13 – Por isso mesmo, o que fala em outra língua deve orar para que o mesmo a possa interpretar, a fim de edificar a igreja.
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V. 14 – porque, se eu orar em língua estrangeira o meu espírito ora de fato, porém a minha mente há de ficar infrutífera.
V. 15 – O que eu farei, pois? Orarei com o meu espírito, mas também orarei com o meu entendimento; cantarei louvores com o meu espírito, mas cantarei também com a minha mente.
V. 16 – Porque se tu bendisseres somente com o espírito, como o outro que é sem conhecimento dirá o amém sobre a tua ação de graças, visto que não entende o que dizes?
V. 17 – Porque tu, de fato, dás bem as ações de graças, todavia o outro não é edificado.
V. 18 – Eu dou graças ao Deus verdadeiro, porque falo em outras línguas recebidas como dom muito mais do que a todos vós.
V. 19 – Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para que possa ensinar também abundantemente os outros, do que falar dez mil palavras em língua estrangeira que não entenderão.
V. 20 – Irmãos parem de ser crianças na compreensão, entretanto, na malícia maligna sedes criancinhas; quanto ao entendimento, sedes homens amadurecidos.
V. 21 – Na Lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas estrangeiras e por lábios de estrangeiros falarei a este povo; e nem assim também me ouvirão, diz o Senhor Deus, 2
V. 22 – De modo que as línguas são constituídas em um milagre, não para os que crêem, mas para os incrédulos; a profecia, contudo, não é um sinal para os incrédulos, mas sim, um sinal para os que crêem.
V. 23 – Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem pessoas sem o aprendizado ou incrédulas, porventura não dirão que estais loucos? Sim, com razão!
V. 24 – Entretanto, se todos profetizarem, e entrando algum incrédulo ou indouto e prestar atenção, é ele por todos convencidos a crer e se sentido culpado, por todos é julgado.
V. 25 – Tornam-se-lhes manifestos os seus segredos do coração; e assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus com prazer, declarando que Deus está de fato no meio de vós.
___________________
2 - ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada – Versão Revisada da Tradução de Acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego. 3ª Impressão. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira – JUERP, 1991. Isaías 28:11; 33:19 e Jeremias 5:15.
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V. 26 – O que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada qual tem cântico de salmos, outro doutrina, outro revelação, outro tem língua, outro tem a interpretação. Seja tudo feito para o beneficio da edificação.
V. 27 – No caso de alguém falar em língua estrangeira, que não sejam mais de dois ou quando muitos três, e cada um por sua vez, e haja também quem interprete.
V. 28 – Mas, se também não houver intérprete, que esteja calado para o beneficio da igreja, e fale consigo mesmo e com Deus.
V. 29 – E falem os profetas, dois ou três, e os outros que julguem.
V. 30 – Mas, se o outro que estiver sentado, for revelada alguma palavra, cale-se e fique em silêncio o primeiro.
V. 31 – Porquanto todos poderão profetizar, um após o outro, para que todos aprendam e para que todos também sejam consolados.
V. 32 – Porque os espíritos dos profetas estão também submissos aos profetas;
V. 33 – Porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos,
V. 34 – As mulheres fiquem caladas nas igrejas; porquanto não lhes é também permitido falar para que haja silencio na igreja, mas estejam submissas como também ordena a Lei.
V. 35 – Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seus próprios maridos; porque é desonroso para a mulher o falar na igreja.
V. 36 – Porventura, a palavra de Deus se originou no meio de vós ou veio exclusivamente para vós outros?
V. 37 – Se alguém se considera profeta ou ser espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.
V. 38 – Mas, se alguém ignora isto, ele será ignorado.
V. 39 – Porquanto, meus irmãos, procurem com zelo ardente o dom de profetizar, e não proibais o falar em línguas estrangeiras.
V. 40 – Tudo, porém, seja feito com decência e também com ordem.
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2.2 EXEGESE DE PRIMEIRO AOS CORÍNTIOS CAPÍTULO 14:
Quando olhamos para I aos Coríntios (12:8-10 e 28-30) encontramos o Apóstolo Paulo classificando os dons como todos dados pelo Espírito Santo, com o fim de edificar a igreja, contudo, sem nenhum acanhamento em colocar o dom de línguas estrangeiras em último lugar, o menos importante, o menor dos dons, o que menos contribuía para a edificação da igreja, usando no (V. 5) a palavra grega θέλω (telo) que significa querer, desejar que normalmente é seguida pelo infinitivo, expressando o objeto do desejo. O desejo de Paulo é que os crentes não se comportassem como meninos, se comportando com tal, não alcançavam a profundidade da vida em Cristo. Logo, ele expressa o seu desejo que as línguas cessem. Ele usa λάβη (lábe) aoristo que demonstra que o seu desejo é continuo, o que o subjetivo λαμβάνω (lambáno) também expressa o mesmo sentido. Usa palavras como no (V.12), ζηλωτής (zelotes), alguém que é zeloso, entusiasta, que demonstra zelo neste propósito, que reforça, não só o propósito que tem em mente, mas também a idéia de que as línguas não eram convenientes para a igreja, pois, não contribuíam para o bem da mesma. Qual era o seu desejo, ou propósito? A palavra grega πνευμάτων (pneumaton) indica o objeto do forte desejo que é a profecia acompanhada pelo o amor. Que seja uma busca incessante, para isso usa as palavras gregas ζητείτε (zeteite) que o presente imperativo ζετέω (zeteo) indica a continuação de uma ação em progresso ou a ação continua que é habitual. περισσεύητε (perisseute) presente e subjetivo περισσεύω (perisseuo) que significa aumentar, abundar, exceder expressam o desejo de crescimento que pode ser numérico ou espiritual. Lógico que Paulo tem em mente o crescimento espiritual, pois, a igreja estava fragmentada e em contendas. O (V.23) ele usa ότι que introduz um discurso, uma citação direta, e é usada como um sinal de citação, o propósito, o zelo, o desejo de ver a igreja progredindo nos dons e esses fazendo a igreja crescer. No (V.26) ele usa τί ούν εστιν (ti oun estin) para perguntar: Qual é então o resultado desta discussão? Por que ele quer uma ação imediata reunidos em assembléia συνέρχησθε (sunérkeste). Paulo quer os dons em ação e cada pessoa tinha um desses dons porque eram dados pelo Espírito. Não praticá-los era negligenciá-los e entristecer o Espírito de Deus. Mas, Paulo quer οικοδομή (oikodome) a edificação da igreja. Por isso ele usa γινέσθω (ginésto) presente imperativo - γίνομαι (ginomai) é uma ordem para ação habitual e continua. Com o (V.33) o Apóstolo Paulo aponta os problemas ακαταστασιν (akatastasin) desordem, distúrbio, confusão. A desordem pode se referir a uma situação na assembléia ou se
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o Espírito não estivesse em harmonia consigo mesmo; com isso Paulo aponta também a solução, que era valorizar muito mais a profecia, controlar as línguas no número dos que falavam, no máximo três e com intérprete, em não havendo, que ficassem calados.
Entendemos que só tem algum dom aquele que já é salvo, que consequentemente já foi batizado com o Espírito Santo, pois, é o mesmo que dá o dom, e dá como o quer e em abundância. No (V. 12) ele usa a palavra grega πνευμάτων (pneumáton) genitivo plural indicando o objeto do forte desejo. Usa περισσεύητε (perisseuete) presente subjetivo περισσεύω (perisseuo) para indicar que esse forte desejo deve aumentar, abundar, exceder. O crescimento pode ser numérico ou espiritual com o objetivo de edificar a igreja, o corpo de Cristo. Logo, o dom não é dado para a exaltação, para a promoção e para a bênção própria, mas para ser bênção na vida de outros, para a edificação da igreja de Cristo. Entretanto, na igreja em Corinto o dom de línguas estrangeira era exercido de maneira carnal, sem o amor, competitivo e era supervalorizado; havia uma disputa de qual dom era mais importante, o que levou o Apóstolo Paulo a escrever o capítulo quatorze, de Primeira Epistola aos Coríntios, para colocar ordem e acabar com as disputas pessoais que traziam tantos prejuízos espirituais, doutrinários e divisões dentro da igreja. É pensando nesses problemas, no ceio da igreja, que Paulo vai tratar do dom de línguas e de profecia.
O Apóstolo Paulo termina o capitulo treze de primeira epistola aos Coríntios falando das três grandes virtudes do cristianismo: A fé, a esperança e o amor, e destacando que o maior deste é o amor, para iniciar o capitulo quatorze recomendando os cristãos de Corinto a seguirem, perseguirem o amor de maneira ardente e com fidelidade acima de qualquer dom, buscando os dons espirituais, todavia, o de profetizar, que é o dom preferido de Paulo, porque é entendido, convence o pecador e edifica os ouvintes. Ele faz um paralelo entre o dom de línguas e o de profetizar para deixar claro a superioridade do dom de profetizar. O advérbio grego μαλλον (mallon) trás a idéia de superlativo. Já a palavra grega προφητεύητε (profeteuete) presente do subjetivo profetizar é usada para expressar o alvo do desejo ou da busca que Paulo quer para a igreja, que é a harmonia, a união e a edificação.
O Apóstolo Paulo tem um plano ao tratar do dom de línguas γλωσσας, (glossas) idiomas estrangeiros versos o dom de profetizar. Paulo não despreza o dom de línguas, apenas
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está freando, corrigindo o problema, que era a supervalorização, o exibicionismo, a vaidade e a competição entre os que tinham os dons por falta de amor, pela carnalidade e a falta da sabedoria divina em usar os dons para o benefício do Reino do Senhor Jesus.
Orgulhavam-se da sabedoria humano (gnose), mas não tinham a principal que era a divina. No pensar de Paulo se o dom de línguas gerava confusão, logo não era divino, não vinha de Deus, pois Deus não é Deus de confusão (I Cor. 14:33), portanto, era ação humana, a falta de amor. Paulo não é contra o dom, mas contra o mau uso dos dons. E o mau uso dos dons envolvia competição, supervalorização, vaidade, exibicionismo e falta de amor no uso dos dons.
Paulo não deixa dúvida quanto a sua preferência em relação aos dons e o seu dom preferencial é o de profetizar, que é a pregação da palavra inspirada, e usa as palavras no grego μάλλον δε ίνα (mállon de ína) para realçar a idéia que a profecia está muito acima, muito além, muito mais importante do que o dom de língua, porque a profecia edifica a igreja por ser entendido o que se fala e quem fala. Já o dom de línguas gerava confusão na igreja, porque não era entendido o que se falava, portanto, a recomendação é para que houvesse intérprete. Por que Paulo tem preferência pelo dom de profecia? No verso três ele estabelece os critérios o porquê de sua preferência. Ele usa duas palavras no grego para reforçar a idéia, que são: παράκλησις (paráklesis) exortação, encorajamento, consolação e παραμυθία (paramutía) encorajamento e consolo. O que a profecia faz é convencer os ouvintes. O que o dom de línguas não o fazia, não é capaz porque o mesmo edifica a própria pessoa, portanto era um dom egoísta. Paulo vai usar no (V. 4) uma palavra grega que demonstra a sua preocupação com a edificação de todos e continuamente, οικοδομει (oikodomei) presente do indicativo ativo que significa edificar e construir. O tempo presente enfatiza a ação continua que é habitual ou sempre verdadeira. Onde há egoísmo há ausência de amor e de sabedoria divina. O dom de profecia estabelece o critério também do discernimento, o que o dom de línguas não é capaz, a não ser que haja intérprete. A profecia convence o pecador dos seus pecados, levando-o ao arrependimento e a salvação, no (V. 24) ele usa três palavras no grego para demonstrar o que quer: προφητεύωσιν (profeteúosim) presente subjetivo enfatiza a ação continua; ελέγχεται (elégquetai) presente indicativo passivo foi usada para convencer, apresentar a evidência de tal maneira que o ouvinte é levado à conclusão de que o argumento está certo e ανακρίνω (anakríno), examinar, colocar sob interrogatória por um juiz no tribunal.
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No V. 25 ele usa a palavra grega προσκυνήσει (proskinései) futuro de προσκυνέω (proskinéo) adorar, ajoelhar-se, usado para designar o costume de prostrar-se perante uma pessoa e beijar seus pés, a bainha de suas vestes, o solo. Por outro lado, o dom de língua temoriza o pecador, pois, ele não entende o que é dito e o que está acontecendo no culto, principalmente quando todos falam juntos, em estado de êxtase, hipnose ou extático, isso escandalizava o novato ou levava-o a pensar que os que estavam reunidos adorando estavam fora de si. Isso fica claro quando usa o grego μαίνεσθε (maíneste) presente do indicativo médio a concluir que estão loucos. A profecia para Paulo não é adivinhação do futuro, ainda que o lado futurístico não esteja descartado ou excluído, pois a palavra revelada já prevê o futuro, todavia, esse sentido futurístico não é o principal no grego. Profetizar para Paulo era anunciar a palavra de Deus que apontava os acontecimentos do futuro, falava da condição pecaminosa do ser humano e de sua necessidade de se tornar uma nova criatura em Cristo Jesus (II Cor. 5:17).
A preferência de Paulo pela profecia tem uma razão cultural também, pois, no Oriente o individuo vivia para a comunidade, porque esta era mais importante do que a pessoa como individuo e a profecia em seu ensino contribui para tanto. Já o dom de línguas era gerador de desagregação e causador de instabilidade na comunidade, além de contribuir para a vaidade individual, exibicionismo e a competição, logo, Paulo orienta para não proibir o falar em línguas e usa a palavra grega que é a seguinte: κωλύετε (kolúete) presente imperativo tem o sentido de obstruir, impedir, proibir. O presente imperativo com a negação significa parar uma ação em progresso ou proibir a ação habitual, colocando freio, normas e critérios quanto ao uso da mesma, normas essas que resolveram o problema que causava instabilidade na comunidade cristã da cidade de Corinto.
O dom de línguas sem o intérprete não fala aos homens, pois os mesmos não entendem, mas a Deus e em espírito fala a si mesmo. Ora, se fala a si mesmo e para a sua própria edificação, logo, se conclui duas coisas: A) O dom de línguas é preferido pelos os egoístas e como tais não visam à edificação da comunidade chamada igreja, mas a si mesmos. Portanto, para um judeu como Paulo era, que tinha uma cultura de que o individuo vivia não para si mesmo, mas, para a comunidade, ele entende que os membros da igreja que tinham o dom de línguas não estavam vivendo para a comunidade cristã local, deveriam então se adequar as normas, aos costumes e a cultura que estavam sacrificando por caprichos próprios.
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B) Paulo conclui que o dom de línguas não era importante para a igreja já que a mesma não se beneficiava através do mesmo, ainda que houvesse intérprete tanto quanto o de profetizar.
Para Paulo qualquer dom tem que ser exercido dentro do espírito cristão, que neste caso é com amor que no V. 39 ele usa o grego ζηλουτε (zeleute) presente imperativo e tem que ser zeloso, desejar ardentemente. Isso demonstra que quem não zela pela paz e pela unidade da comunidade, não tem um zelo ardente pela unidade e a paz no ceio da igreja. O argumento de Paulo é progressivo, embasado e colocando ordem na desordem. Ele vai argumentando de maneira que leva os membros a entenderem, a terem a conclusão própria que o dom de línguas é prejudicial para a igreja. Com o verso treze Paulo resolve dois problemas na igreja: Primeiro – Mostra a necessidade de orar usando a palavra προσεύχομαι (proseucomai) que significa orar e está no imperativo. O (V.5) usa διερμηνεύη (diermeneue) presente subjetivo, indicando que a pessoa que ia falar em línguas, sabia que iria fazer uso do dom, pois, tinha de orar para que também pudesse interpretar, a fim de que a igreja fosse edificada, em não havendo intérprete, que ficasse calado. Segundo – Paulo convida os membros a orarem; se orassem haveriam de encontrar o discernimento, o que estava faltando, o que leva Paulo a usar o próprio exemplo que se ele mesmo orasse em línguas, o seu espírito oraria e seria satisfeito, mas a sua mente ficaria infrutífera, portanto, Paulo preferia não orar nem falar em línguas, pois, queria a edificação de todos, porque tinha o discernimento da vontade do Senhor para a sua vida, para a vida da igreja e o amor de Cristo para com o Reino do Senhor Jesus.
Paulo combate o falar em línguas como exibição e esnobismo ao afirmar que falava mais idiomas do que todos eles, pois era poliglota; para isso ele usa duas palavras no grego que deixam claro πλευοτέρας (pleiotéras) em que a raiz πλείων (pleion) dá a idéia de muito mais, maior, superior. A outra palavra é γλωσσας (glossas) acusativo plural que significa falar em línguas, idiomas e dialetos recebidos como dom; no entanto, ainda que o Apóstolo Paulo falava vários idiomas, ele não pregava em línguas desconhecidas para a melhor compreensão dos ouvinte. Paulo põe ordem na igreja quando no verso vinte e três pergunta “não dirão porventura que estais loucos?”, pressupondo uma resposta afirmativa usando o grego μαίνεσθε (maineste) presente do indicativo médio requer uma resposta afirmativa que é sim. Se todos falassem em línguas estrangeiras desconhecidas ao mesmo tempo e entrando alguém sem estudo ou incrédulo, com certeza sairia pensando que todos eram loucos. Isso para Paulo
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era descabível, já que o objetivo da igreja se reunir era divulgar a Cristo como salvador e alcançar vidas, e não afastá-las por escandalizá-las.
O falar em idiomas desconhecidos sem intérprete é obscuro para os ouvintes como o é os sons desafinados e indistintos dos instrumentos, ou seja, inoperante. O falar em línguas gera confusão, insegurança, incompreensão, vaidade, exibição, egoísmo e é a demonstração de falta de amor; já a profecia encoraja a prática do amor, exorta, consola, edifica a todos, é compreensível, convence o pecador e pode ser julgada, pois fala em sã consciência e sob controle do profeta. Para o Apóstolo Paulo o dom de profetizar é muito mais importante para a igreja do que o falar em línguas que não sejam conhecidas, a não ser que haja intérprete.
Para o Apóstolo Paulo não há como falar em línguas e profetizar ao mesmo tempo ou o profetizar e o falar em línguas simultaneamente. Para ele são duas coisas distintas. O falar em línguas desconhecidas está ligado à oração, a adoração e a magnificar a Deus, jamais uma ligação com o profetizar que é o anunciar a mensagem do Senhor.
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3 ORIGEM DOS DONS:
É importante entender e aceitar que quem dá os dons legítimos é o Espírito Santo, não vem de algum espírito demoníaco ou humano, que seria fingimento e falso. Mas, na igreja em Corinto, havia uma língua que não era entendida, era misteriosa e que Paulo reprovava. Paulo então escreve o capítulo quatorze para combater tal atitude quando argumenta em (I Cor. 12:3 e 14:4), que todos os que têm o Espírito Santo não dirão que Jesus é anátema. Ninguém poderá dizer que Jesus Cristo é Senhor se não for pelo Espírito do Senhor. Paulo chama para o discernimento, (I Cor. 12:10) e em (I Coríntios 14:1) estabelece duas verdades: 1ª – “Há uma clara distinção entre o dom de línguas e o dom de profecia; e 2ª – É destacado o grau de utilidade ou serventia de cada um desses dois dons, postos em contrastes” 3. As instruções dadas por Paulo é que houvesse intérprete quando falassem em línguas desconhecidas; que falassem em línguas dois ou três; que houvesse discernimento de espírito para identificar consequentemente que espírito motivava o falar em línguas, se o Espírito de Deus, se o espírito maligno, ou se simplesmente o espírito humano. Paulo argumenta que o dom de profetizar está muito além do dom de línguas, é mais importante, anunciando o Evangelho puro há entendimento e tem como julgar baseado na revelação inspirada o que podia ser julgado se falava a verdade. Para Paulo o principal e está acima de qualquer dom é a vivência e a prática do amor (I Cor. 13:1,8 e 14:1). O amor não permite, não deixa o crente cair nos erros do exibicionismo, do esnobismo, de vaidade, do orgulho porque quem ama de verdade já chegou ao estágio mais elevado espiritualmente. Já entende que o falar em línguas conforme a orientação da Palavra de Deus é o menor de todos os dons e é para o crente iniciante, imaturo espiritual, portanto, não edifica a igreja, a não ser que haja intérprete. É um dom buscado pelos os que são egoístas, por isso as recomendações de Paulo para o bom uso dos dons na igreja em Corinto; e o bom uso dos dons será quando edificar a todos em amor.
3.1 ESPÍRITO SANTO OU DEMONISMO?
Parece estranha a pergunta acima, ou ofensiva aos que crêem que o falar em línguas só é possível se pelo Espírito Santo, no entanto, não o é, pois, há escritores renomados e até os
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3 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 852
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defensores do movimento moderno em falar em línguas que pensam que muitos dos que falam em línguas, o fazem, não só pelo Espírito Santo, mas também por espíritos malignos. Entre os que pensam assim podemos citar Champlin que trata a questão de maneira direta como vemos a seguir:
Não é de estranhar que muitas igrejas que buscam ambiciosamente os dons espirituais são aqueles que têm dificuldades com a possessão demoníaca? Por que não lhes ocorre que os mesmos espíritos que os levam a falar em línguas, a curar, a profetizar, etc, são os mesmos que os possuem e que finalmente, mostram sua malignidade moral levando-os a se sentirem psicológica e moralmente agitados, o que alguns, às vezes os leva a insanidade mental? Assim é que em uma reunião um espírito é expulso de alguém; mas na próxima reunião, tudo se repete. Tudo isso é atribuído ao Espírito Santo, quando, na realidade, só se manifesta um ‘espiritismo’ ignorante. Pelo menos os espíritas dizem apenas que entram em contato com espíritos humanos de pessoas falecidas; e são suficientemente sábios para saber que alguns deles, pelo menos, são malignos. Mas na igreja, em sua infantilidade, não são tomadas essas precauções; e o resultado disso são muitas pessoas que terminam por sofrer de perturbações psíquicas 4.
Gromacki segue na mesma linha de pensamento, inclusive citando autores adeptos e não adeptos do movimento moderno de falar em línguas, quando aborda esta questão em seu livro: “Avaliação do Movimento Moderno de Línguas” fazendo as seguintes perguntas:
Divina? Satânica? Psicológica? Artificial? Todas essas foram sugeridas como uma avaliação própria da fonte ou da origem do moderno fenômeno de ‘glossolalia’. As opiniões não se limitam necessariamente a apenas uma alternativa; alguns crêem que a glossolalia pode ser atribuída a duas ou mais dessas fontes. Edman... que nunca ‘falou línguas’, concluiu que a glossolalia moderna poderia ser divina, demoníaca ou psicológica, dependendo de sua fonte 5.
Gromacki afirma que Jack Hayford da igreja quadrangular, também admitiu que alguns casos eram satânicos; outros psicológicos, artificial; outros porém, eram obra genuína do Espírito Santo. O movimento moderno de línguas ao passar pela avaliação criteriosa da Palavra de Deus não encontrará base para o falar em “línguas estranhas”, pois, falam de fenômenos que não encontramos na Bíblia, se não vejamos o que dizem os que passaram pela própria experiência o que relatam:
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4 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 218.
5 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 74.
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o ‘falar em línguas’ não se manifesta isoladamente. É precedido, acompanhado e seguido por fenômenos tais como o som de vento, fogo, fragrância de perfume, convulsões físicas, choques elétricos, luzes, transpiração, curas e visões, inclusive de ver, ouvir e tocar o próprio Cristo 6.
Há de se perguntar o seguinte: Seria capaz de reproduzir os mesmos fenômenos do dia de pentecostes nos dias atuais? Se é capaz de se repetir, com qual propósito? Reproduziria os mesmos resultados? Os adeptos do movimento atual dizem que desce fogo quando a pessoa é batizada com o Espírito Santo. Mas desceu fogo em pentecostes? Em pentecostes não desceu fogo, foram “línguas repartidas como que de fogo”, (Atos 2:3), semelhante a fogo, não era fogo real. Acontecem no movimento moderno de línguas estranhas convulsões, retorcer e quedas; no dia de pentecostes não houve essas reações. As pessoas hoje entendem o que dizem? Há conversões como ouve no pentecostes? Os próprios defensores do movimento moderno de línguas, como vimos acima dizem que há exagero e que nem tudo o que acontece é e vem de Deus. Esses, pelo menos são sensatos em reconhecer que no mundo espiritual é preciso ter o dom do discernimento também recomendado por Paulo em I Cor. 12:10 para discernir que espírito está falando, se é o Espírito Santo, se espírito maligno ou humano que caracteriza imitação e falsidade.
Champlin diz que a “Experiência moderna também demonstra que nem toda a manifestação de poder sobrenatural procede do Espírito Santo” 7. Isso pode ser comprovado através da afirmação de texto e vídeo de Hermes Fernandes quando escreve o caso notório
de Katy Perry, filha de pastores pentecostais. Recebeu criação rígida e cantava no coral da igreja. Hoje é estrela Pop mundial, mas suas canções fazem apologia ao homossexualismo feminino, para vergonha dos pais. Numa recente entrevista à Revista Rolling Stone, Perry declarou que a pesar de sua conduta mundana, ainda cultiva o hábito de falar em línguas... em uma de suas canções ela diz: Beijei uma garota e gostei! Com a mesma boca que beijas garotas, falas em línguas?! 8.
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6 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 84.
7 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 218.
8 – FERNADES, Hermes. Internet: http:// www. Genizahvirtual.com/2010/09 onde-foi-que-eu-errei-o-que-esta-acontecendo-hotmail.com), 28/10/2009.
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As evidências apontam que outros espíritos agem no mundo espiritual que Paulo chama de espíritos enganadores, (I Tim 4:1); e “o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz” (II Cor. 11:14). É por isso que Paulo recomenda o dom do discernimento.
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4 DEFININDO OS DONS:
Paulo denomina os dons de charismaton (dons da graça) em (I Cor. 12:4, Rom. 12:6). Charismaton para Gromacki
indica que os dons têm sua fonte ou origem na graça de Deus, conquanto o termo anterior, pneumatikos, revele que os são basicamente espirituais, não naturais, em essência, e que são dados por meio do espírito de Deus e controlados por ele (cf 12:4,7,11). Um dom espiritual, portanto, é a capacidade dada ao cristão 9.
O que é o dom de línguas em (I Cor. 12:10,28,30)? Um defensor do moderno movimento de línguas, Walvoord, citado por Gromacki disse: “O dom de línguas é, obviamente, um meio sobrenatural da comunicação de Deus com seu povo” 10, o que Gromacki concorda, pois coincide com os demais dons que são revelações divinas. Que o falar em línguas “é Deus falando ao homem, e a interpretação a traduz para o conhecimento comum da igreja. Todavia, alguns advogados do movimento discordam dos seus companheiros quanto a essa definição” 11, pois, as línguas são sinais do homem falando a Deus como Paulo afirma em (I cor. 14:2) e não Deus falando aos homens. Precisamos ainda que Deus fale de maneira sobrenatural como no Antigo Testamento? Não basta a revelação do Filho e da sua Palavra como nos diz (Heb. 1:1)? Não é suficiente a iluminação do Espírito Santo ao salvo para entender a Palavra de Deus que é a revelação máxima de Deus? Afirmar que falamos a Deus em línguas estranhas é contrariar os ensinamentos de Paulo a igreja em Corinto.
De acordo com o já exposto acima, podemos perceber que não há harmonia entre os defensores do movimento, o falar em línguas, pois eles se contradizem e contradizem também a Palavra do Senhor, se não vejamos a definição a seguir transcrita por Gromacki o que Brumback cita: “É um pronunciamento sobrenatural, por parte do Espírito Santo, em idiomas nunca aprendidos por aqueles que falam e não compreendidos pela mente do ouvinte” 12.
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9 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 169.
10 Idem, p. 170.
11 Idem, p. 170
12 Idem, p. 171
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Apesar de crermos no sobrenatural, que o Espírito Santo é capaz de usar o homem como Ele quer, todavia não podemos contrariar a revelação bíblica, pois, não encontramos nenhum relato na Palavra de Deus, que Deus tenha falado aos homens, em uma língua que o homem não entendesse, ainda que usasse um anjo ou até a mula de Balão. Muito menos o homem falar a Deus numa língua que não fosse conhecida, um idioma. Quando Deus quis falar aos homens sempre usou o idioma que o mesmo entendesse. Paulo não aprova a língua extática, o êxtase, a hipnose ou a contorção na igreja em Corinto, pelo contrário, ele repreende tais manifestações em (I Cor. 14:14-16).
Há outros que defendem o dom de línguas como sendo a capacidade de se pregar o Evangelho em idiomas que nunca aprendera. Deus é capaz de levar alguém a falar em um idioma que não conhece? Sim! Ele é soberano! Mas só em casos excepcionais, sempre com o propósito de salvar vidas, jamais com o objetivo de ser batizado com o Espírito Santo, ou fazer com que o que fala em línguas se sinta mais santo, mais espiritual, mais poderoso, mais importante, superior espiritualmente aos demais crentes! Precisamos ser claros que o dom é dado como o Senhor quer, deseja dar e não como o homem deseja receber. A pergunta intrigante é: Deus ainda quer dar os mesmos dons dados à igreja primitiva à igreja hoje? Há necessidade dos mesmos dons hoje? Gromacki cita Lightner que afirma o seguinte:
Será que isso significa que o Espírito de Deus não pode fazer hoje em dia o que Ele fez nos dias da igreja primitiva? De maneira nenhuma, isso não limita o Espírito de Deus; na verdade, exalta a sua soberania, pois significa que Ele não quer fazer hoje em dia o que Ele fez na igreja primitiva 13.
Deus não é obrigado a fazer hoje o que Ele fez no passado, no tempo dos Apóstolos, pois, seria limitar a Deus. Isso contraria o caráter de Deus e também os eventos históricos bíblicos e pós-bíblicos. Ainda que Deus não mude quanto a sua Pessoa ou natureza, (Mt. 3:10), em seu proceder para com os homens Ele pode mudar. A sua forma de se manifestar ao homem deixou de ser através de Israel, para centralizar na igreja. De revelar a sua vontade e sua Palavra através de sonhos aos profetas do Antigo Testamento, para a Palavra escrita e revelada pelo próprio Espírito de Deus. O argumento de Gromacki é pertinente para esclarecer o pensamento acima:
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13 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 175.
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A questão não é se Deus pode dar o dom de línguas hodiernamente, pois Ele ainda tem o poder. A questão é se Deus tem por propósito continuar os mesmos fenômenos que a igreja apostólica experimentou a pretensão de que Deus tem de fazer hoje o que Ele fez no passado em resposta às orações de cristãos é incorrer em petição de principio. O crente assim se colocaria na posição de estar dizendo a Deus o que ele deve fazer 14.
Quem é o homem para dizer a Deus o que fazer? Onde está na Palavra que Deus tem que fazer o que o homem quer? Não há como limitar a ação do Espírito Santo na vida do crente. Afirmar que só tem o batismo com o Espírito Santo e sua plenitude se falar em línguas. O batismo com o Espírito Santo se dá no momento da conversão e salvação conforme (Ef. 1:13). No momento que se crê e recebe a Cristo, é simultaneamente batizado com o Espírito Santo no corpo de Cristo que é a igreja. É um ato. O enchimento e a plenitude do Espírito Santo serão através do processo da vida cristã, através da santificação até produzir o fruto do Espírito na vida do salvo, conforme afirma a Bíblia em (Gal. 5:22). Os defensores do movimento o falar em línguas colocam o batismo com o Espírito Santo como sendo o mais importante, como a segunda bênção, o que contraria o que Paulo diz em (I Cor. 14:1), quando ele coloca o dom de profetizar em primeiro lugar, muitíssimo acima do falar em línguas; além disso, Paulo diz que todo cristão genuíno tem o Espírito de Cristo, todavia, nem todo cristão fala em línguas. Este é um mistério que os defensores do movimento moderno de línguas não têm resposta, o porquê homens santos de Deus, tanto do Antigo como do Novo Testamento, no decorrer da história do Cristianismo e nos dias atuais não falaram e não falam em línguas. Será que todos os membros em corinto falavam em línguas?
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14 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 175.
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5 LÍNGUAS NA IGREJA EM CORINTO:
A igreja surgiu como resultado da segunda viagem missionária do Apóstolo Paulo (Atos 18:1-18), onde trabalhou um ano e seis meses. Poucos anos depois foi informado pela família de Cloé, (I Cor. 1:11), por carta, (I Cor. 7:1), o que acontecia na igreja, o que levou a escrever, de Éfeso, durante sua terceira viagem missionária, para corrigir o problema das línguas entre outros. Gromacki pergunta:
Quais eram os problemas da igreja? Havia divisões (1:11), carnalidade (3:3), conceitos errados quanto ao ministério do Evangelho (3:5-4:21), fornicação grosseira (5:1), processos legais entre cristãos (6:1, abusos morais dos corpos de crentes (6:15), ignorância quanto às relações do casamento (7:1)... violações da liberdade cristã (8:1), insubordinação das mulheres (11:3), abuso na ceia do Senhor (11:17), ignorância quanto à natureza de dons espirituais (12:1) e a negação da ressurreição física dos corpos dos crentes (15:4) 15.
A orientação apostólica foi necessário devido à super valorização da gnose deste mundo dentro da igreja, que levou ao egoísmo exacerbado, ao amor próprio acentuado, a autoconfiança exagerada, ao orgulho que cegava a igreja de ser bênção no Reino do Senhor Jesus e de se edificar mutuamente. Uma igreja bem dotada de dons espirituais, o que relata (I Cor. 1:5-7), todavia ignorante em relação à natureza e o uso adequado dos dons, (I Cor. 12:1), de maneira particular o dom de línguas. O dom de línguas para a comunidade cristã em Corinto era de elevada importância, a ponto de gerar dificuldade para Paulo, ao tratar do tema, que vai de (I Cor. 12:1 ao 14:40), mostrando-os que o estrelismo, a vaidade e a exibição mostravam, não o poder espiritual que tinham, mas o abuso da carnalidade. Diante de uma igreja que se orgulhava de seus dons e espiritualidade havemos de levantar algumas questões: Os dons exibidos e praticados na igreja em Corinto, bem como em nossos dias, evidenciam uma espiritualidade superior já existente, ou uma busca espiritual mais intensa para se ter o dom e o poder espiritual? Os dons na igreja em Corinto, eram legítimos, existiam de fato pelo o agir do Espírito Santo, ou era uma ação, motivação carnal? Paulo não nega a existência dos dons; eles existiam e eram legítimos, todavia os consideravam como exercidos de maneira carnal, sem discernimento, como meninos na fé e sem amor. Tanto a experiência em Corinto,
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15 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 165-166.
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como nos dias atuais, demonstram que os dons ainda que legítimos, todavia eram e são usados de maneira leviana, carnal e imaturamente, pois, envolvia, não só a imaturidade espiritual do portador do dom, bem como a sua condição emocional e psicológica. No movimento moderno, muitos querem o dom de línguas, para provar que foram batizados com o Espírito Santo para ostentarem para si um poder espiritual maior do que os demais e exibem isso com certa arrogância. Com certeza, o falar em línguas neste caso, não é uma ação do Espírito Santo, mas humana. Se não é através do Espírito Santo, será um hábito decorado, repetitivo e carnal; um estado de êxtase, hipnótico e extático, ou demoníaco, o que leva Champlin afirma que:
Precisamos encarar com suspeita aquelas congregações locais que dependem de elevada dose de levante emotivo nos cultos, afim de ‘fazer baixar’ o poder. É fato bem conhecido que no frenesi da emotividade, as pessoas com freqüência entram nos estágios iniciais de uma transe; e, nessa condição, ficam sujeitas a influência de certos ‘espíritos’, e não apenas do Espírito Santo. Além disso, sem que tenha consciência do fato, uma pessoa pode ‘auto-hipnotizar-se’. É então, nesse estado, despertando poderes psíquicos naturais, que se confundem as manifestações do espírito humano 16.
Não podemos negar que a igreja em Corinto era a comunidade cristã mais dotada de dons espirituais do Novo Testamento; por outro lado, não podemos discordar de Champlin quando diz que a transe espiritual e a auto-hipnose estavam acontecendo em Corinto e que era puramente humana e prova da imaturidade em lidar com os dons, se não Paulo não trataria do caso como tratou no capítulo quatorze. Quando observamos o verso quatorze, vemos nitidamente que Paulo fala de êxtase, de hipnose e de transe espiritual, fugindo do controle do Espírito Santo e do espírito humano, ocorrendo assim à imitação ou abrindo portas para outros espíritos atuarem. É aí que entra a recomendação de Paulo que está nos versos de (5-13), que haja o equilíbrio, que haja nitidez e que haja intérprete. Só pode haver intérprete para quem fala idiomas humanos ainda que sejam desconhecidos para algum grupo.
Champlin afirma que “os êxtases não são errados por si mesmos porquanto Pedro, Paulo e Balaão experimentaram transes, e então receberam visões” 17, Pedro em (At. 10:9-23); Paulo em (At. 22:17 e II Cor. 12:1-10); e Balaão em (Nm. 24:4,16); experiências essas que
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16 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 218.
17 - Idem, p. 218.
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ainda sucedem em nossos dias dentro de igrejas, dentro do espiritismo e dos místicos em todo o mundo. Por outro lado, a transe espiritual em nossos dias não é bem vista por que:
Com base nesses fatos, pode se perceber facilmente que o contato com o sobrenatural, com profecias verdadeiras, com o falar em línguas, com as curas, com todas as manifestações dessa natureza, através das experiências místicas, não precisam ser originadas por uma única fonte, necessariamente boa e justa. Assim sendo às coisas, devemos ser cautelosos em nossa aquilatação das ‘realidades’ e da ‘falsidade’ de manifestações que vemos e ouvimos. A regra de Cristo estipula que podemos conhecê-los pelos frutos também não troca a linha demarcatória mui distintamente. E isso porque pessoas totalmente destituídas da experiência evangélica têm vidas definidamente boas em sua forma de experiências místicas. Talvez, finalmente, somente Deus possa julgar tais coisas. Seja como for, o quadro na igreja cristã, hoje em dia, está terrivelmente confuso. Isso não significa, contudo, que não devemos buscar os dons espirituais; mas significa que devemos buscá-los somente ‘através’ do desenvolvimento espiritual, e não como desejo de obter acesso à espiritualidade mediante algum atalho fácil 18.
Os convertidos verdadeiramente receberão o Espírito Santo ao crer e ao receber o Senhor Jesus como Salvador, que chamamos de batismo, vindo posteriormente os dons espirituais que são dádivas dadas pelo Senhor para capacitar o salvo para a obra de Cristo para edificar a igreja do Senhor. Os carnais que buscam poder espiritual, de maneira escusa, ainda que obtenha algum poder, será estranho, negativo e reprovado pelo Senhor.
As línguas humanas faladas e entendidas em Atos capítulo 2 tiveram como objetivos transformar a maldição da confusão das línguas imposta por Deus quando da construção da “Torre de Babel”, (Gen. 11:7-9), a evangelização e a salvação de quase três mil almas (Atos 2:41); além disso, marcou a descida universal do Espírito Santo prometido pelo o Senhor em (Joel 2:15-21). As línguas faladas em (Atos 8:14) pelos cristãos, em (Atos 10:44) pelos gentios, foram línguas idiomas, pois a palavra em grego é glossa e foi um sinal para provar a descida do Espírito Santo no Pentecostes.
Em Corinto, as línguas para Paulo, tinham como finalidade a didática, tanto para quem as falava, porque aprendiam de maneira intuitiva as coisas espirituais, bem como para as outras pessoas, pois precisavam de intérprete para torná-la entendível, é o que Paulo recomen-
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18 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 218.
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da em (I Cor. 14:5,13,26-28). As línguas, ainda que idiomas estrangeiros, “serviam de sinal para os incrédulos, (I Cor. 12:28-31), demonstrando a presença do poder espiritual no seio da igreja, onde pode suceder o que é miraculoso e onde as vidas humanas podem ser transformadas” 19; todavia, as línguas no pensar de Paulo ocupam o lugar bastante inferior em se comparando com a profecia, (I Cor. 14:1,19). Paulo classificou o falar em línguas como coisas infantis no desenvolvimento espiritual da igreja (I Cor. 13:11).
5.1 REGULAMENTAÇÃO:
Paulo ao escrever o capítulo quatorze, regulamentou o dom de línguas na igreja em Corinto e por extensão, a todas as igrejas de todos os lugares e tempo. Violar os regulamentos era afirmar que o dom não era divino.
5.2 EDIFICAÇÃO:
Paulo trata o exercício dos dons espirituais como forma de edificação, (I Cor.14:3-6,12,17,19,26,31). “faça-se tudo para a edificação”. Exercer o dom de línguas para a edificação dos que falavam em línguas, (I Cor. 14:4), era bom, todavia não estava dentro dos propósitos de Paulo e do Senhor Jesus para os dons. Os dons eram dados para o proveito de todos. O orgulho, o egoísmo e a carnalidade dos cristãos de Corinto faziam com que errassem quanto à atitude e induziu o Apóstolo Paulo a trazer a correção aos desvios da igreja, (I Cor. 14:18-19) é o que Paulo afirma categoricamente, não admite exceções e é claro que o falar em línguas em reunião público é sem valor. Por outro lado o amor trás a edificação da igreja e pode ser praticado em público.
O moderno movimento de línguas extáticas, estranhas, de anjos, com contorções, com gritaria e todos falando juntos, com certeza, Paulo o condena através das normas que coloca em primeira epistola aos Coríntios. O falar em línguas estrangeiras, ainda que haja intérprete, Paulo o vê como de pouco valor, abaixo do dom de profetizar; e se exige intérprete, logo tem
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19 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 849.
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que ser línguas que são idiomas humanos, em não havendo intérprete, que fique calado. A prática do amor em meio aos dons e em público é recomendado por Paulo para as igrejas hoje.
5.3 INTERPRETAÇÃO:
O regulamento está em (I Cor. 14:27-28) e é claro. Paulo não admite o falar em línguas na igreja local todos juntos, em competição e sem amor. O texto acima ensina que apenas uma pessoa fale de cada vez e isso é enfatizado com as palavras gregas είς que se traduz em um e não τις que se traduz em alguém. Deve haver intérprete não importando se dois ou três falem em línguas e um de cada vez. Gromacki afirma que “Horton erradamente disse que ‘um’ não era numeral, e, sim, pronome” 20, neste texto não é pronome, mas adjunto numeral. O que não é observado pelo movimento moderno de línguas. Estão violando esse regulamento também. O texto acima aponta para que antes de alguém falar em línguas já deveria haver no recinto uma pessoa que a pudesse interpretar. O que vemos nos modernos movimentos de línguas é que a interpretação acontece, quando acontece, pelo o próprio que fala em línguas; o que é estranho é que se a pessoa é capacitada para interpretar a si mesma e se fazer entendida, logo, ela pode falar no idioma que todos entendam. Quando não é a própria pessoa que fala e interpreta, é o pastor ou o líder da congregação que faz a interpretação. Outra questão, ainda que os pentecostais querem diferenciar o falar em línguas em Atos como sendo línguas idiomas e em Corinto dom, no entanto, esse pensar contraria a língua original, pois é a mesma em ambos os livros e contraria também o que Paulo regulamenta em todos os movimentos, bem como ele trata da questão em Corinto como línguas idiomas quando condiciona a interpretação. Em havendo alguma língua extática em que não há intérprete, ele manda que fique calado, pois Deus não é Deus de confusão, (I Cor. 14:33), mas quer que tudo seja feito com decência e ordem (I Cor. 14:40).
5.4 SINAL PARA OS DESCRENTES:
Paulo usa o texto de (Is. 28:11-12), em (I Cor.14:21-22) para dizer que as línguas são um sinal para as pessoas ainda incrédulas, que não querem se convencer e preferem continuar
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20 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 199.
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em sua incredulidade mesmo diante das evidências bíblicas. Há um contraste entre o que Paulo ensina em (I Cor. 12:31 e 14:1,39) quando ele diz que é para procurar os maiores e melhores dons, que para ele é o de profetizar, o que os pentecostais não fazem, não vêem como Paulo, não entendem, e não buscam com toda a intensidade a profecia como buscam as línguas como sendo o maior e o melhor dom, como sinal de que foram batizados com o Espírito Santo. Contrariam também as normas bíblicas.
5.5 A IMPORTÂNCIA RELATIVA DOS DONS:
A orientação de Paulo a igreja em Corinto, era que procurasse os melhores dons. O que são os maiores ou melhores dons para Paulo? Não era o de línguas, pois, para que ele fosse útil, precisava de outro dom, que é o de interpretar (I Cor. 14:5). O dom maior, melhor e preferido de Paulo é o de proclamar as obras grandiosas do Senhor, a profecia, o ensino da Palavra de Deus, pois, contribuía para a salvação dos pecadores e eram indispensáveis para a edificação dos crentes carnais e ignorantes em Corinto. Em (I Cor. 12:28) Paulo coloca o dom de línguas em último lugar, como o menor de todos os dons, isso porque o dom era motivado pelas suas naturezas carnais, falta de amor, e não pelo Espírito Santo de Deus. O que tem motivado verdadeiramente os carismáticos de nossos dias a valorizarem e buscar tanto o dom de línguas? Por ventura não é a convicção que é a evidência que foram batizados com o Espírito Santo? Com certeza essa é a motivação principal da busca intensa.
5.6 O PROPÓSITO E A PERMANÊNCIA DOS DONS:
Conforme (Ef. 4:11-12 e 2:20), a igreja fora edificada sobre os fundamentos dos Apóstolos e dos profetas, mas esses foram morrendo e os ensinos foram sendo esquecidos; a igreja precisava continuar sendo orientada e amadurecer, o que levou Gromacki ao citar Laurin que afirma o seguinte: “O propósito dos dons do Espírito Santo foi o de encher o vácuo que havia de ocorrer entre o estabelecimento da igreja e a maturidade final da igreja” 21. Ainda quanto o propósito dos dons e a revelação de Deus, Gromacki faz uma afirmação interessante quando diz:
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21 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 179.
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Se o dom de línguas envolvia a revelação da verdade de Deus para o homem ou acerca do homem, então seu propósito não é mais necessário porque Deus já completou a sua revelação (Ap. 22:18-19). A necessidade de hoje é compreender o que Ele já revelou, não de ter uma nova revelação. O silêncio da história eclesiástica há de confirmar o fato de que o dom de línguas nunca teve o propósito de se tornar parte permanente da vida da igreja 22,
mas o amor sim, visto que o ser humano nunca está completo de amor, precisará permanecer amando enquanto a igreja existir neste plano, pois, é a essência da vida cristã e saberão que somos de Cristo quando amamos uns aos outros, (Jo. 13:35 Ef. 3:19).
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22 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 181.
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6 TIPOS DE LÍNGUAS:
Para champlin há três tipos de línguas no fenômeno, o falar em línguas no Novo Testamento. A - Em Atos capítulo 2 línguas reais; B – Em Corinto, sons inarticulados, ou uma mistura de vários idiomas, palavras e frases individuais, juntamente com som que não podiam ser identificados com qualquer língua; e, C – Idiomas angelicais 23. Idiomas angelicais? Descartamos essa possibilidade como já exposto acima, pois é sem propósito os homens falarem para homens na língua dos anjos se o homem tem dificuldade de entender a própria língua do homem! Como entender a língua dos anjos se Deus nunca permitiu nem capacitou o homem falar na língua dos anjos antes? Não há relato na Bíblia nem na história do Cristianismo que o homem tenha falando na língua dos anjos. Mas que em Corinto havia uma língua estática, que se falava em um estado de êxtase ou de hipnose, (I Cor. 14:9), isso fica claro por alguns motivos: 1 – A exigência de Paulo para que a interpretasse, (I Cor. 14:5,13,27-28); 2 – Em não havendo intérprete que ficasse calado, falando para Deus e para si mesmo. 3 – O falar em línguas em Corinto sem intérprete não edificava a igreja, mas somente o que falava, portanto Paulo está colocando normas; 4 – Ainda que em Corinto se falasse uma língua estática, no estado de êxtase emocional ou hipnose, Paulo está reprovando tal comportamento e convidando para que falem idiomas que haja intérprete e edificação para todos. Paulo aceita o falar em idioma, só em línguas dos homens.
6.1 VARIEDADES AO FALAR EM LÍNGUAS:
Por meios naturais puramente humanos: São por meios estáticos, êxtase ou transe hipnótico. É quando o ser humano é tomado de uma emoção muito forte. Estudos têm demonstrado que esse fato, não só é capaz, como pode contribuir para um maior conhecimento, curas ou falar através de uma mente emprestado de outrem. Champlin conta a experiência em que conheceu uma mulher que visitou o Brasil, não conhecia o idioma português, mas foi capaz de contar os hinos em português, simultaneamente sem saber o que estava cantando, em estado normal, sem hipnose, o que Champlin chama de telepatia, todavia,
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23 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 849.
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o entendemos que é o agir sobrenatural do Espírito Santo, que pode inspirar os crentes a falarem em línguas que são idiomas ou dialetos sem nunca tê-lo ouvido 24.
Se em (Gen. 11:7-9), Deus confundiu, diversificou os idiomas para que os homens não compreendessem e não houve intérpretes para as línguas, sinal não para amaldiçoar, mas para que sua soberania e seus planos para a humanidade não sofressem solução de continuidade, que era povoar a terra, mas que o homem pretendia frustrar; no Novo Testamento, no entanto, o Senhor usas as línguas de maneira clara, compreensíveis e entendível para cumprir mais uma vez o seu propósito soberano, para que o Evangelho e a salvação gratuita chegassem a todos os povos em sua própria língua, o que aconteceu em pentecostes, em não havendo intérprete e não havia condição de intérprete, já imaginou dezessete pessoas interpretando para dezessete países ao mesmo tempo? Com certeza haveria uma confusão tremenda! É quando o Espírito Santo se encarregou de fazê-lo; isso foi extraordinário, os discípulos falarem na sua língua materna deles e cada nação ouvira na sua própria língua. A tradução aconteceu no tempo em que o som das palavras saia dos lábios dos discípulos até chegarem aos ouvidos das pessoas que não falavam a língua dos discípulos. A isso podemos chamar de mistério ou de milagre.
Em (Nm. 11:24-29), constatamos a presença do Espírito de Deus agindo na vida dos setenta anciãos em que os estudiosos se referem a profecia como falando em línguas e de maneira estática ou em estado de êxtase, o que alguns autores discordam. No hebraico é usada a palavra נבאי “nãbî” que significa porta-voz, orador, profeta que é aquele que profetiza pelo o Espírito de Deus. Como porta-voz autorizado ou oficial de Deus, que traz uma mensagem verdadeira dada por Deus. O Antigo Testamento na língua grega traduz “nãbî’ como profeta 25. Nos grandes profetas e escritores de Israel não há evidência que falaram e escreveram em estado de transe, de êxtase ou hipnótico, mas o fizeram em estado de lucidez.
Em Isaías (28:11), texto que Paulo faz referência em (I Cor. 14:21-22) se refere ao ca-
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24 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 849.
25 - HARRIS, R. Laird et al. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo e outros. Reimpressão em 2008. São Paulo. Vida Nova, 2008, 1789p, p. 904-906.
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tiveiro babilônico quando Deus cumpriu sua profecia através de um sinal dado ao seu povo incrédulo através de um povo de outras línguas, idiomas estrangeiros para os judeus. Que neste caso foi através dos Assírios quando invadiram Samaria, a tomaram e causaram grandes prejuízos para Judá no tempo do Rei Ezequias, (II Reis 18: 10-13 e 19:35).
Em (Joel 2:15-21), Deus está profetizando acerca de Pentecostes, a descida universal do Espírito Santo, que seria derramado sobre todos os salvos a partir de então. Champlin é do pensamento que o Novo Testamento não trata do falar em línguas, o falar em línguas, ainda que o livro de Marcos faz referência em (16:17), para ele foi um acréscimo bem posterior quando o Espírito Santo já estava agindo na vida da igreja primitiva; portanto, não pode ser levado em consideração, apesar do Novo Testamento se referir que João, o Batista e o próprio Jesus Cristo viveram cheios do Espírito Santo antes dele ser derramado no Pentecostes, mas não falara em línguas. Champlin afirma “que Joel vincula as línguas à inauguração do ministério do Espírito Santo entre a Igreja. Portanto, seria lançar confusão referir-se a línguas antes da vinda do Espírito” 26.
Quando os Evangelhos foram escritos, à epistola de Paulo a igreja em Corinto já havia sido escrita orientando sobre o falar em línguas; o falar em línguas já havia acontecido tanto em Atos como em Corinto. Os escritos foram para relatar os fatos, para orientar e para normatizar o falar em línguas; jamais estabelecer como doutrina a ser ensinada no decorrer da história.
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26 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 851.
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7 LÍNGUAS EM PENTECOSTES:
O relato está em (Atos 2:1-13), que fala do momento da descida universal e definitiva do Espírito Santo, em cumprimento das promessas que estão em (Joel 2:28-29; Lc. 24:49; Jo. 14:16-18,26; 15:26; 16:7-11 e Atos 1:8). Quando olhamos para (Atos 2:8-11) o relato de Pentecostes, o grego usado no verso oito é διαλέκτω, isto quer dizer que os Apóstolos falaram em idioma Galileu e os ouvintes de várias nações que ouviram e entenderam em suas próprias línguas estrangeiras. Os Apóstolos falaram em idioma e os ouvintes ouviram em idiomas. Quando Paulo em (I Cor. 13:1), usa a conjunção εαν (ean) que pode ser traduzida “Se”; “Exceto”; “a Menos que”; “Ainda que” que leva Champlin afirmar que Paulo está se referindo que o homem pode falar a língua dos anjos 27, todavia, queremos levantar três questões:
1 – “Se”; “Exceto”; “A Menos Que”, “Ainda que” entendemos que Paulo está colocando uma condicional, uma impossibilidade em que o homem não fala a língua dos anjos, mas ainda que falasse, sem amar nada seria. É uma condicional que só aconteceria mediante o sobrenatural. O homem não pode, não tem condição de falar a língua dos anjos, a não ser pela intervenção divina que tudo pode, mas para isso é preciso haver um propósito divino que justifique tal ação.
2 – Não encontramos, a menos que não seja de nosso conhecimento, nada na história, na Bíblia que indique que alguém tenha falado a língua dos anjos. Por que falar a língua dos anjos se está falando a homens? Se o homem fala a língua dos anjos, que idioma é esse? Por que Paulo diz que é preciso de intérprete? Para alguém falar no idioma dos anjos, o intérprete precisa entender a língua dos anjos! Quem conhece o idioma dos anjos? A Bíblia não diz! Por que Deus falaria aos homens hoje na língua dos anjos usando o homem, se não o fez nem no Antigo, nem no Novo Testamento? Por que Deus falaria ao homem através da língua de anjo se Ele pode falar ao homem através do Evangelho de Jesus Cristo, o Deus homem? Nada justifica a tese dos carismáticos de que os homens falem aos homens na língua dos anjos!
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27 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 222.
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3 – Encontramos nos relatos bíblicos que os anjos é que falaram na língua dos homens, jamais os homens na língua dos anjos. Os exemplos a seguir são claros que os anjos falaram a Abraão na língua de Abraão, (Gen. 18:1-16). Falaram a Ló na língua de Ló, (Gen. 19:1-3, 11-17). Falou a Jacó na língua de Jacó, (Gen. 31:11-13 e 32:24-30). Falou a Gideão na língua de Gideão, (Jui. 6:11, 22-23). Falou a Manoá na língua de Manoá, (Jui. 13:3,9,13-18). Falou a Zacarias e a Maria na língua deles, (Luc. 1:11,13,28 e 30). E falou a Paulo na língua que Paulo entendesse, (Atos 27:23). Encontramos anjos falando aos homens na língua dos homens para que os homens compreendessem. Em todos os casos citados acima a língua falada foi idioma compreensível aos homens. Fora a isso, são sons em estado de êxtase, de hipnose, extático é o que parece ter acontecido em Corinto, (I Cor. 14:9-11,14-15) e o que acontece nas igrejas carismáticas hoje; por isso que Paulo escreve para corrigir a igreja. Deus sempre tem um propósito ao falar, seja através de anjos ou do homem. A língua em Atos tem como propósito a transmissão da mensagem do Evangelho aos incrédulos. Na primeira Epistola aos Coríntios tem como propósito a edificação da igreja, (I Cor. 14:12-15), além de louvar a Deus, o que não estava acontecendo na comunidade cristã em Corinto. Diz Champlin o seguinte:
Sabemos que esse fenômeno é anterior ao próprio Cristianismo, e que nunca esteve confinado exclusivamente à igreja cristã, nem no princípio e nem em tempo algum; por igual modo, nem sempre esteve limitado a algo de caráter religioso ou espiritual 28.
O falar em línguas no livro de Atos é mais elevado, mais puro do que o falar em línguas nas epístolas de Paulo, mas há uma razão para isso, pois Atos foi escrito depois de primeira carta aos Coríntios. Em Atos, as manifestações são para comprovarem, confirmarem o recebimento do Espírito Santo no Pentecostes e para pregarem o Evangelho após o Pentecostes aos grupos tanto judeus como gentios, que eram batizados com o Espírito Santo e acompanhava o batismo, o falar em línguas. A interpretação de Lucas era que os leitores entendessem que através da manifestação visível que o batismo com Espírito Santo era genuíno e válido, (Atos 2:4; 10:4 e 19:6). Em Atos, o falar em línguas é falar idiomas estrangeiros em que podiam ser entendidos pelos presentes, (Atos 2:6,11). Deus em Atos, reverte “a confusão das línguas, quando da construção da “Torre de Babel”, (Gen. 11:1-9) que
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28 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 222.
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significa no hebraico, porta de Deus, por causa da revolta dos homens contra Deus” 29. Por outro lado quer comprovar a universalidade do Cristianismo, pois o mesmo tem como propósito em salvar a todas as raças humanas. “O Espírito Santo outorgou poder à igreja cristã a fim de que a mensagem de Cristo fosse levada a todas as nações, a fim de que pudessem ser uma gloriosa realidade, a redenção da humanidade, em grande escala” 30.
No dia de pentecostes não houve intérprete para que as nações presentes ouvissem na sua própria língua. A multidão reunida no Pentecostes não entendeu que eram línguas de anjos, mas ouviram em seu próprio idioma que para os judeus eram estrangeiros. Champlin diz que
os eruditos não duvidam que Lucas estava descrevendo corretamente o que sucedia, mas que ali aconteceu precisamente o contrário do que teve lugar quando da construção da Torre de Babel, onde as línguas variegadas foram criadas por um ato miraculoso do poder de Deus (ver Gen. 11:9). Também poderemos observar que, no dia de pentecoste, ouve muito mais um milagre de ‘audição’ do que um milagre de ‘fala’; mas, nas modernas manifestações de glossolalia, temos apenas um milagre de ‘fala’; a menos que também ocorra o dom da ‘interpretação de língua’ 31.
O falar em línguas é indispensável no batismo com o Espírito Santo? Os pentecostais afirmam que sim, todavia para Champlin não, ao afirmar que
tanto os relatos neotestamentários quanto a experiência cristã negam isso. O Novo Testamento refere-se os casos de batismo no Espírito Santo sem o acompanhamento das ‘línguas’... No dia de pentecoste, o dom foi dado a crentes batizados há cerca de três anos e meio. Eles foram batizados antes ou no começo do ministério de Jesus, mas só receberam o dom do Espírito quando o ministério terreno do Senhor Jesus já havia terminado. Já em Cesaréia (ver Atos 10 e 11:1-18), o batismo no Espírito Santo e o falar em línguas (ver Atos 10:45-46) ocorreram antes do batismo em águas, e, de fato, foi a causa do batismo daqueles crentes (ver Atos 10:47-48). Já no caso de Samaria (Atos 8:14-17), o Espírito Santo veio como uma espécie de ‘confirmação’, demonstrando que aqueles eram crentes autênticos 32.
O ser batizado com o Espírito Santo, o falar em línguas estrangeiras, ou qualquer outro dom carismático se constitui em bênção extra para a igreja de Jesus Cristo. Não contribui para a salvação e todos os crentes recebem pelo menos um dom espiritual. Ao receber um dom é a
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29 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 849.
30 - Idem, p. 849
31 - Idem, p. 851
32 - Idem, p. 851.
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demonstração da graça soberana de Senhor Jesus, (I Cor. 12:11).
7.1 PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO:
No dia de pentecostes, diz que os discípulos “começaram a falar em outras línguas λαλείν έτέραις γλώσσαις (lalein eterais glossais), conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2:4). Quais foram essas outras línguas? Eram elas línguas desconhecidas, extáticas, hipnóticas, de anjos ou estrangeiras que não conheciam? O escritor de Atos, Lucas, definiu que as palavras eram compreendidas pelos ouvintes, logo não era desconhecida para quem falava e para quem ouvia. O que Gromacki concorda ao dizer:
A multidão ficou confusa ‘porque cada um os ouvia falar na sua própria língua’ (τή ιδία διαλέκτω Atos 2:8). Mais tarde, diziam: ‘... ouvimo-los em nossas línguas (ταίς ήμετέραις γλώσσαις), falar das grandezas de Deus’ (Atos 2:11). Os presentes entendiam o que falavam porque os discípulos falavam o dialeto e as línguas dos que estavam presentes; portanto, eram em idiomas estrangeiros que falavam. Quais eram essas línguas? Lucas enumerou dezesseis línguas diferentes (Atos 2:9-11), sendo que alguns nomes poderiam ser uma região quando fala de Mesopotâmia, Ásia e árabes. Gromacki citando Marvin R. Vincente diz que “os Frígios e os de Panfília, por exemplo, ambos falavam grego, porem em dialetos diferentes; os Partos, medos e elemitas, todos falavam idioma pérsico, porem em formas provinciais diferentes. Por que incluiu Lucas uma lista tão longa de países e povos? Ele desejava tornar bem claro que os discípulos falavam em línguas estrangeiras e dialetos, não em sons desconhecidos. Essa primeira ocorrência do fenômeno de glossolalia estabelece a norma bíblica e o padrão para toda a glossolalia subseqüente 33.
O falar em línguas é claro no Novo Testamento, como em (Atos 2:1-13) no dia de pentecostes. Acontecimento único, que não precisará se repetir, (Atos 2:1-4). Foi um acontecimento histórico, o cumprimento das promessas feitas por Deus em (Joel 2:28-29; Jo. 14:16-17 e Lc. 24:49). Foram batizados com o Espírito Santo, porque já criam em Cristo e esperavam por esse momento, que o Senhor havia prometido em (Lc. 24:49).
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33 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 181.
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7.2 QUATRO ESCLARECIMENTOS:
1 – Os grupos carismáticos dizem que desceu fogo no dia de Pentecostes e que ainda desce em nossos dias. A Bíblia em (Aos. 2:3) diz que foram “línguas como que de fogo”, semelhantes e iguais; não foi fogo como dizem os defensores do moderno movimento de línguas. Portanto, equivocam na interpretação da Palavra.
2 – Que falaram em “línguas estranhas”. Não! Os Apóstolos falaram em outro idioma como nos diz (Atos 2:4), que poderia ser o grego, a língua predominante daqueles dias; o aramaico que trouxeram da Babilônica; o hebraico que era a língua pátria deles; ou um dialeto que seria uma mistura dos idiomas mencionados acima. A Bíblia no mesmo capitulo de (Atos 2:6-8), diz que os apóstolos falaram no dialeto deles, sendo Galileus, mas compreendidos pelos povos de nações diferentes em suas próprias línguas sem intérpretes, causando admiração dos ouvintes. Se os pentecostais querem base para falar em línguas neste texto, terão que falar em português e as pessoas de várias nações ouvirem em seus próprios idiomas sem intérpretes. Foi isso que aconteceu em pentecostes. Se querem como base, a primeira carta aos Coríntios capítulos (12 e 14), terão que se enquadrarem dentro das normas que Paulo estabelece para aquela igreja e todas as demais igrejas por toda a história.
3 – Os ouvintes, no dia de pentecostes, é que ouviram cada um na sua própria língua. Não foram os Apóstolos que falaram na língua deles, nem ouve intérpretes. Aqui há um mistério que podemos chamá-lo de milagre, o Espírito Santo encarregou-se de traduzir o dialeto falado naquela hora, o Galileu, para os idiomas das nações ali presentes que eram dezessete, (Atos 2:9-11).
4 – Sempre que a Bíblia fala em línguas, ela refere-se ao órgão da fala, a língua; Aos idiomas estrangeiros ou dialetos, jamais a línguas estranhas. Em (Atos 2:3) a palavra grega é glossa que significa língua, o órgão da fala que temos na boca. Em (Atos 2:4) a palavra grega grossa significa idiomas estrangeiros. Em Atos 2:6 a palavra grega dialektos significa idioma próprio. Em (Atos 2:8) a palavra grega significa dialektos, idioma em que nascemos. Em (Atos 2:9-11) a língua e dialektos e eram tão claros que as dezessete nações que ali estavam representadas ouviram, entenderam a glorificação e sobre as grandezas de Deus. Ao ser derramado o Espírito Santo, este era o propósito, levar as pessoas a compreenderem, com cla-
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reza, o plano de Deus para as suas vidas. Todos os ouvintes entenderam o que os Apóstolos falaram, sem intérpretes. O que quer dizer isso? Que o Evangelho é para todos os povos, as nações e as línguas que precisam ser alcançadas, (Atos 1:8). Quando faltam homens capacitados para pregarem em outros idiomas, era o caso do Apóstolo Pedro no dia de pentecostes, ou falta tradutor, intérprete Deus o faz através do Espírito Santo. Exemplo: É pregarmos em português e as pessoas ouvirem em Inglês, Francês, Alemão e etc. Foi o que aconteceu em Atos 2, pregou em Galileu e as nações presentes ouviram nas próprias línguas maternas.
7.3 SEGUNDA MANIFESTAÇÃO NA CASA DE CORNÉLIO:
A segunda vez que ocorreu o falar em línguas é na casa de Cornélio (Atos 10:44-48). A prova que falavam idioma estrangeiro é claro por algumas razões: A primeira é que Lucas usa as mesmas palavras em grego de (Atos 2:4,11) para dizer que falava em línguas. Segunda razão, como compreenderiam que estavam glorificando a Deus, os que estavam na casa de Cornélio, se não falassem numa língua que entendessem? Terceira razão, quando Pedro presta o relatório na igreja em Jerusalém, (Atos 11:17), ele afirma que os gentios receberam o Espírito Santo como eles receberam no dia de pentecostes. Igual, não só na experiência de receber o Espírito Santo, mas também de falar em idioma estrangeiro. A ocorrência na casa de Cornélio será entendida se entendermos a visão de Pedro em (At. 10:9-20). Pedro era judeu e os judeus não aceitavam os gentios em seu relacionamento. Muito menos ser salvo como eles foram, ser povo de Deus como eles se consideravam, tendo as mesmas bênçãos e privilégios que eles tinham. Se a visão não era suficiente para convencer Pedro, ele vê com os próprios olhos e os seis da circuncisão que foram com ele viram também acontecer o que acontecera com eles no dia de Pentecostes, (Atos 10:45,47; 11:15,18 e 15:8-9). O segredo para ser batizado com o Espírito Santo, não é o falar em línguas, mas o CRER, (Atos 10:43 e 11:17). A língua em (Atos 10:46) não era estranha, se o fosse, eles não entenderiam que magnificavam, exaltavam, falavam das grandezas e glorificavam a Deus. O termo no grego para língua neste texto é Glossa que significa idioma. Magnificavam a Deus porque falaram em línguas? Não! Mas porque foram salvos e perdoados pelo o Senhor, recebendo o dom do Espírito Santo. A maravilha para Pedro, para os seis judeus da circuncisão que foram com ele a casa de Cornélio, para a igreja em Jerusalém, (Atos 11:1-8), não foi o falar em línguas estrangeiras, mas o fato dos gentios receberem o Espírito Santo da mesma forma como eles
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receberam no dia de pentecostes, quando creram, (Atos 11:17 e 15:8). Se os sinais de pentecostes fossem para ser repetidos a cada pessoa que recebe o batismo com o Espírito Santo: Por que as quase três mil conversões no dia de pentecostes não aconteceu o mesmo fenômeno, não falaram em línguas, o que está em (Atos 2:41)? Por que não se repetiu na igreja de Antioquia, de Alexandria, de Roma, de Filipo, de Tessalônica, de Colosso, da Galácia, de Éfeso, de Jerusalém e tantas outras? A salvação é universal, (Atos 11:17), é um dom estendido a todos os seres humanos que crêem indistintamente de raça, cores; é estendida a todos que aceitam Jesus Cristo como Salvador. Era necessário convencer a igreja e os Apóstolos que a missão de Israel de ser um povo missionário aos demais povos falhara por duas vezes, na velha dispensação e na era da graça por causa do preconceito dos judeus cristãos em achar que Deus era exclusivo deles, por isso não queriam estender a pregação aos gentios. A igreja, portanto, não poderia cair no mesmo erro e falhar. Qual o sinal que Deus haveria de usar para convencê-los de que a missão da igreja ia além das fronteiras de Israel, (Atos 1:8)? O mesmo sinal que aconteceu em Pentecostes, o recebimento do Espírito Santo no momento em que creram.
7.4 TERCEIRA MANIFESTAÇÃO EM ÉFESO:
Em (Atos 19:1-7), quando o Apóstolo Paulo chegou à cidade de Éfeso, encontrou uns doze judeus, discípulos de João, o Batista, vinte anos mais ou menos após a crucificação de Cristo, que aceitaram a Jesus Cristo mediante o crer e foram batizados com o Espírito Santo. Foram batizados com o Espírito Santo porque creram em Cristo, (Atos 19:4). Após o batismo falaram em línguas e profetizaram. Que língua falaram? Estranha? Mais uma vez o escritor de Atos, Lucas, usa a palavra grega glossa – Idiomas estrangeiros. Se não fossem idiomas, como Paulo e Lucas entenderiam o que falavam? É interessante observar que em nenhum caso até aqui houve intérprete. Verificamos que Lucas usa as mesmas palavras em grego ελάλουν τε γλώσσαις (elaloun te glossais), é lógico que podemos concluir que o idioma falado foi o estrangeiro, que levou Lucas e Paulo a entenderem que profetizavam. Os defensores do falar em línguas entendem de maneira diferente, segundo Gromacki os carismáticos afirmam:
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que o falar em línguas estrangeiras constituía o fenômeno nos Atos, mas eles argumentarão que o ‘dom de línguas’ (I Cor. 12:14) permite falar tanto em idiomas desconhecidos como em estrangeiros. Todavia, um estudo dessa epistola paulina há de revelar que a natureza do fenômeno nos dois livros é a mesma (falando em idiomas estrangeiros), ainda que os propósitos sejam diferentes 34.
Paulo ao introduzir o tema sobre o dom de línguas, ele usa as palavras no grego γένη γλώσσων (gene glosson), que traduzidas significam, “variedades de línguas” (I Cor. 12:10). Já em (I Cor. 12:28) Gene é “diversidade de línguas”. Gromacki afirma que
genos faz referência a uma família, raça, descendência, nação, qualidade, sorte e classe no uso novotestamentário... Há muitas espécies de vozes (I Cor. 14:10), mas todas elas são vozes. Daí se pode concluir que há muitas ‘qualidades de línguas’, mas todas elas são línguas 35.
Paulo jamais combinou idiomas estrangeiros conhecidos com línguas desconhecidas, extáticas, êxtase ou hipnótica com a mesma classificação. Sempre vamos encontrar a ligação entre o dom de línguas com o dom de interpretação de línguas έρμηνεία γλώσσων (ermeneia glosson (I Cor. 12:10 e 14: 26-28). O que leva Gromacki interrogar o seguinte:
Que significa ‘interpretação’? Em passagens não carismáticas, refere-se a uma exposição das Escrituras do Velho Testamento (Luc. 24:27) ou a uma tradução de uma língua estrangeira conhecida para outra (Jo. 1:39,43; 9:7 e Heb. 7:2). Em ambos os casos, é uma tentativa de tornar claro, através de uma explicação ou tradição, o que é dito num idioma conhecido... A declaração ‘ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos’ (Εαν ταίς γλώσσαις των άνθρώπων λαλω και των αγγέλων – I Cor. 13:1) tem feito com que alguns dividam o fenômeno de glossolalia em ‘línguas conhecidas’ (de homens) e ‘línguas desconhecidas’ (de anjos). Entretanto, isso não é necessariamente verdadeiro. Primeiro, Paulo estava descrevendo um caso hipotético (ean-se). Isso não quer dizer que ele havia falado em línguas angelicais, mesmo que mais tarde ele admitisse que falara ‘línguas’ (I Cor. 14:18). Segundo, o mero fato de que a palavra ‘língua’ é usada apenas uma vez com ‘homens’ e ‘anjos’ demonstra que línguas humanas e angelicais podem ser juntadas. Tem eles algo em comum. São ambos línguas conhecidas e compreendidas pelos ouvintes. Terceiro, quando homens e anjos conversaram em tempos bíblicos, podiam conversar inteligentemente em línguas conhecidas, sem dificuldades e sem interpretação 36.
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34 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 97.
35 - Idem, p. 98.
36 - Idem, p. 99-100.
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Paulo antes de dividir línguas conhecidas e desconhecidas ele afirma que os fenômenos de falar em “línguas” eram em forma de idiomas claros e não em línguas extáticas ou estranhas. Quando fizeram a inserção do adjetivo “estranho” em (I Cor. 14:2,4,13-14, 19 e 27), na versão Almeida, pelos tradutores, foram infelizes demais, pois a palavra estranha não consta no original grego. Os tradutores acrescentaram a palavra estranha para explicar o que pensavam que a língua em Corinto era extática e desconhecida. A presença da palavra “estranha trás a idéia errada e não pode ser usada como argumento para defender a posição de línguas extáticas, estranhas ou desconhecidas. Para ser honesto com o texto original, o grego, os que defendem o falar em glossolalia para serem coerentes têm que serem favoráveis à língua estrangeira. A bem da verdade, alguns que defendem o movimento de glossolalia já admitem que os que falaram em línguas no Novo Testamento, falaram em idioma estrangeiro e se assim não fosse, Paulo não recomendaria o intérprete, e, em não havendo intérprete, que ficassem calados. Paulo é claro quando recomenda que as palavras devem ser inteligíveis (I Cor. 14:9), quando pronunciadas, palavras conhecidas, compreendidas, capaz de tradução e explicação (I Cor. 14:11).
Paulo em (I Cor. 14:21) faz referência ao profecia de (Is. 28:11-12), que se cumpriu em (II Reis 17-18), quando Israel e Judá foram invadidos pela Assíria em que a frase “este povo” reporta-se aos judeus; já a frase “gente doutras línguas e por outros lábios”, o autor está reportando-se aos assírios. Apesar do perigo que os assírios, que falavam os idiomas dos assírios bem como o dos hebreus, ofereciam através de uma guerra contra os reinos do Norte e de Judá, não modificou o estado pecaminoso e a incredulidade dos judeus. O falar em línguas estrangeiras, aos judeus, deveria servir de sinal para o agir de Deus, mas eles não o receberam como tal. Paulo vai aplicar essa verdade à situação da igreja em Corinto (I Cor. 14:22), que Deus estava agindo, mas a igreja não percebia isso. Se em todos os demais casos, o falar em línguas foi idiomas estrangeiros, em Corinto não foi diferente, pois, Lucas escreveu Atos no ano 60 d C sendo companheiro de Paulo após ler primeira Epistola aos Coríntios que Paulo escrevera em 55 d C, e Lucas havia escutado Paulo em seus ensinos, então Lucas emprega as mesmas palavras no grego para glossa e laleo nos textos de Atos o que Paulo havia empregado para a igreja em Corinto quanto o falar em línguas. Gromacki afirma que:
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Teófilo, a quem foi dedicado o livro de Atos, precisaria duma explicação desse fenômeno, porém os Corintos não. Hodge acrescenta: ‘Se o significado do termo glossais é assim histórico e filologicamente determinado para Atos e Marcos, tem de ser determinado também para a Epistola aos Coríntios. Quando e onde quer que o fenômeno tenha acontecido, esperar-se-ia que sua natureza básica (falar línguas conhecidas) seria a mesma 37.
O falar em uma língua estrangeira, que não aprendera, constituía em um milagre divino; por outro lado, o falar em sons ininteligíveis e desconexos, sons desconhecidos poderiam e podem ser feitos tanto por um cristão, bem como por um descrente como temos relatos na história citado nesta pesquisa. O que Gromacki afirma é que:
em todos os casos de conversão e revelação entre seres naturais (homens) e seres sobrenaturais (Deus, anjos, Satanás, demônios), a comunicação foi numa língua compreensível. Tomando por base esse precedente e ilustração, mas uma vez seria lógico aceitar que o falar línguas se manifestaria através de idiomas compreensíveis 38.
Se no Antigo Testamento houve um milagre que envolveu o falar um só idioma, o que está em (Gen. 11:1-9), chamado de “Babel” em várias línguas para não entenderem, surgindo vários grupos de línguas, línguas essas estrangeiras e não sons desconhecidos. Se Deus realizou esse milagre no Antigo Testamento, precisamos crer que o mesmo Deus é capaz de repeti-lo em Atos e em Corinto fazendo várias línguas estrangeiras serem compreendidas e inteligíveis. Tanto os fatos bíblicos como a lógica apontam para o falar em línguas que sejam idiomas estrangeiros tanto no Antigo como no Novo Testamento. Mas em (Atos 19:6), aparece um elemento que aconteceu também em (Atos 8:17) que merece consideração: A imposição de mãos. Os grupos se valem destes textos, para firmarem doutrina de imposição de mãos, conceder o batismo com o Espírito Santo e a prova do batismo é o falar em línguas estranhas ou dos anjos. Mas o homem tem poder de conceder o Espírito Santo? Se dissermos que sim, estaremos contrariando o que a Bíblia ensina, pois quem dá o Espírito Santo é o Senhor de acordo com os textos a seguir, (Jo. 14:16, 26; 15:26; 16:7; Atos 2:38; 10:45; 11:17; Gal. 3:2). Quem concede, quem dá o dom do Espírito é o Senhor. A imposição de mãos tem base bíblica?
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37 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 102-103.
38 - Idem, p. 103.
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7.5 IMPOSIÇÃO DE MÃOS É BÍBLICA:
1 – A doutrina de imposição de mãos é bíblica, mas é entendida por muitos de maneira equivocada: Os católicos, por exemplo, crêem que o Espírito Santo é transmitido ao impor as mãos na hora da crisma pelo Padre ou líder da paróquia. Católicos e pentecostais nessa doutrina pensam e crêem da mesma forma.
2 – A Imposição de mãos no Antigo Testamento: É um gesto ritualista através do qual o homem transmitia suas qualidades e personalidade a um animal, (Ex. 29:10), no sacrifício. Na escolha de alguém, (Nm. 8:10), para ministrar no templo. A imposição de mãos simbolizava o ato de separação de alguém que seria consagrado a Deus e haveria de representar os demais diante de Deus. Quando Moisés impôs as mãos sobre Josué, (Nm 27:18 e Dt. 34:9), estava transmitindo da parte de Deus a responsabilidade e a autoridade conferido por Deus a Josué, que o povo deveria reconhecer e se submeter a essa autoridade, pois Josué ia responder diante de Deus pela liderança do povo.
3 – A Imposição de mãos no Novo Testamento: O Novo Testamento reconhece a tríplice prática da imposição de mãos: A) Na cura das enfermidades: Jesus Cristo impôs as mãos Sobre os enfermos para os curarem milagrosamente; abençoarem com a autoridade que tinha; jamais para dar o Espírito Santo, (Mt. 19:13-15; Mar. 6:5 e Lc. 13:13). Jesus não era um simples curandeiro, mas ao encontrar um enfermo, vendo-lhe a fé, a possibilidade de glorificar a Deus e salvar vidas através da cura, ele o curava, dando-lhe vida através de sua Palavra e seu Espírito. B) A imposição de mãos no batismo através da imersão que simboliza o sepultamento dos pecados, portanto, a purificação da vida, (Rom. 6:4,7,10); e em (Atos 19:1-7) após serem esclarecidos sobre a salvação em Cristo Jesus, creram, foram salvos e, batizados com o Espírito Santo, (V.5); como o crer, a salvação, o batismo com o Espírito Santo, a imposição de mãos foram atos simultâneos, foi o ato de reconhecimento que agora esses eram participantes da igreja, que esses eram, a partir de então, aceitos pelo o Senhor na sua igreja e deveriam ser também pelos os judeus. É o que Paulo está recomendado com o seu gesto ao impor as mãos. C) A imposição das mãos era e ainda é a transmissão de responsabilidade, o reconhecimento que àquela pessoa está qualificada a falar em nome de; é um representante legal, garantido e reconhecido pelo o grupo que o recomendou, (Ato 13:1-3) é a prova disso. Paulo estava recomendando publicamente com esse ato que àqueles que agora
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creram e foram batizados em nome de Jesus Cristo, eram cristãos verdadeiros, filhos de Deus e que por eles eram aceitos na comunidade dos salvos. Como prova disso o Espírito Santo testificou com o mesmo sinal de Pentecostes o que Paulo estava transmitindo para que não tivessem dúvidas quanto ao perdão e a salvação de todos os que crêem e aceitaram o Senhor Jesus como salvador. A prova que a imposição de mãos não transmite o Espírito Santo e não falam em línguas está em (Atos 6:5-6). O verso cinco diz que eram cheios do Espírito Santo e não falaram em línguas estranhas, em momento algum, nem após a imposição de mãos. O assunto é tão claro e óbvio quanto o que afirmamos acima, que o escritor da Epístola aos (Heb 6:1-2), recomenda: “Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e o ensino sobre batismos e imposição de mãos, e sobre ressurreição de mortos e juízo Eterno”. Encontrar a Cristo como Salvador e Senhor são mais importantes do que qualquer outra doutrina.
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8 LÍNGUAS NO LIVRO DE MARCOS:
Falarão novas línguas, (Mar. 16:17-18). Este texto não consta dos melhores manuscritos mais antigos. Os defensores do moderno movimento “o falar em línguas estranhas”, usam (Mar. 16:17) como prova do batismo com Espírito Santo e a imposição de mãos sobre os enfermos como uma profecia que se cumpre em seus movimentos e dá base as suas práticas. Todavia, o que Marcos está dizendo na verdade é que, o Evangelho é universal, para todos os povos e línguas, (Mt. 28:19 e At. 1:8), os pregadores que hão de sair de suas fronteiras, precisarão falar novas línguas, idiomas, se não, não se comunicarão, a não ser que haja intérprete. É nesse sentido que (Mar 16:17) diz que “falarão novas línguas”. Os missionários transculturais, inclusive os grupos carismáticos, precisam falar novas línguas para onde vão como missionários. Como pregarão para os japoneses, os alemães, os russos e outras nacionalidades, se não aprenderem a língua deles que para nós será nova? A não ser que haja intérprete como Paulo recomenda em primeira aos Coríntios, (I Cor. 12:10; 14:5,13,26-28). Como cumprir o IDE de Jesus por todo mundo, se não falarmos o idioma do país em que vamos pregar? Falar a língua dos anjos como os grupos dizem, para quê, se vamos nos comunicar com os homens? E como nos comunicar com os homens se estamos falando a língua dos anjos, se os próprios anjos ao se comunicarem com os homens falaram a língua dos homens sem intérprete? Deus é coerente, (Ez. 3:5-6 e I Cor. 14:9).
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9 SIGNIFICADO DAS LÍNGUAS NO NOVO TESTAMENTO:
Quando olhamos para a língua original do Novo Testamento, o grego, a palavra usada por todos os autores é γλώσσας (glossa) que se acha cinqüenta vezes no Novo Testamento, com sentidos variados.
É usada quinze vezes referindo-se ao órgão físico do corpo, usado para se falar (Mar. 7:33-35; Luc. 1:64; Atos 2:26; Rom. 3:13; 14:11; I Cor. 14:9; Fil. 2:11; Tia. 1:26; 3:5-6,8; I Ped. 3:10 e Ap. 16:10)... No Apocalipse é usada sete vezes em conexão como ‘tribo, e língua, e povo, e nação’ e multidões para descrever grupos étnicos que se caracterizam por falar certas línguas estrangeiras (Ap. 5:9; 7:9; 10:11; 11:9; 13:7; 14:6 e 17:5). Emprega-se a palavra vinte e cinco vezes para o fenômeno atual de glossolalia (Mar. 16:17; Atos 2:4-11; 10:46; 19:6; I Cor. 12:10,28-30; 13:1,8; 14:2,4,5,13-14,18-19,22-23,26-27,29) 39.
O uso da palavra glossa que significa língua no Novo Testamento, sempre referirá, quando idiomas, a línguas estrangeiras. Não há como mencionar a ambas: línguas estrangeiras e extáticas; línguas estrangeiras e desconhecidas; línguas estrangeiras e de anjos ao mesmo tempo conforme os defensores do moderno movimento de línguas querem. Glossa se refere, no grego, linguagem inteligível e compreendida pelos ouvintes. Ora, se glossa se refere ao órgão da fala e o idioma compreensível, logo, os textos que não são claros precisam passar pela avaliação e interpretação do sentido acima, as passagens que são claras. Para ficar mais claro, vamos expor alguns textos em grego com os devidos esclarecimentos e as explicações. Vamos iniciar com (Mar. 16:9-20), apesar de ser um texto discutível, todavia vamos supor que a passagem seja genuína. Os versos (16-17) prevêem que os salvos falarão novas línguas γλώσσαις λαλήσουσιν καιναις (glossa lalessoussim kainais) o que leva Gromacki a dizer o seguinte:
O emprego do adjetivo (καιναις que significa novo) e não o sinônimo (νέος que significa novo também o grifo é meu) é digno de nota. Conforme Abbott-Smith, καινός se refere ao ‘novo primeiramente em referência à qualidade, ao novo não usado; enquanto νέος se refere ao recente 40.
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39 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 90-91.
40 - Idem, p. 94.
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Todos os estudiosos do fenômeno glossolalia têm concluído que o “falar em línguas” não aconteceu no Antigo Testamento, nem mesmo no período em que Jesus Cristo exerceu o seu ministério terreno que culminou na produção dos Evangelhos, mas só veio acontecer no Pentecostes, (Atos 2). Logo, se o “falar em línguas fosse línguas extáticas, desconhecidas que antes não havia sido falada, lógico que Jesus Cristo usaria νέος que significa novo se referindo a tempo. Todavia, Jesus Cristo empregou καιναίς, isso só pode significar as línguas estrangeiras que eram novas para aqueles que iam falar, porém as línguas já existiam. É preciso se perguntar, se analisar o porquê se ter usado καιναίς e não νέός, já que os discípulos falaram no dia de pentecostes línguas conhecidas como vemos em (Atos 2:4,6,8, e 11)? Isso é o bastante para sustentar a distinção e a conclusão que falaram línguas que já existiam e eram faladas por alguns povos.
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10 INTERPRETAÇÃO DAS LÍNGUAS:
Como entender as línguas que a Bíblia se refere como dom, que necessita de intérprete de acordo com (I Cor. 12:10,30 e 14:5,13,27-28), se não é idioma? Não pode ser língua de anjos, pois, como o homem interpretará a língua de anjo? Não pode ser uma língua extática, balbuciada, em estado de êxtase se necessita de intérprete! Só pode haver intérprete para quem fala idiomas estrangeiros de maneira clara e inteligível. Se não pode ser interpretada que fique calado é o que ordena Paulo em (I Co. 14:27-28). A igreja será beneficiada, edificada, terá proveito do dom de falar em línguas estrangeiras se houver intérprete para que haja compreensão. Os cristãos da igreja em Corinto criaram uma tremenda confusão nos cultos, ao falarem em línguas sem que houvesse intérprete; portanto, não havia edificação dos crentes. Por isso que Paulo reprovou, não o dom, mas as línguas que não podiam ser interpretadas. Um mestre que usa cinco palavras que possam “instruir aos crentes, é mais útil na igreja, do que aquele que diz dez mil palavras em línguas, mas sem qualquer propósito instrutivo ou compreensível. Os crentes de Corinto abusavam dos dons espirituais e de seu exercício” 41, diz Champlin. O problema que Paulo via, não estava nos dons em si mesmos, mas nos crentes que se gloriavam porque possuíam os dons, agiam dessa forma porque eram crentes carnais. Os dons espirituais para eles não serviam como sinal de espiritualidade, mas para exaltar, para engrandecer os que exerciam os dons mais espetaculares que eram vistos como heróis o que levou Champlin opinar da seguinte maneira:
Ora, isso foi o início da instituição do eclesiasticismo e nesse processo, foram retidos os ofícios mais elevados, embora o exercício dos dons espirituais se tenham perdido; e tudo isso para detrimento do próprio Cristianismo. Os dons espirituais são concedidos à parte da vontade, ou segundo o mérito espiritual? Parece-nos que no caso da igreja primitiva esses dons foram tão profusos que não assinalavam necessariamente, qualquer grande avanço espiritual. Pode-se dizer, todavia normalmente que os dons espirituais estão diretamente ligados ao processo espiritual, à nossa busca, à nossa conformidade com a imagem de Cristo, ao nosso ‘desejo’ de ser mais perfeitamente usado pelo Espírito Santo 42.
Paulo instiga os crentes de Corinto a buscarem de maneira intensa os melhores dons e o de profetizar era o melhor dom para Paulo, que o coloca acima de todos os dons. Não há
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41 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 222-223.
42 - Idem, p. 223.
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dons espirituais autênticos que não sejam dados pelo Espírito Santo. Os dons são dados mediante ao batismo com o Espírito Santo e para Champlin o dom de línguas estranhas é devido à atuação de espíritos estranhos o que leva afirmar que:
Imitações podem ser abundantes, e os dons provenientes de espíritos ‘estranhos’ podem abafar até mesmo as manifestações autênticas do espírito, porém, nenhum dom espiritual verdadeira pode ser possuído pelo crente a menos que tenha ele algum contato inicial e real com o Espírito de Deus... Acima de tudo, nenhum dos dons espirituais é uma possessão automática dos ‘convertidos’, embora seja uma verdade indiscutível que todos os crentes autênticos sejam habitação do Espírito de Deus, (Rom. 8:9) 43.
Por isso que Paulo recomenda não só a interpretação das línguas, bem como o discernimento dos espíritos em (I Cor. 12:10).
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43 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 223.
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11 OS DONS CONTINUARAM ATÉ OS NOSSOS DIAS?
A dúvida que paira na mente de muitos cristãos sinceros, é se os dons foram para a igreja primitiva, ou se ainda são necessários nos dias atuais. Há os que afirmam que continuaram e são necessários, há os que dizem que foram para o tempo Apostólico. Champlin é do parecer que
Os dons espirituais são necessários em todas as épocas da igreja, porquanto o desenvolvimento da igreja depende dos dons (ver Ef. 4:8 e ss... O progresso da espiritualidade além da mera restauração, em um avanço constante, especialmente no tocante ao abuso de certos dons como os milagres e línguas. Acredito, porém, que algumas pessoas praticam dons verdadeiros nos moldes do primeiro século) 44.
O que concordamos com Champlin que tem havido abuso no uso desses dons nos dias atuais. Prometem curas sem levar em consideração a vontade soberana do Senhor se Ele o quer e usam o falar em línguas de maneira que contraria os ensinos da Palavra de Deus sem intérprete.
A palavra usada no grego, no Novo Testamento para dons espirituais, é χαρίσματα (charismata) que vem de χαίρω que o tempo do verbo está no aoristo (ação contínua) que significa regozijar, alegrar, exultar, estar feliz e jubilante. Encontramos outras palavras no grego que derivam da palavra charismata e são sinônimas que são as seguintes: χάρις (caris) que no acusativo é encanto; doçura; simpatia; fervor e graça. Χαρίσμα (carisma) que significa dom; dote. Χαριμάτα que significa graças espirituais, com exceção em (I Pe. 4:10), diz Champlin que “é um temo usado exclusivamente pelo Apóstolo Paulo, em todo o Novo Testamento” 45. Paulo usa χαρίσμα para falar dos dons especiais, que capacitam os crentes para os ministérios na igreja como em (Rom. 12:6-8; I Cor. 12:4-11 e 28-30 e I Cor. 13), quando ele fala do amor que o cristão precisa ter e desenvolver, como o grande motivador de todas as ações do cristão dotado dos dons espirituais. Quando Paulo chega aos (I Cor, 14) ele vai enfatizar a profecia como o dom preferido e o maior de todos os dons, regulamentando o uso dos dons para o beneficio da igreja. Champlin afirma que:
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44 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 219.
45 - Idem, p. 219.
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Os dons espirituais sempre subentenderam serviço prestado na igreja, a edificação da igreja. Os dons não eram dados meramente a fim de autenticar a natureza espiritual da igreja, embora talvez exercessem essa função secundária. Mas um dom não é dom enquanto a igreja não for ajudada, por seu intermédio, a crescer em Cristo 46.
Como o nosso objetivo não é tratar de todos os dons, mas somente o de línguas.
11.1 FALAR EM LÍNGUAS NA HISTÓRIA:
Os defensores da glossolalia afirmam que o fenômeno não cessou no período dos apóstolos, mas que continuou através das gerações em pessoas ou através de grupos, entretanto a história do Cristianismo não é clara quanto a isso, ela não pode subjugar a Bíblia, mas esta sim subjuga à história. O falar em línguas não é um fenômeno só dentro do Cristianismo, ocorreu e ocorre dentro das religiões não cristãs que neste caso a fonte não é o Espírito Santo, mas satânica ou pelos menos humana, conforme “relato de Wenamon” citado por Gromacki 47. Há relatos de falar em línguas frenéticas de mais ou menos 1100 a C, em que esse estado frenético durou uma noite inteira ao oferecer sacrifícios aos deuses. Platão que viveu de 429-347 a C, o grande filósofo grego, se refere ao falar em línguas de maneira extática em rituais religiosos de orações em que as pessoas possessas e no exercício religioso promoveram curas físicas ao adorar um deus pagão. Portanto,
devemos salientar certos fatos a respeito das observações de Platão: Primeira, quem fazia as declarações inspiradas não tinha controle sobre suas faculdades mentais. Segunda, a própria pessoa não entendia o que dizia. Terceira, havia necessidade de interpretação por outrem. Quarta, visões e curas acompanhavam as palavras. Finalmente, a pessoa que falava em línguas estava sob a possessão divina 48.
O falar em línguas é um fenômeno também entre as religiões pagãs e de mistérios do mundo “Grego-Romano”, nos cultos a Osíris, a Mitra, o Eleusiano, o Dionisiano, nos cultos Áfricos, maometanos, esquimós, tibetanos, chineses e mórmons. Gromacki afirma que
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46 – CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 219.
47 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 16.
48 - Idem, p. 18.
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Ocorrências de glossolalia entre os não-cristãos têm sido relatados tanto por escritores pagãos como por escritores cristãos. As semelhanças que essas ocorrências têm com as da glossolalia bíblica são bem marcantes. A pessoa estava ocupada no culto religioso; estava controlada por um ser considerado divino; perdeu o controle de suas faculdades mentais; falou numa língua diferente e havia necessidade de intérprete. Todavia, não se deve concluir que a glossolalia cristã seja apenas um refinamento da pagã. As fontes são inteiramente opostas – Deus e Satanás, ou a própria pessoa. Apesar de tudo, tem-se que admitir que Satanás pode operar esse fenômeno. Ele o tem feito no passado; poderá estar fazendo isto hoje em dia 49.
O que percebemos é que o falar em línguas não é exclusividade das religiões cristãs, se aconteceu dentro do paganismo, logo, não Foi o Espírito de Deus, mas satânico como afirma Gromacki, todavia dentro do Cristianismo iniciante, as línguas como em Atos tinham como origem o Espírito Santo de Deus; por outro lado as línguas na igreja em Corinto geraram e ainda geram dúvidas se são de origem divina ou satânica.
11.2 PERÍODO DOS PAIS DA IGREJA:
No período de 100-325 d C, tempo em que os pais da igreja atuaram em defesa da fé, escreveram as igrejas, inclusive Clemente de Roma à igreja em Corinto e nada consta do falar em línguas. Montano que viveu de 126-180 d C e Tertuliano de 160-220 d C, que se referem à glossolalia, todavia um tanto duvidoso o que se relata sobre os dons. O que parece ter acontecido é que as línguas cessaram, pois, os demais pais da igreja fazem silêncio sobre tal evento. Maiores informações leiam Gromacki 50.
11.3 PERÍODO DO CONCÍLIO NICENO E PÓS-NICENO 311-600 d C:
Dos três teólogos proeminentes como Pacômio que viveu de 292-348 d C; Crisóstomo de 345-407 d C; e, Agostinho de 354-430 d C a tradição só fala de Pacômio atribuindo a ele o milagre de falar em línguas; os demais dizem que o Espírito Santo é recebido na conversão sem o falar em línguas estranhas.
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49 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 23-24.
50 - Gromacki em seu livro: “Movimento Moderno de Línguas” (P. 24-46) quando faz um histórico desde o Novo Testamento, passando pelos pais da igreja até o início do movimento moderno de línguas.
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11.4 PERÍODO DA IDADE MÉDIA 590-1517
Nesse período nada consta quanto o falar em línguas, exceto um caso isolado de Hildegard que viveu de 1098-1179 d C, em sua doença e visões no tempo de sua enfermidade, atribuíram a ela milagres e a glossolalia, todavia isso porque escreveu um documento de onze filhas, de 900 palavras em um idioma desconhecido, usando o latim e o alemão. Além deste caso temos o relato de
Tomás Zimmerman superintendente geral das assembléias de Deus sustentava que Martim Lutero também falava línguas... todavia, não se cita como prova dessa pretensão nenhuma declaração dos próprios escritos de Lutero. Erick Sauer talvez estivesse fazendo referência à capacidade de Lutero de ler e falar alemão, latim, grego e hebraico 51.
São pequeníssimos os relatos de milagres de curas e de glossolalia nesse período, e mesmo assim são suspeitados visto que as pessoas eram católicas, o pressuposto para canonizar e venerar alguém são através de curas e glossolalia, portanto, é bastante suspeito afirmar e acreditar nesse falar em línguas.
11.5 PERÍODO QUE COMPREENDE PÓS-REFORMA (1648-1900)
Foi um período confuso. Apareceu o fenômeno glossolalia e relato que até em crianças de três anos de idade, bem como no grupo dos mórmons que negam a salvação pela graça divina, negam a Trindade, a autoridade incontestável das Escritures e a realidades do inferno; do que se relata sobre línguas nesse período, nada harmoniza com o ensino bíblico e com o que está registrado no Novo Testamento.
11.6 PERÍODO MODERNO E PÓS-MODERNO 1900...
O que levou ao surgimento da glossolalia nas igrejas pentecostais? O pentecostalismo surgiu devido alguns fatores: Primeiro, a decadência da ortodoxia após a guerra civil nos USA, aliado à evolução e a filosofia de Horácio Bushnell que invadiram e arregimentaram as
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51 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 37.
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igrejas estabelecidas com sua filosofia que não há necessidade de conversão espontânea. As pessoas se tornam cristãs pela educação e não pela regeneração instantânea. Que as pessoas são boas por essência, o mal é uma questão psicológica. Segundo, com o advento industrial, veio a corrupção moral, os problemas dos trabalhadores e os direitos das indústrias que geraram conflitos de interesses. Terceiro, com esses fatores veio à crise espiritual, moral e econômica, surgindo o “movimento pentecostal” em busca da santidade que avivou os Metodistas em acampamentos em busca da segunda bênção, a santificação. Quarto, Spurling, Tolinson e Parcham líderes pentecostais promoveram o movimento que era distinto e ativamente anunciando como verdade absoluta tal movimento. Quinto, os líderes da ortodoxia americana foram tolerantes e apáticos ao movimento pentecostal, levando A. B. Simpson a declarar que o dom de línguas é dado pelo Espírito Santo, portanto não deve ser proibido, o que levou os pentecostais aproveitarem da atitude tolerante e o fato de não proibir tais práticas. Os pentecostais aceitaram que o dom de línguas é dado conforme a soberania de Deus, mas rejeitaram o ensino “de que não é o sinal do batismo ou da plenitude do Espírito Santo” 52. Sexto, o movimento encontrou boa aceitação entre os oprimidos, os discriminados, os “marginalizados” e os sem voz na sociedade como forma de expressarem suas emoções, seus sentimentos reprimidos, onde não só expressam os sentimentos, como exercem liderança de destaque, dando-lhes o status de pastores, de diáconos, de presbíteros, de evangelistas, de missionários e de obreiros dentro das comunidades pentecostais em que as pessoas comuns e, às vezes, sem um estudo teológico ou secular, tais posições elevam a auto-estima desses irmãos que para a sociedade são sem voz ativa e sem influência alguma.
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52 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 46.
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12 FUNDADORES DO MOVIMENTO PENTECOSTAL:
Diz Gromacki que Ricardo G. Spurling, pastor batista começou reunindo com um grupo em 1886, avivalista em que a ênfase era a glossolalia. Mas Charles F. Parham que viveu de 1873-1929 tem sido chamado de o pai do movimento moderno pentecostal. Ele iniciou o Lar de Curas Betel, o que levou os pesquisadores a levantarem a seguinte
questão: ‘Qual é a evidência bíblica do batismo do Espírito Santo?’ Houve acordo unânime de que a glossolalia constituía essa evidência. Daquele tempo (outono de 1900 em diante houve um esforço convencionado de receber o batismo do Espírito Santo com sua evidência de glossolalia 53.
Após uma de suas alunas Agnes Ozman falar em línguas estranhas, depois de buscar o batismo no Espírito Santo, tendo como evidência o falar em línguas, “daí em diante os pentecostais iriam ensinar que o batismo do Espírito Santo era uma experiência a ser procurada e a ser verificada na glossolalia”, (Gromacki, Mov. Mod. Líng. P. 47). A partir de então, o ensino pentecostal de que o batismo com o Espírito Santo, com a evidência o falar em línguas, espalhou com rapidez por todas as partes.
O que caracterizou esses cultos? Foram dirigidos por pregadores de ambos os sexos. O Espírito de Deus foi visto cair sobre pessoas... ‘o poder de Deus manifestou-se e todos foram apanhados pelo Espírito e viram visões de Deus. Várias pessoas tiveram uma visão do salvador. Ele tinha na mão um livro. Elas viram os sinais dos cravos nas suas mãos, de onde o sangue escorria, enquanto Ele escrevia seus nomes no livro com seus dedos e com o sangue que corria de sua mão traspassada’. Perguntar-se-ia se isso for alucinação, em vez de visão. Pode-se ver a Deus e a Cristo hoje em dia? Presentemente Cristo está sangrando no céu? 54.
Visões, estas, um tanto duvidosas, com um perigo tremendo, pois essas visões são mais valorizadas como revelações, do que a própria Bíblia como a revelação máxima que Deus nos deu como o escritor aos hebreus afirmou no capitulo (1:12). Nenhuma revelação é necessária hoje para Deus nos falar, demonstrar a sua vontade e as coisas futuras, além da sua Palavra.
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53 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 47.
54 - Idem, p. 48.
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13 NATUREZA DO MOVIMENTO MODERNO DE LÍNGUAS:
O movimento moderno de línguas precisa passar pela avaliação da Palavra de Deus para a descoberta se é ou não de procedência divina.
13.1 DEFENSORES DO MOVIMENTO MODERNO DE LÍNGUAS:
Gromacki fornece a relação dos nomes dos defensores do movimento moderno de línguas que são: Demos Shakarian, Irvine J. Harrison e Oral Roberts juntamente e patrocinados pelo Full Gospel Missionary Fellowship 55 arrebatavam pessoas dentro das igrejas históricas, através do patrocínio de banquetes, convidando as pessoas a participarem e os membros das igrejas históricas eram batizados no Espírito Santo tendo como evidência a glossolalia, ao voltarem para as suas igrejas onde eram membros, compartilham suas experiências, o que contagiava famílias inteiras. Igrejas históricas essas que demoraram a desenvolver um estudo, uma doutrina sobre a atuação do Espírito Santo na vida do ser humano e da igreja.
13.2 CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO MODERNO DE LÍNGUAS:
Gromacki levanta algumas questões e características que são interessantes para o estudo e a compreensão do movimento, o porquê cresce tanto nos dias atuais.
Para que se compreenda a natureza do ‘movimento de línguas’, precisa-se de uma visão acurada de suas características. Quem fala? Onde ocorre a ‘fala’? quais as outras coisas que acompanham a ‘fala’? quais os resultados de tais experiências? Como se chega ao ponto de poder ‘falar línguas’? 56.
Uma das características dos participantes dos movimentos pentecostais são pessoas ingênuas, que crêem sem investigar o que crê, são pessoas idosas, aquelas pessoas que vivem a margem, marginalizadas na sociedade, esquecidas pelas igrejas históricas e orgulhosas. Outra característica: São pessoas de baixo intelecto, de baixo padrão econômico, o que tem mudado nos dias atuais, pois já há doutores envolvidos no movimento.
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55 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 54-55.
56 - Idem, p. 63.
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13.3 OS TESTEMUNHOS:
As pessoas envolvidas no movimento, o falar em línguas, dizem que suas vidas passam por uma mudança e uma transformação radical. Pecados são confessados e abandonados; o alcoolismo é superado, casamentos restaurados. Há um despertar e envolvimento nas atividades da igreja, no ler e estudar a Bíblia. Há um despertar ao adorar a Deus de maneira mais livre e profunda. Curas físicas acontecem e desperta a convicção de que realmente são herdeiros do Reino de Deus. Todavia, todas essas experiências podem não vir de Deus e precisam passar pelo crivo da Palavra de Deus. Os fins não podem justificar nem revelar os meios.
13.4 FIÉIS SÃO INSTRUIDOS A FALAREM EM LÍNGUAS:
Gromacki levanta questões que são interessantes para serem analisadas e respondidas que são as seguintes: “Como é que se chega a ‘falar língua’? será que uma pessoa de repente começa a falar, sem ter tido qualquer conhecimento prévio ou desejo de experimentar o fenômeno? Ou recebe ela ajuda em forma de instruções?” 57. As pessoas que falam em línguas recebem instruções como começar a falar, é o que afirma Christensen, ministro luterano que para falar em língua basta ficar em silêncio, fixar os pensamentos em Cristo, elevar a voz, dizer o que o Senhor lhe der e Cristo o transformará em idioma. Não é para o iniciante se preocupar no que vai dizer ainda que lhe pareça estranho aos ouvidos. Diante das instruções de Christensen, para se falar em línguas, encontramos algumas contradições de acordo com os textos bíblicos tais como: (Atos 2:10,19 e I Cor. 12:14), que falam da glossolalia. Primeira contradição, os discípulos estavam em oração no dia de pentecostes, (Atos 2:1), mas nada indica que os mesmos oravam em outro idioma, mas oravam no idioma nativo. Segunda contradição, não há registro bíblico de que os discípulos tenham ficado em silêncio até falarem a multidão em outras línguas. Terceira contradição, Paulo em (I Cor. 14:15), ordena que se orasse com o entendimento. Assim sendo, entra em conflito com a orientação de Christensen que não pensa no que está dizendo. Quarta contradição, Christensen usa o exemplo da criança aprendendo a falar em que balbucia as palavras até pronunciá-las, isso
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57 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 69.
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contraria a orientação de Paulo em (I Cor. 13:11) que é para deixar as coisas de crianças e sermos adultos no entendimento (I Cor. 14:20), o que Harold Bredesen também dá instruções como falar em línguas, (maiores informações leiam (Gromacki, “Movimento Moderno de Línguas”, p. 69-72). Instruir o falar em línguas é no mínimo estranho ao que a Bíblia relata. Contraria também o que (Atos 10:45) fala sobre o falar em línguas, pois foi de maneira espontânea e surpreendente para os que ouviram.
13.5 QUAL O IDIOMA FALADO NO PENTECOSTALISMO MODERNO?
As línguas faladas no Novo Testamento eram idiomas estrangeiros, uma língua extática desconhecida ou as duas coisas? Os textos que relatam o falar em línguas, no grego, se referem a idiomas, línguas estrangeiros como em (Atos 2:3-4,11; 10:46; 19:6; I Cor. 12:10, 28,30; 13:1; 14:2,4,5,6,13,14,18,19,21-23,26-27,39); ou dialetos em Atos 2:6,8, mas na igreja em Corinto houve momento em que se falou uma língua extática, em êxtase ou hipnótica (I Cor. 14:14-17), que Paulo não está aprovando, mas instruindo para que essa língua extática dê lugar a um falar que todos entendam e traga edificação a todos 58. No pentecostalismo moderno, as línguas que se tem falado é extática, em estado de êxtase e hipnótica, chegando ao comportamento de esteria que nada tem a ver com base bíblica de acordo com os textos acima.
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58 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 88-89.
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14 RESTAURAÇÃO DOS DONS OU ABUSOS DOS DIAS ATUAIS?
Para Champlin
os abusos que observamos no movimento carismático de hoje, como a influência e possessão demoníacas, desordem geral nos cultos, fanatismo e exclusivismo, obrigam-nos a acreditar que, nos nossos dias, não se tem realizado nenhuma restauração dos dons do Novo Testamento. Forças alheias (e meramente humanas) parecem ser as causas dos fenômenos 59.
O que podemos entender sobre o que acontecia na cidade de Corinto é que havia uma espiritualidade fraca, sujeita a abusos que não serve de modelo ou método ideal para os nossos dias. Os dons existiram no Novo Testamento, ainda existem para o nosso tempo, todavia, dados como o Senhor quer, quando quer, a quem quer, para a finalidade que ele quer e só deixarão de existir com a parousia e o arrebatamento da igreja; todavia, o que os movimentos modernos tem feito não é restaurar os dons do Novo Testamento, mas expressões espirituais humanas e alheias. A santificação poderá ser uma prática diária quando vivida debaixo da orientação do Espírito Santo, sem abusos no uso dos dons e sem o falar em línguas “estranhas”, pois os grandes homens de Deus tais como: Enoque; Noé; Abraão; José; Elias; Davi; Isaías; Jeremias; Ezequiel; Daniel; João, o Batista; Jesus Cristo; Paulo; Agostinho; Martinho Lutero; João Calvino e Billy Graham, nem a Bíblia e a história dizem que falaram em línguas, todavia eram homens santos cheios do Espírito Santo.
Pode-se, ainda hoje, se ter uma vida espiritual elevada, sem, contudo, essas manifestações de línguas, pois, João, o Batista foi o maior dentre os profetas (Mt. 11:9,11), no entanto não realizou nenhum milagre e não falou em línguas, muito menos estranhas. O toque do Espírito Santo é real na vida de todos aqueles que meditam; que oram e que vivem uma vida sincera com Deus, em que o Espírito Santo pode operar de maneiras diferentes em cada um; mas para isso é preciso um crescimento espiritual constante que se dará com a oração; com a meditação; com o treinamento espiritual que é o estudo da Palavra; com o viver em amor para que os dons dados pelo Espírito Santo edifiquem a igreja do Senhor (Ef. 4:12).
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59 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 218-219.
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15 FALANDO EM LÍNGUAS NO MOVIMENTO MODERNO:
Champlin conta uma experiência que ilustra o que é e como falar em línguas. Ele narra uma experiência “de David Christopher Lane que, quando adolescente passou pelo chamado batismo no Espírito Santo, evidenciada pelo falar em línguas” 60. Essa experiência se deu quando ele estava no ginásio e vinculado ao movimento chamado carismático da Igreja Católica Romana. Lane já tinha ouvido falar sobre essa experiência; todavia, ainda que curioso, ele não cria em tal experiência, muito menos a buscava. Convidado por um amigo foi à reunião que tinha como objetivo o batismo com o Espírito Santo. A reunião aconteceu na “Universidade de Loyola, no Sul do Estado da Califórnia, em 1972”61. A reunião foi concorrida com um número grande de jovens, com vários testemunhos falando de que o batismo com o Espírito Santo fazia na vida das pessoas, principalmente o livramento dos usuários em drogas. Terminando os cânticos e os testemunhos, as pessoas foram assistir à missa. Foi uma missa diferente, onde havia uma inteiração entre o padre e o público em que celebravam juntos, momento propício para o agir do Espírito Santo. Lane continuava não pensando em batismo com o Espírito Santo, nem o falar em línguas. Lane queria apenas saber o que estava acontecendo, pois ficara muito impressionado pelo o que vira até então. Diz Champlin que Lane
Ajoelhou-se diante do altar, conforme tinha feito as outras pessoas. Um dos líderes de grupo perguntou-lhe o que ele queria o que ele disse: ‘Apenas quero saber, apenas quero saber’. O líder impôs a mão sobre a cabeça de Lane. Imediatamente ele sentiu um tremendo poder que brotava das profundezas do seu ser, como se uma grande onda de energia radiante estivesse saindo do âmago do seu coração, brotando para cima. Todo o seu corpo encheu-se com o senso supranormal de calor e paz... O misterioso poder tomou conta de suas cordas vocais e ele começou a falar em línguas. Ele falava, ria e clamava e, mentalmente, repetia por vezes intermináveis: ‘Deus realmente existe; Deus realmente existe’... A experiência perdurou apenas por cerca de dez minutos... Tudo foi inteiramente espontâneo. Nada fora provocado por gritos e contorções e fora algo inteiramente real... Naquela noite, Lane não conseguiu dormir 62.
Em casa, continuou vibrando, inquieto, falava em língua, de modo que o seu irmão fora testemunha e sabia que Lane não estava fingindo.
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60 -CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 846.
61 - Idem, p. 846.
62 - Idem, p. 847.
70
15.1 CONCLUSÕES A QUE CHEGOU LANE:
Lane se propôs pesquisar as experiências religiosas e místicas dentro da igreja cristã, chegou a conclusão que essas experiências não acontecem somente dentro da fé cristã, ainda que com algumas variações. Conclusão esta que Gromacki concorda quando diz que: “A glossolalia não é coisa particular da religião cristã”63. Os relatos apontam para religiões e filosofias não cristãs. Gromacki afirma que: “A glossolalia não cristã, se é verdadeira, teve sua fonte em Satanás”64. Conclusões da experiência de Lane ao falar em línguas expostas por Champlin:
1 – Lane foi receptível a experiência que fora genuína e não para se auto-promover, todavia ele queria saber mais sobre as realidades espirituais. Quando analisamos os movimentos modernos, não são todos, mas infelizmente entendemos que muitos vêem nessa experiência uma oportunidade de se auto-promoverem, ostentando para si uma espiritualidade e uma santidade maior dos que não passaram pela mesma experiência.
2 – “Ele não estava buscando especificamente pelas línguas, e nem queria impressionar a quem quer que fosse. Tão somente queria um andar mais perto de Deus, ter certeza sobre as verdades religiosas” 65.
3 – Lane tem concluído em seus estudos que a experiência com o Espírito Santo tem contado com a ajuda de líderes espirituais que inclui a imposição de mãos ou não, todavia, é mais comum quando há o auxilio de um mediador que ajuda a despertar a energia espiritual da pessoa.
4 – O que Lane pode observar é que:
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63 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 16.
64 - Idem, p. 16.
65 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 847.
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as línguas não são a própria experiência. De fato, são apenas um efeito secundário (e não a causa) de alguma experiência maior, onde se manifesta o mistério tremendo. Lane acredita que a própria experiência poderia ter ocorrido sem aquele final com línguas. O que é a essência da experiência é o encontro místico com o poder superior, e as línguas foram apenas um acréscimo. E assim Lane afirma que nos equivocamos quando isolamos e exaltamos às línguas, as quais são apenas um efeito possível e não a própria causa dessa experiência mística 66.
5 – As causas possíveis: Para Lane os grupos apontarão para diferentes causas possíveis. Para os cristãos o Espírito Santo que é o promotor da experiência. Para o que pratica a ioga poderá falar em línguas em nível de consciência superior. Para Sócrates, o filósofo grego, o falar em língua era devido à mente Universal. Experiências semelhantes ao que chamam batismo com Espírito Santo no movimento moderno de línguas ocorrem no “Kundalim” entre os hindus, ainda que sem as línguas, o que para Lane não é esperado por eles. Ainda que os elementos demonstrem diferentes em seus aspectos, todavia a essência da experiência é universal. Para Lane as experiências vão definir de acordo com a formação religiosa e cultural de cada pessoa. As religiões erram ao transformar e declarar os seus dogmas mediante suas experiências religiosas ainda que verdadeiras como sendo as únicas fontes confiáveis, pois, a fonte confiável de revelação é a Palavra de Deus. As religiões ou pessoas não deveriam tentar provar a validade dos seus dogmas porque tiveram uma experiência real com Deus, pois essas experiências acontecem em qualquer tipo de fé religiosa. É de entristecer, quando vemos grupos e seitas, arrogando para si, achando que a experiência é exclusividade deles quando é uma experiência universal; causando divisão quando deveria unir a humanidade.
6 – “É errado glorificar as línguas como se, por elas mesmas, fosse algo de grandioso. Se houver alguma grandeza, em uma pessoa ou em um acontecimento, ou por causa de alguma presença superior, que causa aquela manifestação em forma de línguas” 67. O falar em línguas, ainda que uma experiência verdadeira, não se torna em uma finalidade em si mesma. É tão somente um passo na direção da caminhada espiritual que pode levar o religioso a uma experiência mais profunda. As línguas não são um fim em si mesmo. A experiência com Deus pode acontecer sem o falar em línguas, bem como o batismo com o Espírito Santo.
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66 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 847.
67 - Idem, p. 847.
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15.2 CHAMPLIN AVALIA A EXPERIÊNCIA DE LANE:
Champlin concorda com Lane quanto o falar em língua é possível mediante uma experiência mística e esta é universal, pois não está limitada a uma só religião ou credo. A história das religiões comprova os fatos. Quanto às causas é o Espírito Santo que está por trás das experiências verdadeiras, ainda que haja mediações e operações diversas agindo na pluralidade, todavia, isso não quer dizer que todos os credos religiosos são válidos, mas tem o seu valor, todavia, não o que muitos crentes fundamentalistas supõem ter. Champlin sentencia quando afirma: “A exaltação de uma denominação cristã qualquer sobre outra, por causa da presença da experiência com as línguas, é uma tolice tipicamente sectarista” 68. Lane diz que apenas dez por cento das experiências que ele presenciou o quanto o falar em línguas são válidos. Tanto Lane como Champlin, admitem que há fingimento entre os que falam em línguas. Levando Champlin a dizer que:
A busca pelas línguas, provocada pelas orgias emocionais, constitui uma perversão da espiritualidade, e não um sinal de espiritualidade. O uso das línguas, com vistas à auto-glorificação, é um sinal de carnalidade, e não de espiritualidade superior. As línguas são, na verdade, um sinal, e não a substância da questão... tais experiências são apenas começos, e não fins em si mesmos. O nosso alvo final é a participação na própria natureza divina, com suas glórias e atribuições 69.
Champlin e Lane concordam que há línguas espúrias, naturais e até demoníacas dentro do movimento moderno de glossolalia, o que Gromacki também pensa de igual modo quanto às línguas demoníacas 70. Há relatos na Bíblia e na história do Cristianismo de grandes homens e mulheres de Deus com uma experiência espiritual tremenda que não falaram em línguas. Champlin assim recomenda:
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68 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 848.
69 - Idem, p. 848
70 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 16.
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Nossa busca não deveria visar restaurar esse modus operandi das línguas, que está sujeito a muitos abusos. Deveríamos estar interessados no avanço espiritual, e não em mera restauração de um fenômeno. O poder do Espírito prossegue. Ele não ficou estagnado no dia de pentecoste, nem se limitou ao que ali aconteceu. O Novo Testamento é um livro de começos, e não de fins. Coisa alguma aconteceu que não possa ser aprimorado... Ao mesmo tempo, se o Espírito de Deus resolver lidar com alguns homens da mesma maneira que lidou com os primitivos cristãos, incluindo o sinal das línguas, não deveríamos fazer qualquer objeção 71.
Pior do que não aceitar a evidência das línguas por causa das fraudes é ficar indiferente a ação do Espírito Santo!
15.3 ABUSOS NO USO DOS DONS:
De acordo com (I Cor. 14:26) reinava confusão na igreja em Corinto quanto ao uso dos dons. Paulo é claro que não cria que os crentes de Corinto exerciam realmente o dom de falar em línguas ou idiomas. Para ele havia fraude naquela comunidade cristã. Que havia heresias entre os que se diziam ter os elevados dons espirituais. Se eram verdadeiros ou falsos não dá para afirmar categoricamente, mas podemos afirmar que havia abuso e mau uso dos dons. O que tem ocorrido ainda em nossos dias. Os membros da igreja em Corinto usavam os dons para a autopromoção, vaidade, orgulho, exibição pessoal, portanto não era para a glória de Cristo ou para a edificação da igreja local. Já que o uso dos dons promovia divisão na igreja, pois, faltava à essência, que é o amor, havia competição em que cada qual queria mostrar suas habilidades, daí provocava confusão geral. Faltava o bom senso e o respeito pelos irmãos. Todos falavam ao mesmo tempo, pois, queriam a atenção para si, levando Paulo em (I Cor. 14:29-31) a por ordem na igreja. A ostentação cegara o bom senso, a cortesia e a decência dos membros da igreja. A igreja deixou de ser igreja, um lugar solene de adoração ao Senhor, para ser um lugar de disputa e de competição. Quando a igreja deixa de ser igreja para ser teatro, torna-se “um teatro sem valor”72. Perigo esse que as igrejas que supervalorizam os dons, principalmente o de falar em línguas como evidência do batismo com o Espírito Santo, o que não é real em nossos dias, pois o batismo se dá no ato da salvação, no ato em que se crê em Cristo e o recebe como salvador, (Ef. 1:13; Jo. 1:12; 7:39; At. 5:32);
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70 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 848-849.
71 - Idem, vol. 2, p. 218.
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19:2; I Jo. 4:13 e Rom. 8:16). Igrejas essas que os sermões são supostamente mais poderosos do que os sermões das igrejas que são históricas. O louvor com voz de comando e frases de efeitos é considerado mais espiritual do que os das igrejas tradicionais, o que é um equivoco, pois, Deus não leva em consideração o exterior, mas o coração sincero e contrito. As correções que Paulo traz a igreja de Corinto ainda servem para os nossos dias.
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16 AMOR E LÍNGUAS:
O capítulo treze que fala do amor, não pode ser visto à parte do todo, da primeira epistola aos Coríntios. Paulo o coloca porque não existem dons sem amor. O amor é necessário, é a essência entre os dons. “por que Paulo introduziu o assunto do amor? Qual a sua conexão com o problema de dons espirituais? Qual é o caminho sobremodo excelente (I Cor. 12:31)?”73. Paulo não está querendo mostrar como exercer os dons espirituais, mas o contraste entre a vida que busca os dons sem amor e a vida que gera o amor. Paulo está indicando uma bifurcação da estrada, o caminho dos dons e o caminho do amor, em que os crentes de Corinto teriam que escolher, ou buscavam os dons, ou prosseguiam no amor. Não há um contraste, há uma escolha. O contraste está na prática dos dons com amor ou sem o amor. A maneira certa de exercer os dons espirituais é amando a Deus e ao irmão sem discriminação; os pentecostais erram ao julgarem que quem não fala em línguas é porque não foi batizado com o Espírito Santo, por isso não são amados; pensam que se não foi batizado com o Espírito Santo é porque é carnal. Tais pensamentos demonstram a falta de amor. Deve desejar os dons espirituais quem está disposto(a) a amar incondicionalmente. O falar em línguas sem amor tem que ser repudiado porque é falso ou carnal. O amor é permanente (I Cor. 13:8), já as línguas cessarão (I Cor. 13:8), mas quando? Há vários pontos de vistas:
1 – Que os dons espirituais cessarão quando o amor estiver plenamente desenvolvido na vida dos crentes, dos salvos, o completo, o perfeito – τò τέλειον (to teleion), o amor ágape, (I Cor.13:10). Paulo está se referindo a algo que já está acontecendo no tempo presente e não que ainda vai acontecer. As coisas de menino para Paulo são os dons que deveriam acabar quando compreendessem e amadurecessem, (I Cor. 13:11 e 14:20). Ainda que este argumento seja lógico, todavia, Gromacki argumenta o que concordamos que, “ainda que essa posição tenha alguns méritos, seria difícil provar que nenhum crente maduro na era apostólica possuía um dom espiritual” 74. A posição dos defensores do moderno movimento de línguas é que os dons, e também o de línguas, só cessarão com a volta de Cristo e no arrebatamento da igreja. Portanto, eles existem, são experimentados e estão em uso em nossos dias. O que é “perfeito”
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73 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 183.
74 - Idem, p. 187.
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(I Cor. 13:10) para os defensores do movimento só se dará com a volta do Senhor. O que os defensores do falar em línguas como evidência do batismo com o Espírito Santo não entendem é que a palavra τέλειον (teleion) não se emprega no Novo Testamento para a segunda vinda de Cristo, nem para o milênio, muito menos para o estado eterno. Gromacki argumenta de maneira plausível quando afirma que: “visto que teleion é colocado em contraste com ‘o que é em parte’ (ek merous), tem de se referir à culminação do processo. A segunda vinda não é um processo; é um evento instantâneo” 75.
2 – O segundo ponto dos defensores das línguas está em (I Cor. 1:7). Esses defensores afirmam que os dons durarão enquanto os crentes esperam a volta de Cristo. O Apóstolo Paulo não afirmou claramente que os dons durariam até o segundo advento de Cristo. Entretanto, há outro argumento que pode ser usado quanto aguardamos a volta do Senhor; é que os crentes primitivos aguardavam a volta de Cristo para o fim do primeiro século de Cristianismo. Dois fatos exemplificam isso: A – A igreja em Tessalônica é um deles, que Paulo precisou esclarecer quanto à volta do Senhor em suas Epistolas que não seria imediato; B – Em (Atos 1:5-6), os discípulos esperavam a volta de Cristo nos próximos dias, na vinda do Espírito Santo, no Pentecostes, (Atos 1:5-6), para restaurar o Reino a Israel. Pensamento reforçado pela idéia da palavra em grego αιώνος – aionos que Jesus usou que pode ser traduzida por século, era ou mundo em (Mt. 24:3) pelo Senhor Jesus quando Ele fala de sua volta.
3 – Terceiro ponto de vista dos defensores das línguas ainda hoje, é que o dom é para a confirmação e não para a substituição da palavra no mundo pagão. Que os dons, os sinais são precisos nos campos missionários. Todavia, esse ponto de vista é contra a presença dos dons-sinais na America do Norte e na Coréia do Sul porque os americanos e os coreanos são os mais evangelizados do mundo. Se assim é, precisamos punir com morte os mentirosos como em Atos 5; incrédulos ficaram cegos como Saulo e Terremotos abrindo portas de prisão para a confirmação da Palavra de Deus. Preferimos entender que as línguas nos campos missionários são necessários como idiomas com intérprete ou o aprendizado com a intervenção divina para o cumprimento do “IDE DO SENHOR, (Mt. 28:19 e Mar. 16:15).
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75 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 187.
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4 – O Quarto Ponto dos defensores das línguas modernas eles afirmam que a incredulidade motivou o retrocesso dos milagres e dos dons. Do ponto de vista da Palavra de Deus, os dons não foram dados em resposta à fé, mas pela vontade soberana de Deus como Ele queria (I Cor. 12:11). Os grandes avivamentos da igreja cristã na história, bem como na Reforma Protestante tem demonstrado momento de fé intensa, todavia sem o dom de línguas e milagres. Os defensores das línguas alegam que os dons só cessarão quando os salvos verem a Cristo no arrebatamento. Todavia, Paulo diz em (I Cor. 14:22) que a língua é um sinal exatamente para os incrédulos, para os judeus; mas Paulo agora está falando para uma igreja incrédula também, que as coisas comuns dos pagãos eram trazidas para dentro da igreja com naturalidade. Os escritos originais tanto em Isaías como em Corinto se referem a idiomas estrangeiros e não as línguas extáticas, de anjos, hipnóticas, em êxtases ou desconhecidas. Os que crêem, não falam em línguas extáticas ou em êxtases, mas em idiomas inteligíveis. Os incrédulos falam em línguas extáticas e em êxtases que eram as práticas nos cultos pagãos. Gromacki cita Harold Lindsell e Charles J. Woodbridge em que vão dizer:
A glossolalia, a operação de ‘sinais’, e as curas milagrosas dos crentes – estas coisas são possíveis hoje, porém não são nem necessárias nem normais na vida da igreja. São antes a exceção do que a igreja, devem ser assim considerados. Os cristãos não devem exaltar aqueles que tenham esses dons. E nem devem eles se tornar objetos de adulação pública 76.
Deus em seu infinito poder poderá fazer com que alguém fale em línguas estrangeiras numa emergência para se fazer entendido aqueles que não falam o seu idioma, Ele tem poder para isso; mas que o dom de línguas cessou por volta do ano 100 d C, a história bíblica e do Cristianismo confirmam os fatos. Na igreja em Corinto quando Paulo escreveu a segunda Epistola já não fala mais do problema de línguas, ele está tratando de outros problemas. O problema da glossolalia já havia resolvido. Paulo mesmo disse em (I Cor. 13:8) que as línguas cessariam (glossai Pausontai). Quando o dom cessa, cessa pra valer. Em nenhuma outra Epistola que Paulo escreveu após I Coríntios fala de dom de línguas. Gromacki cita Toussaint que destaca um ponto interessante em que
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76 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 190.
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considerou a diferença entre os verbos de I Cor. 13:8 ser muitíssimo significativo: ‘O amor jamais acaba (piptei): Mas havendo profecia, serão aniquilados (katargethesontai); havendo línguas, cessarão (pausontai); havendo ciência, desaparecerá (katargethesetai). Mas quando vier o que é perfeito, o que é em parte será aniquilado’ (katargethesetai). A profecia e a ciência tornar-se-iam inoperantes pela volta de Cristo (to teleion), mas as línguas cessariam antes desse evento... Isso se baseia na mudança de verbos (pauo para as línguas e katargeo para profecia e ciência) 77.
Gromacki argumenta quanto à mudança de voz verbal quando diz que:
pausontai é do futuro, voz média, conquanto (katargethersetai) é do futuro, voz passiva. Duas coisas tornar-se-ão inoperantes por algo, enquanto as línguas simplesmente cessarão por si. A omissão de línguas, o assunto chave do contexto, nos versículos 9 e 12, confirmam essa conclusão. Essa distinção, contextual e gramaticalmente válida, destruiria a tese de que as ‘línguas’ sejam permanentes 78.
Esse argumento é muito forte para derrubar a tese dos defensores das línguas estranhas modernas que o dom de línguas é permanente e cessará com a volta do Senhor Jesus.
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77 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 195-196.
78 - Idem, p. 196.
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17 CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Em primeiro lugar, concluímos que, Paulo não teve nenhuma dúvida ou acanhamento, em colocar o dom de línguas sem intérprete, como o menor de todos os dons. Demonstrou determinação ao escolher, ao eleger o dom de profecia, que para ele tem o sentido principal, não futurístico, ou de adivinhação, mas de pregar a Palavra Revelada que já prevê o futuro e é a revelação máxima de Deus aos homens, como o maior e o melhor de todos os dons, porque consola, exorta e edifica a todos; que esclarece o quanto o ser humano carece da graça salvadora e de joelho adora a Senhor. As línguas são para os egoístas e causam confusão na igreja. É um dom que precisa de mais dois dons para que possa ser exercido com eficácia na igreja. Precisa do dom de intérprete e do discernimento de espíritos para saber se está sendo exercido pelo Espírito Santo, pelo espírito demoníaco ou puramente imitação humana. Para Paulo não há como falar em línguas e profetizar ao mesmo tempo. É descabível tal tentativa ou afirmação.
Em segundo lugar, concluímos que, para Paulo os dons verdadeiros têm suas origens no Espírito Santo. Todavia, poderá agir o espírito carnal do homem. E o dom de línguas é propício a tal prática que leva ao exibicionismo, ao esnobismo, a vaidade, ao orgulho e a competição. Que o ser humano poderá falar em línguas motivados por emoções, por êxtase, em estado hipnótico, sugestionado por meio ou fatores externos ou internos. O que é perigoso porque nesses estados, o ser humano abre portas para a ação de espíritos das trevas. O que Jack Hayford da igreja quadrangular, defensor do movimento o falar em línguas estranhas admitiu que em alguns casos fossem satânicos. Às pessoas que se dizem batizadas com o Espírito Santo, que têm visões que podemos chamá-las de mirabolantes, tais como: Som de vento, fogo, fragrância, convulsões, luzes, ver anjos e a Jesus Cristo. Cremos que há irmãos pentecostais sinceros e de fé convicta, todavia, há muita fantasia, êxtase, sensacionalismo e emocionalismo no meio pentecostal. Equivocam tremendamente supervalorizando as visões mirabolantes chegando colocá-las em pé de igualdade com a Palavra de Deus, que é a revelação máxima para o homem, quando não colocam acima da Própria Palavra de Deus. Não há nenhuma revelação acima ou que substitui a revelação que Deus deixou nos dois Testamentos. Por isso que Paulo apela para a igreja fazer tudo em sã consciência e sóbria.
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Em terceiro lugar, concluímos que o dom de línguas foi promotor de desordem na igreja em Corinto e tem sido em tempo moderno. Que não há concórdia e harmonia entre os próprios defensores do movimento de línguas moderno. Tem os que defendem que é Deus falando aos homens de maneira sobrenatural. Outros defendem que é o homem que fala a Deus de maneira sobrenatural. Concluímos, pois, que o falar em línguas não é Deus falando aos homens de maneira sobrenatural. Deus ainda precisa falar ao homem de maneira sobrenatural e por revelações? Não basta a revelação máxima do Filho de Deus? Tudo o que Deus quis que fosse revelado ao homem está escrito na Bíblia. Línguas somente idiomas humanos interpretados que preguem o que já está revelado em sua Palavra.
Em quarto lugar, concluímos que na igreja em Corinto havia um tipo de línguas que eram extáticas, em êxtase, auto-hipnose e em transe espiritual, práticas do paganismo dentro da igreja de Cristo que o Apóstolo Paulo reprovava veementemente e colocou normas para que trouxesse o equilíbrio entre o espiritual, o emocional e o estado mental, a sã consciência, convidando-os que tudo deveria ser feito para a edificação de todos; por isso que era necessário o intérprete. Logo, só se interpreta idioma humano. Quando relacionamos o falar em línguas em (I Cor. 12:8-10, 28-30 e I Cor. 14:1-40 com Atos 2:1-12; 10:44-47; 19:1-7; Isaías 28:11-12 e Gênesis 11:7-9), a escrita original aponta somente para idiomas humanos, no grego glossa e no hebraico nãbî. Portanto, o movimento moderno de línguas como praticam não há respaldo nos escritos originais bíblicos. Esta é a conclusão que chegamos a nossa pesquisa, nem base para falar a língua dos anjos, visto que, quando anjos falaram aos homens como ficou claro na pesquisa, eles falaram no idioma que o homem entendesse. A Bíblia só fala de uma língua, idiomas humanos que poderá ser estrangeiro porque nunca o ouvimos ou idiomas que já conhecemos. Jamais línguas estranhas ou de anjos. Concluímos também que no decorrer da história do Cristianismo não há evidências claras do falar em línguas, a não ser em pessoas ou grupos esporádicos, suspeitos e heréticos. Descobrimos que o falar em línguas não é um movimento só dentro do Cristianismo, mas há provas entre grupos pagãos a C bem como d C, como os Mórmons que negam a Bíblia como Palavra de Deus e a divindade de Jesus Cristo, falando em línguas extáticas, em transe, frenéticas e hipnóticas; logo, não falam pelo Espírito Santo, mas por qualquer outro espírito, que poderá ser demoníaco que tem os mesmos sintomas do movimento pentecostal atual.
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Em quinto lugar, concluímos, pois, que todas as manifestações de línguas no livro de Atos o que falaram foi idiomas compreensíveis, havendo um padrão nos escritos tanto em Atos como em Corinto. Paulo não aceita uma língua que não seja humana que seja capaz de ser traduzida.
Em sexto lugar, concluímos que, os dons legítimos, Deus ao dá-los tem um propósito para cada dom e para cada salvo. Cremos que todos os salvos recebem o Espírito Santo. Que ao receber o Espírito Santo, recebe pelo menos um dom. se os dons são para a edificação da igreja; logo, enquanto ela existir neste plano, os dons a acompanhará. Todavia, Deus não está limitado a dar só os dons que deu no primeiro século de Cristianismo. Aqueles dons foram para aquele século. O dom de línguas foi muito útil, pois, o Evangelho estava ultrapassando fronteiras lingüísticas. Estava alcançando os povos de outros idiomas, por isso o dom de falar em línguas idiomas foi importante, como o é para os nossos dias se queremos fazer missões a outros povos de outras línguas. Precisamos falar a língua deles se queremos pregar para eles, se não falamos precisamos de alguém que interprete. A língua extática, êxtase, hipnótica, em transe essa não continuou na história do Cristianismo. Não encontra respaldo Bíblico para aquele tempo nem mesmo para hoje. Não é necessária. Não edifica. Por outro lado, o dom de profecia (pregar a Palavra de Deus), de socorrer, de sabedoria para instruir e o dom de discernimento são necessários para os nossos dias. Vivemos em um mundo predominado por heresias, por um sincretismo religioso, ocultismo, magia negra e bruxaria que o discernimento é muito bem vindo para separar o joio do trigo.
Em sétimo lugar, concluímos que, os pentecostais atuais equivocam por valorizarem, por demais, essa língua frenética e extática como evidência que quem foi batizado com o Espírito Santo fala em língua. Estão equivocados. O que prova, o que evidencia que o salvo tem o Espírito Santo, não é o falar em línguas extáticas ou frenéticas, mas o fruto do Espírito na vida do cristão, (Gal. 5:22). Equivocam quando querem misturar línguas frenéticas ou extáticas com profecias. É impossível profetizar através de línguas hipnóticas. Erram ao discriminarem e causam separação, rotulando os fiéis como membros santificados que foram batizados com o Espírito Santo, como evidência os que falam em línguas; dos membros considerados carnais ou incrédulos porque não foram batizados com o Espírito Santo, por isso não falam em línguas. De modo que vemos tantas divisões no meio pentecostal. Se preocupam por demais com as
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línguas em transe, supervalorizando-as e deixando em planos secundários o aprendizado da Palavra para profetizar na transmissão da mensagem que redime o pecador. As línguas frenéticas têm cegado os pentecostais quanto à prática do amor também que era o maior dos problemas da igreja em Corinto. Querer praticar os dons de maneira exibicional sem o amor. Onde há o amor verdadeiro não há supervalorização de línguas em transe. Elas cessarão, diz o Apóstolo Paulo em (I Cor. 13:8).
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CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS:
1 - ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada – Versão Revisada da Tradução de Acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego. 3ª Impressão. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira – JUERP, 1991.
2 - ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada – Versão Revisada da Tradução de Acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego. 3ª Impressão. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira – JUERP, 1991. Isaías 28:11; 33:19 e Jeremias 5:15.
3 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 852.
4 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 218.
5 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 74.
6 – Idem, p. 84.
7 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 218.
8 – FERNANDES, Hermes. Internet: http:// www. Genizahvirtual.com/2010/09/onde-foi-que-eu-errei-o-que-esta-acontecendo hotmail.com), 28.10.2010.
9 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 169.
10 - Idem, p. 170.
11 - Idem, p. 170.
12 - Idem, p. 171.
13 – Idem, p. 175.
14 – Idem, p. 175.
15 – Idem, p. 165-166.
16 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volume 2, 995 p, p. 218.
17 - Idem, p. 218.
18 – Idem, Volume 2, 995 p, p. 218.
19 – Idem, Volume 3, 935 p, p. 849.
20 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 199.
21 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 179.
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22 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 181.
23 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 849.
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26 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 851.
27 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 222.
28 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 222.
29 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 849.
30 - Idem, p. 849.
31 - Idem, p. 851.
32 - Idem, p. 851.
33 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 181.
34 - Idem, p. 97.
35 - Idem, p. 98.
36 - Idem, p. 99-100.
37 - Idem, p. 102-103.
38 - Idem, p. 103.
39 - Idem, p. 90-91.
40 - Idem, p. 94.
41 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 222-223.
42 - Idem, p. 223.
43 - Idem, p. 223.
44 - Idem, p. 219.
45 - Idem, p. 219.
46 - Idem, p.219.
85
47 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 16.
48 - Idem, p. 18.
49 - Idem, p. 23-24.
50 - Robert Glenn Gromacki em seu livro: “Movimento Moderno de Línguas” (P. 24-46) quando faz um histórico desde o Novo Testamento, passando pelos pais da igreja até o início do movimento moderno de línguas.
51 - Idem, p. 37.
52 - Idem, p. 46.
53 - Idem, p. 47.
54 - Idem, p. 48.
55 - Idem, p. 54-55.
56 - Idem, p. 63.
57 - Idem, p. 69.
58 - Idem, p. 88-89.
59 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 2, 995 p, p. 218-219.
60 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 846.
61 - Idem, p. 846.
62 - Idem, p. 847.
63 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 16.
64 - Idem, p. 16.
65 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 847.
66 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 847.
67 - Idem, p. 847.
68 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 848.
69 - Idem, p. 848.
70 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 16.
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71 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 9ª Ed. São Paulo, Hagnos, 2008, Volumes 3, 935 p, p. 848-849.
72 - Idem, vol. 2, p. 218.
73 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 183.
74 - Idem, p. 187.
75 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 187.
76 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 190.
77 - GROMACKI, Robert Glenn. Movimento Moderno de Línguas. Tradução de A. Bem Oliver. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 224p, p. 195-196.
78 - Idem, p. 196.
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